Chapter 11

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Acontece que.. não tinha outra escolha. O Harry abriu a porta do carro para eu sair. Fechei a porta atrás de mim e antes de começar a fazer o caminho ao lado dele, abri a minha boca para falar, mas ele antecipou-se.

- Segue-me - ele acenou com a cabeça na direção do armazém

Balancei a cabeça sem dizer nada e segui atrás dele. Abriu a porta e entrou, deixou a porta aberta para mim. Ele entrou e eu senti o humor dele a mudar radicalmente. Como é que alguém consegue tão rapidamente mudar de humor!?

- Vens ou não? - deixei os meus pensamentos para trás e olhei para o Harry que estava agora do outro lado do armazém.

Olhei à volta e comecei a andar sem dizer nada. As paredes estavam rachadas e lixo no chão, incluindo telhas e vidros, que raio se tinha passado aqui?!

- Que aconteceu aqui?

Harry nem se virou e continuou a andar.

Por um segundo pensei que ele me estava a ignorar e estava prestes a perguntar-lhe outra vez, quando ele parou à porta do armazém (uma vez que entrámos pela porta dos fundos). Ele afundou as mãos nos bolsos das calças e saiu para a rua, olhando para o céu. Eu olhei para ele para ver para onde ele estava a olhar e fiz o mesmo que ele, os meus olhos arregalaram-se. Fomos para cima de uma colina e o céu estava pintado em tons de laranja, rosa, amarelo e roxo. As nuvens balançavam suavemente e dali podia-se ver metade da cidade, era incrivel.

- É bonito não é? - ele perguntou com a voz baixa

- Sim - falei sem tirar os olhos daquela vista - É impressionante, nunca tinha visto nada assim - respirei fundo

Ele balançou a cabeça e sorriu.

- Como é que descobriste este sitio? Se posso perguntar claro - finalmente tirei os olhos do céu para olhar para ele

Ele trocou de postura e olhou para mim.

- Houve aqui um incêndio e quando cá vim encontrei isto - ele apontou para a paisagem - E apaixonei-me logo por este sitio - sorriu para mim

- É, eu gostava de ter um lugar como este - pus o cabelo atrás da orelha

Era um sitio onde te podias sentir livre, sozinho e era um sitio bom para pensar. Onde ninguém te podia chatear e não te precisavas de preocupar com nada. Ali sentias-te.. vivo.

Cortando o silêncio, o Harry falou mais uma vez.

- Agora tens - ele falou alto

Eu olhei novamente para ele, que já estava a olhar para o lado da cidade.

- Obrigado - sussurrei e senti as minhas bochechas a aquecerem e o meu coração a batar violentamente e o meu estômago cheio de borboletas e...ah.

Será que ele quis mesmo dizer aquilo?

Não sei, mas esperava que sim.

Ficámos ali o resto do tempo, em silêncio, só se ouvia o barulho do vento à nossa volta, os passaros cantavam. E para além disso só se ouvia o bater dos nossos corações.

- Porque é que este lugar ardeu? - finalmente falei

- Negócios - ele lambeu os lábios

- Que tipo de negócios? - mordi o meu lábio inferior, eu queria saber mais. Precisava de saber no que me estava a meter.

- Não vais descansar enquanto não souberes não é? - ele olhou para mim agora

Eu balancei a minha cabeça, que não.

- O negócio por que eu passo todos os dias - Um grupo rival tentou acabar connosco e pegou fogo aqui

- E alguém morreu!? - os meus olhos arregalaram-se

- Não sei, não quero saber - ele encolheu os ombros - Eu tinha outra coisa em mente

O que é que ele poderia ter em mente?! As vidas das pessoas inocentes que acabaram?!

- Então não te importas com as pessoas inocentes que morreram?!

Eu sabia que ele era um rapaz sem coração, mas eu acho que ele não era indiferente a estas coisas.

- As pessoas que entram neste tipo de negócios sabem que é perigoso - ele franziu os lábios numa forma maldosa - Eles escolheram este tipo de vida e já sabiam que a vida deles estava em perigo quando vieram para aqui

- Que queres dizer?

Pergunta estúpida eu sei. Mas eu perguntei antes de pensar.

- Não te parece que eu todos os dias sou uma pessoa diferente? - ele olhou para mim com uma sobrancelha levantada

- Realmente, sim - dei de ombros

- Chama-se a isso saber jogar, fofinha - ele riu-se maliciosamente

- Ah, então isto é um jogo para ti? - olhei para ele

- Talvez sim, talvez não - ele encolheu os ombros

Revirei os olhos. Ele ficou em silêncio a olhar para longe.

Suspirei. Ele era tão confuso! E eu a pensar que íamos ficar longe desta confusão toda. Tirei o telemóvel do bolso do meu casaco e olhei para as horas, já se tinha passado 12 horas.

Merda.

- Temos de ir

- Porquê? - ele virou a cabeça

- Porque já é tarde e os meus pais passam-se se eu não estiver em casa

- Oh claro - ele virou-se e fizémos o caminho de volta para o carro, segui-o e entrei no carro. Olhei para fora e ele estava encostado ao carro a fumar.

Perfeito. Suspirei. Eu não posso com este rapaz.

Ele abriu a porta do lado dele e entrou.

- Não podias esperar para fumar isso?! - murmurei

- Não - respondeu indiferente

Ele parecia tão calmo. Não era nada normal. Senti-me estranha.

- Porque estás tão calmo?

- O quê? - ele olhou para mim confuso

- Nada - balancei a cabeça

- Não, o que é que disseste? - ele perguntou de novo

- Não vais descansar enquanto não souberes não é? - ri-me e arranquei um riso dele

- Diz-me lá o que disseste - ele riu levemente e levantou o braço que estava no volante

- Perguntei porque estavas tão calmo

- Não devia estar é? - ele olhou para mim

- Não.. é que bem.. - suspirei - Estás sempre com.. raiva e pronto - lambi os lábios

- O quê? Eu não estou sempre feliz? - ele riu-se

- Eu não quis dizer isso! - ri-me e afundei-me no banco - Esquece!

- Está bem.. - ele riu-se enquanto balançava a cabeça - Rapariga estranha - murmurou

Ouvi mas fingi que não. Não estava com disposição para discutir com ele. O tempo passou e ele parou a poucos metros de distância da minha casa. Eu olhei para ele confusa.

- Não queres que os teus pais te vejam a sair do meu carro, né? - ele revirou os olhos

- Certo - balancei a cabeça

Rapaz inteligente.

- Bem, obrigado - sorri para ele antes de abrir a porta do carro, saí e fechei a porta suavemente. Eu acenei para ele antes de começar a andar para casa, mas a voz dele fez-me parar.

- Ham? - olhei para ele

- Anda cá

Fui até à janela do carro

- O que é? - inclinei a cabeça para dentro do carro

- Quando é que te volto a ver?

- Não sei.. - senti o meu coração bater rapidamente - Eu sou uma prisioneira...

Ele acenou com a cabeça.

- Sabes que podes fugir outra vez - ele sorriu

- E correr o risco de ser apanhada? Não obrigada. Uma vez foi suficiente para mim - ele riu levemente

Ele não disse nada durante uns segundos, e finalmente ligou o carro.

- Então acho que te vou ver de novo, Amanda

- Sim

Arrancou com o carro e acelerou até desaparecer no fundo da rua. Voltei para casa com um sorriso na minha cara.

Danger // Harry Styles FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora