O último sabbath

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No centésimo gospel das bruxas, no lugar mais obscuro da floresta, uma ventania incomum se estendia em meio desta, trazendo trevas e medo. Mephisto havia chegado. Um demônio aliado às bruxas trazera a notícia de que a Era das Sombras estava para começar. Uma antiga profecia dizia que após 100.000 anos da evocação da primeira criatura proveniente dos domínios infernais as sombras iriam dominar o mundo por completo, liderado por um cavaleiro negro, filho de demônio, levando a morte e a pestilência a todos os lugares que pudera alcançar.


Após a chegada do inesperado visitante os festejos continuaram banhados por evocações, possessões e sacrifícios. Rodopios, gargalhadas e feitiços macabros tornavam a noite ainda mais aterrorizante. Depois de estarem todos satisfeitos o demônio desenhara com seu sangue um grande pentagrama na neve, firmando o início da profecia e a escolha da genitora de seu cavaleiro negro. Esta seria sua criada enquanto vida tivesse. Todas as bruxas ajoelharam-se em volta do extenso desenho, todas estavam com a olhar voltado ao centro, onde se encontrara a horrenda criatura, que por sua vez logo escolhe sua escrava, Opheria. Rogando palavras na linguagem das almas em um tom cada vez mais alto as demais feiticeiras selam a união em Mephisto e sua serva.


O ser despe-a no centro do pentagrama que começa a pegar fogo ao mesmo tempo. A moça senta em seu colo e beijam enquanto trocam carícias. O demônio tenta-a ainda mais fazendo-a enlouquecer. Após demonstrar-se já um pouco ofegante ela é penetrada, em meio ao sangue que escorria a escrava transcendia com cada vez mais fervor o prazer que sentira. Passados meses após a data da celebração Opheria sente uma intensa dor e imediatamente seu feto rasgando seu ventre. Durante os anos levados para o crescimento e preparação do futuro cavaleiro, mobilizaram-se grandes contingentes de horrendas criaturas. Legiões vindas dos mais profundos recantos da terra encobriam as planícies de medo e escuridão.


Finalmente chegara o dia. O cavaleiro recebera o nome de Xesper. Alcateias espalhadas em meio ao vasto exército uivavam saudando o mensageiro das trevas. Montado em um colossal lobo negro de olhos flamejantes o exército marchara destruindo tudo que vira pela frente, reinos inteiros, fortalezas, tudo que abrigasse vida. Nem os mais poderosos bárbaros ou os dragões celestiais conseguiram por fim no rastro de destruição deixado pelo cavaleiro negro. Uma única coisa seria capaz de conter Xesper, todavia, estas jazem esquecidas em meio a sangue e neve, permitindo assim que as sombras ditem o rumo do velho mundo desde então.

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