Prólogo

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                     Os dois caçadores estavam cercados, os lobos surgiam um a um, conforme a lua cheia aparecendo no céu, eles tinham uma pelagem que ia do cinza ao prateado, os dentes pontiagudos brilhavam como pérolas enquanto eles salivavam e rosnavam encurralando os dois garotos. Eles os intimidavam com os olhos faiscantes que refletiam a luz da lua, os garotos que a pouco ostentavam seus arcos como se já fossem homens, agora estavam petrificados pelo medo, suas alijavas pendiam vazias em suas costas, agora eles tentavam afugentar os lobos usando os seus arcos como porretes.

Eles não pareciam ter mais que 15 anos, o mais alto com os cabelos tão loiros que chegavam quase ao tom de branco, que agora açoitavam seu rosto enquanto ele agitava seu arco desviando o ataque dos lobos, os arranhões brotavam sangue sobre sua pele pálida, sua armadura já se encontrava aos farrapos. O outro garoto menor, não se encontrava muito melhor, os cabelos cinzas pendiam sobre os ombros enroscando no que restava de sua armadura, um corte lhe atravessava o pescoço vindo do canto da boca até a base do ombro, o sangue aflorava na pele branca lembrando o vinho derramado sobre a neve.

O maior gritou e abriu caminho entre os lobos, seguido pelo menor eles corriam o máximo que podiam tentando se esquivar dos ataques, o menor passou a implorar a Odin por suas vidas, um ato tolo mesmo para um jovem, clamar por sua vida é o mesmo que alegar sua fraqueza e incompetência diante de uma tarefa, porém Odin atendera ao chamado, mas sua vida tinha um preço muito caro a se pagar. Nesse momento o garoto loiro se voltou para os lobos, que hesitaram por um momento, ele já não tinha mais escolha, tinha que proteger o filho do rei, não podia morrer fugindo, onde estaria sua honra?

Ele atacou enquanto gritava: - Valakar! Corra! Avise a aldeia, eles tem que se preparar para o ataque...

Valakar se virou e se postou a lutar com pedras e punhos, e então gritou: - Nenhum guerreiro será deixado para trás Lukarr!

Ele se desvencilhou dos lobos e correu em direção ao amigo, mas não há tempo de impedir a tragédia, um lobo branco maior que os outros avançou com uma velocidade assustadora e cravou os dentes no pescoço de Lukarr, que agora cuspia palavras em meio ao sangue que escorria entre seus dentes: - Valakar... Você precisa proteger a aldeia!

Valakar segurou a fúria e a tristeza se virou e correu o mais rápido que pôde, a morte de Lukarr lhe deu vantagem para chegar a aldeia, na qual ele entrou aos berros: - Lobos! Lobos! A alcateia está atacando!

Os guerreiros mais do que depressa se armaram efecharam os portões, majestosos construídos com estacas do tamanho depinheiros. Valakar desabou ao chão ao passar pelos portões, que se fecharam emum estrondo atrás do garoto. Seu sangue escorria e impregnavam o solo, a imagemda luz deixando os olhos de Lukarr, não lhe deixava a mente, ele olhou para oscéus e viu a aurora boreal brilhar intensamente e depois desaparecer, comlagrimas nos olhos ele desmaiou e tudo o que restava em sua mente foi a ideiade que Odin o abandonara.

O Guerreiro PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora