Choices II - A |H.S.| Fanfiction

Capítulo 1

POV HARRY

Sinto alguém mexer-me no ombro e preciso de alguns segundos até o conseguir perceber e reagir em resposta. Vejo Zoe de joelhos no chão para ficar ao meu nível e a esperança de saber mais alguma coisa à cerca da Benedith faz-me despertar de imediato.

Zoe: Estás bem?

Eu: Hum... Estou. - Porque é que ela me está a perguntar se eu estou bem? Mal me conhece! - Tens novidades? Apareceu alguém? Disseram alguma coisa? - Eu faço logo as primeiras perguntas que me saltam à cabeça.

Ela nega com a cabeça lentamente e sinto-me a murchar interiormente.

Zoe: Desculpa acordar-te.

Eu: Não faz mal... Eu devo ter adormecido aqui durante a noite... - Olho em redor para me situar no espaço. Deve ser bastante cedo pois os corredores do hospital estão bastante mais vazios do que ontem quando aqui cheguei. Faz-me sentir mais só por um lado, mas traz-me mais paz por outro.

Endireito-me contra a parede fria do hospital atrás de mim.

Zoe: O Liam foi ao dormitório trocar a roupa. Deve vir entretanto. Não queres fazer o mesmo? Eu fico aqui para se acontecer alguma coisa.

Eu: Estou bem. Quero ficar aqui. - Ela senta-se ao meu lado e não olhamos directamente um para o outro como estávamos a fazer à pouco. - Não fico descansado se não for eu a ficar aqui.

Zoe: Podes confiar em mim.

Eu: Eu sei. - Quer dizer, não sei necessariamente. Mas se a Benedith confiava nela, vou acreditar que sim. - Não é isso. É só que eu não consigo afastar-me dela sabendo que pode acontecer o pior.

Zoe: Eu percebo. Sinto o mesmo. - Concordo com a cabeça e ficamos em silêncio. Não era constrangedor, pelo contrário era bastante agradável numa altura destas. Fechei os olhos por breves momentos e apenas escutei os sons do hospital.

Ouvia pessoas a andar de um lado para o outro de vez em quando e as respirações descontroladas. Às vezes ouvia o apitar do atendedor de chamadas do balcão de entrada e conseguia ainda identificar o som da chuva porque batia com força nos vidros das janelas que ali haviam em volta.

Quase não sentia o meu corpo, estava quase como que anestesiado e petrificado sempre no mesmo lugar. Às vezes arrepiava-me de frio (e medo talvez) e então percebia que a temperatura ali estava a "congelar-me" por completo. Tentei mexer os meus dedos dos pés dentro dos sapatos e foi como se eles não existissem.

Zoe: Ela falou-me montes de vezes em ti. - Eu olho para ela surpreendido e ela ri-se. Quer dizer, o que é que a Benedith podia ter para dizer à Zoe para além de eu ser um idiota chapado?

Eu: Sei o que estás a pensar... - Rolo ao de leve os olhos. - Sejamos sinceros tu pensas como todos os outros à cerca que mim! Que sou um estupor ou um pacóvio ignóbil qualquer que só sabe fazer merd*! - Ela abre a boca levemente, parecendo escandalizada com a minha apreciação sobre mim próprio.

Zoe: É um lado de ver as coisas, se assim o quiseres. Mas eu não ia dizer isso, nem estava a pensar isso! - Arqueei uma das minhas sobrancelhas desconfiado. - Eu só ia dizer que estás a fazer o que é correto, entendes? - Fico a olhar para ela à espera de mais "desenvolvimento" da parte dela. - O que eu quero dizer é que é bom estares aqui a apoiar a Benedith mesmo que vocês não estejam juntos e estejam chateados. É bonita a forma como não queres ir embora para ficar perto dela. - Fico sem saber o que fazer ao ouvir as palavras dela. Digamos que não é propriamente todos os dias que eu ouço coisas desse tipo e não é todos os dias que eu me sinto elogiado e sinto que o meu esforço em me aproximar de novo da Benedith é em vão.