Sentimentos?

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Coloquei meus fones de ouvido, e coloquei uma musica aleatória. Não olhava para os lados em nenhum momento, apenas olhava pela janela vendo as gotas de chuva escorrerem pela vidro. Eu estava morrendo de sono, fechei meus olhos afim de poder dormir um pouco antes de chegar em casa e ter que ficar ouvindo as histórias da minha mãe com suas amigas. Só que isso foi uma péssima ideia.

Abri meus olhos e fechei novamente afim de não querer perceber que eu estava deitada entre os braços daquele estranho. Como isso? Eu só tinha fechado os olhos por segundos. Eu acho.

- Desculpe. - Disse baixo e tirei seu braço que estava em volta do meu pescoço. - Parece que eu dormi horrores.

- Até babou. - Ele conseguia me deixar constrangida o tempo todo, isso me irritava.

Eu ia responder, até o amiguinho dele aparecer e falar algo sobre a Lorena. Miguel não me notou, e eu não disse nada. Ele então saiu e sentou em seu lugar.

Guilherme olhou para meu rosto e deu risada. Limpei meu rosto achando que poderia estar sujo.

- Você gosta dele? - Disse sério e direto.

- Da onde você tirou isso? - Eu realmente queria saber disso. - Você nem me conhece, deveria parar de falar coisas que não sabe.

- Seu olhar, não engana. - Ual, eu precisava controlar meus olhares. - Você é muito extressada, foi só uma pergunta. Somos amigos.

- Não, nós não somos nada. - Disse por fim.

Ouvi a cordenadora gritar que ja tinhamos chegado. Para minha alegria estava livre.

Me levantei e desci do onibus, todos estavam indo embora, e eu ia fazer o mesmo até ver que minha linda mãe estava esperando. Ela é tão protetora que da medo, e raiva.

- Eu podia muito bem ir embora sozinha. - Cruzei os braços e a olhei séria. Ela ainda mantia um sorriso enorme no rosto.

- Cala a boca e entra nesse carro. - Ela abriu a porta do carro, e eu entrei.

Ela perguntava sobre o acampamento e eu apenas repondia algo simples como sim ou não. Assim que cheguei em casa corri para meu quarto e fechei a porta.

Escolhi uma roupa e fui tomar meu banho. Até ouvir meu celular vibrando. Era Clarice, falando sobre uma festa que teria na casa do amigo dela. No começo pensei em falar não, eu estava tão cansada, e tinha acontecido tanta coisa. Mas depois de Clarice insistir tanto eu acabei aceitando. Peguei minha toalha e fui tomar o meu banho. Já que a festa era oito horas da noite, dava para eu fugir de casa tranquilamente, não ia ser a primeira vez que eu ia fazer isso. Não é minha culpa meus pais dormem antes das sete horas.

Ainda era muito cedo, estava esperando Clarice aparecer, falei para minha mãe que ela ia dormir em casa hoje. E já estava tudo armado, a gente vamos pegar carona com o menino que ela esta ficando. Que no caso já é outro. Ops.

Desci as escadas afim de pegar algo para comer na cozinha.

- Hoje eu e seu pai vamos sair, fique tranquila que vamos voltar cedo. - Bingo, isso ia facilitar mais ainda minha vida.

- Sem problemas. - Peguei a maçã que estava em uma bandeija em cima da mesa. Ia subir para meu quarto mas a campainha tocou, e eu ja sabia quem era. - Até que enfim. - Disse vendo Clarice com uma mochila nas costas.

Subimos para meu quarto e tranquei a porta logo em seguida.

- Essa festa promete. - Ela dizia enquanto tirava umas roupas da mochila.

- Clarice não estou com cabeça pra festa, eu ainda estou tentando processar tudo que eu fiz naquele acampamento. - me joguei na cama e a encarei.

- Você as vezes me cansa. Para de ter medo de tudo. E eu vou estar o tempo todo com você. Além do mais, você não fez nada de errado, pense pelo lado bom, você ainda é virgem. - Ela tinha cada idéia. Que as vezes até eu tinha medo.

- Claro, não sou igual a você. Eu me preocupo. - Sorri ironicamente.

Ficamos conversando sobre o menino que ela esta namorando. Parecia ser um cara legal. E quando me dei por mim já era 6:38. Minha mãe gritou da cozinha falando que estava saindo para se encontrar com meu pai no trabalho dele.

- A casa é toda nossa. - Disse ficando de pé na cama.

- Então vamos nos arrumar, porque nós duas se arrumando juntas demora muito. - Deu um pulo da cama e foi em direção meu guarda-roupa. - Brega, brega, quando comprou isso? Porque é brega. - Disse enquanto jogava umas peças de roupas no chão.

- Não é brega. - Disse fazendo bico.

- Perfeito. Achei o que você vai usar. - Ela me mostrou um vestido preto.

- Não. Eu nunca usei ele! E sabe porque? Porque eu não gosto. - peguei o vestido da mão dela e joguei de volta no guarda-roupa.

- Não interessa. Você vai usar esse mesmo. - Ela estava decidida, e se eu ousasse falar não ela ia fazer um escandalo. Conheço a amiga que tenho.

E então começou aquela correria, coloquei o bendito vestido e um salto. Clarice fez questão de fazer minha maquiagem. Ela estava linda. Como sempre, seu cabelo ruivo e seus olhos verdes deixava com que sua maquiagem se destacasse mais ainda.

Assim que ela terminou de me maquiar, me olhei no espelho, meus longos cabelos pretos estava mais liso que o normal, a maquiagem preta fez com que se destacasse meus olhos azuis.

- Você esta maravilhosa. Nossa, quanto tempo que não te via tão arrumada - Clarice disse me analisando.

- Para, você sabe que não me dou bem com elogios. - Disse puxando o vestido um pouco mais para baixo.

Ouvimos a busina de um carro tocar, olhei pela janela era o amigo de Clarice. Ele nos esperava pelo lado de fora do carro.

- Então vamos? - Disse vendo ela colocar os brincos.

- Vamos. - Disse pegando sua bolsa.

Descemos as escadas correndo, e quase cai de cara no chão, acho que eu não me dou muito bem com saltos. Clarice me apresentou seu "amigo" que ia nos levar na festa. E acabei descobrindo que ele tinha 19 anos e se chama Eduardo. Ele tem cabelos castanhos escuro, era um moreno muito lindo. Que por sinal estava pegando fogo com Clarice no carro. Fiquei o trajeto todo praticamente de vela. Pra quem disse que eu não ia ficar sozinha, estava ótimo ficar de vela mesmo.

- Sera que seu amigo não vai se importar de estarmos indo a festa sem ser convidados? - Perguntei para o Eduardo que estacionava o carro frente uma casa. Que era enorme.

- Claro que não, ele vai é me agradecer. - Disse saindo do carro. - Chegamos.

- Graças as Deus. - Disse baixo. Fechei a porta do carro e fui até Clarice que andava em minha frente. - Sera que é tarde para voltar para casa? - Disse em seu ouvido enquanto entravamos na casa.

- Apenas sorri, e se divirta. - disse se agarrando no Eduardo.

- Ja vi tudo.

Andava pela festa que tocava uma musica eletronica, a maioria das pessoas já estavam bebadas, e estavam se acabando de dançar na pista de dança. Avistei um sofá que estava do lado do banheiro masculino. Agora eu já sabia onde ficar durate a festa toda.
Me sentei no sofa vermelho e vazio. Será que sou a unica que não estou me divertindo? Avistei Clarice dançando com um copo na mão. Tinha que ficar de olho nela. Ela é realmente louca quando bebe alguma coisa alcóolica. O que na verdade não poderia, pelo fato de ter dezessete anos.

Ficar sentada no sofa do lado do banheiro masculino não foi uma boa ideia. Era uma cantada diferente da outra, eu até estava tolerando até um deles se sentar ao meu lado e passar sua mão sobre minhas pernas.

Talvez seja você.Onde histórias criam vida. Descubra agora