04- Minotauro (H + T) / Book trailer

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04-Minotauro


Ingressei no Exército tão logo efetuei o alistamento. A carreira militar sempre fora meu objetivo, desde pequeno. Meu pai é oficial da Polícia Militar de São Paulo, logo, quis seguir seus passos nas forças armadas. Na verdade, o militarismo não fora exatamente o sonho da minha vida, mas sim, minha única possibilidade de escolha.Quando criança, eu colocava o cap do meu pai na cabeça e fingia ser um tenente coronel, no meu mundo de fantasias; tal fato, enchia meu pai de orgulho, que estufava o peito e dizia: "meu filho será militar".

Então,cresci e acabei trilhando este caminho: inicialmente no Exército,depois, na Polícia Militar. Assim que saí do Exército, prestei concurso para ser Praça da PM; meu pai não ficou muito satisfeito por eu ter começado por baixo, pois, ele queria mesmo é que eu prestasse concurso direto para oficial; até hoje ainda acho que ele sente uma certa vergonha de o filho ser um reles Cabo, enquanto ele é Capitão. Diariamente, ouço-o dizer: "não fique esperando promoção! Estude e faça logo o concurso para oficial!"

Eu não me importava porque, de fato, eu não amava tanto assim a carreira militar. Eu gostava mesmo é de História, sobretudo História Antiga, mas meu pai nunca vislumbrou que este meu gosto pudesse se tornar uma profissão; pelo contrário, quando me via debruçado sobre os livros de mitologia grega, zombava; dizia que era coisa de "boiola".

O mito que sempre me causara maior curiosidade fora o do minotauro. Desde moleque, eu ficava imaginando como poderia um ser que fosse metade humano, metade touro. Sempre tive muitos pesadelos envolvendo a lenda do minotauro; em meus sonhos, eu me encontrava perdido dentro do labirinto do rei Minos de Creta; quando eu sentia o respirar taurino se aproximando, bufando em minha nuca, eu prendia a respiração no escuro, de modo que o minotauro não pudesse saber que eu estava ali, e, com isso, não me devorar; por vezes, eu chegava a ficar sem ar na vida real, e era acordado por minha mãe,que, desesperada, sacudia-me com medo de que eu me sufocasse em meu pesadelo; todas as vezes em que ela me acordava, eu a abraçava chorando, como se ela fosse Teseu que viera me salvar.

No auge dos meus 26 anos, eu já me encontrava acomodado na vida: tinha um trabalho não muito bom, mas que me garantia um sustento muito maior do que se eu fosse professor de História, morava com meus pais, e planejava me casar com Patrícia, minha namorada havia dois anos. Paty era Soldado da PM(não sei porque insistem em tratar as mulheres das forças armadas no masculino!), morena-clara, olhos de amêndoa, sorriso doce e encantador; sua delicadeza era semelhante a uma garça; linda, magra e de voz suave, ela me conquistou desde o primeiro dia em que a vi naquele pelotão. Saímos juntos e, na semana seguinte, começamos a namorar.

Todos aqueles que me conheciam, tinham-me como uma pessoa mais fechada, de poucos amigos, mas que era bastante feliz à sua maneira. Tais pessoas que me rodeavam mal sabiam o que se passava dentro de mim.

Eu tinha um segredo muito bem guardado, que eu jamais revelara a alguém: eu tinha fantasias com pênis. Ocorre que, eu não me considerava homossexual, pois, também tinha interesse sexual por mulheres; aliás, sempre me dei muito bem com as mulheres na cama, sobretudo com Patrícia, que sempre fizera tudo que eu quisesse.

Eu tinha o grande fetiche de ser penetrado por um pênis. Porém, jamais pediria à Patrícia que vestisse um dildo para me comer; seria contra todos os princípios do nosso namoro, e ela poderia achar que não sou homem de verdade. E eu também não tinha coragem de sair com um homem.

Assim, recalquei este sentimento dentro de mim e jamais havia experimentado um membro masculino; quando sozinho, masturbava-me lembrando dos colegas de pelotão no vestiário. Quando tomávamos banho em chuveiros coletivos, tinha que me segurar para não ficar excitado, pois, caso contrário, seria meu fim.

15 Contos Eróticos / Segredos de Eros (Vol. 1 - Série Fifteen) - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora