The Sickness

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E então, um barulho de balas ensurdecedor. Na TV, anunciavam que iriam mandar reforços, helicópteros, e armas, pricipalmente armas. Sai de casa, e vi uma multidão correndo para todos os lados, um barulho alto de balas, muita fumaça e pessoas gritando. Fiquei paralisada com uma cena chocante, uma menininha gritava alto, muito alto, e um homem, com um olhar branco, mordia a menina, arracando sua pele e sua carne, de um modo faminto e desesperador. Depois de terminar com a menina, ele começou a avançar em minha direção, fiquei paralisada, estava com medo, mais não conseguia me mexer. Então minha filha, Samantha, começou a gritar e a me chamar desesperadamente. Ela também estava com medo, eu senti em sua voz.

Fechei os olhos, sabia o que ia acontecer. Ele estava tão perto, rangendo os dentes. Então olhei para seu rosto e percebi que esse homem era Chris, meu vizinho. Como ele tinha se tornado isso? Cada vez chegava mais perto, se arrastando, como se não pensasse mais, como se não me conhecesse mais, e realmente não conhecia. Comecei a chamar seu nome, mais ele não parou de resmungar de um modo estranho e avançar em minha direção. De repente escutei um barulho alto de tiro. Abri os olhos e vi Chris caído ao chão, e em sua cabeça, um buraco de bala, e sangrando.

Olhei para trás e vi Samantha tremendo muito, com uma arma na mão, chorando. Corri para dentro, fechei a porta e a abraçei forte. Começei a chorar, ninguém sabia o que estava acontecendo. Ligamos a TV para ver o que estavam falando. O jornalista falou para todos irem para Atlanta, lá teria uma base de ajuda, e de lá, e levariam todos para um lugar seguro.

__ Mamãe, vamos pra lá? __ Perguntou Sam, choramingando, demonstrando medo.

__ Vamos sim filha. Pegue seu irmão no quarto, vou no porão pegar as armas que eram de seu pai.

Fui até a cozinha, abri a porta do porão e desci correndo, queria sair logo daquele lugar horrível. Peguei todas as armas e todas as caixas de balas que estavam jogadas no chão, enfiei numa mochila grande e subi correndo. Na cozinha, abri outra mochila grande e coloquei toda a comida que tinha na despensa, enchi várias garrafinhas de água e fui para porta de casa. Samantha e Billy já estavam na lá, com caras de horrorizados com tudo que estavam vendo na rua.

Peguei a chave do carro que estava presa atrás da porta de entrada e fui correndo para o carro. Sam e Billy correram e se jogaram para dentro da parte de trás do carro. Os dois estavam chorando muito. Que chance eles teriam comigo? Precisava tentar. Liguei o carro e pisei fundo para Atlanta. Na estrada, estava muito trânsito. Todos estavam indo para Atlanta procurando socorro. Então, comecei a ouvir um gemido muito alto. Desci do carro para ver o que estava acontecendo. Uma multidão de coisas iguais ao meu vizinho estavam vindo de Atlanta. A doença já tinha se espalhado por lá, e agora, se eu não fizesse alguma coisa, todos nós morreríamos ali. Comecei a gritar para Sam e Billy saírem do carro, abri o porta-malas, peguei as mochilas com as comidas e pedi para Sam pegar as armas. Saí da estrada e corri para a floresta com Billy no colo e Sam atrás. Corremos por cerca de meia hora. Comecei a ouvir gritos vindos da estrada que tínhamos deixado para trás. Sam começou a chorar alto, estava com medo, e Billy não estava entendendo nada do que estava acontecendo, só tinha 3 anos e estava morrendo de sono. Devia ser mais ou menos três horas da tarde. Andamos mais cerca de duas horas quando ouvimos um barulho de gemido. Sam começou a tremer. Sabia o que significava esse barulho. Peguei uma arma, coloquei várias balas e pedi para Sam esperar e cuidar de Billy. Fui ouvindo o barulho e andando devagar. Parecia que vada vez ia adentrando mais a floresta, estava escurecendo e minha mão tremia. Não conseguia mais segurar a arma direito. Ouvi um barulho atrás de mim, e me virei rápido. Lá estava a coisa, me encarando. Apontei a arma para a cabeça dela e fechei os olhos. Coloquei o dedo no gatilho e atirei. Abri os olhos e lá estava uma moça bonita caída no chão, mais com uma aparência morta.

The SicknessWhere stories live. Discover now