Capítulo Um

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Damon
Sou Damon Salvatore. Sou um vampiro. Aí você me diz: "Vampiros não amam." Ah, eles amam. Eu costumava duvidar da minha capacidade de amar. Já amei Katherine. Já amei Elena. E agora sinto que amo outra pessoa. Mas meu amor por ela é improvável, quase impossível. Vou contar.
Foi numa noite fria e escura de domingo, segundo a própria Bonnie. Ela estava andando pelo antigo córrego Willow até o cemitério de Mystic Falls, quando ouviu o choro de alguém. Ela imediatamente correu para tentar encontrar o que estava causando o alvoroço, e ao invés de qualquer assassino, viu uma garotinha. Seus olhos azuis pouco refletidos na luz estavam cheios de lágrimas, e seus cabelos cor de ouro quebrava na lua. Bonnie se aproximou.
- Olá...? Eu sou a Bonnie. - e estendeu a mão. - Está tudo bem com você?
A menina não respondeu. Ficou em silêncio por vários minutos, os quais Bonnie contava como horas.
- Por favor me ajude! - ela finalmente gritou, com tanta agonia, que fez a Bonnie ter medo.
- O que aconteceu?
- Eu fiz uma coisa horrível. - ela comentou, olhando para as mãos.
- O que você fez? - perguntou, aconchegando-se para perto da garota.
- Eu matei a minha família. Eu explodi a minha casa. Por favor, não conte para a polícia! Foi um acidente!
Bonnie não sentiu medo. Ela apenas abraçou a garotinha como se ela fosse sua irmã mais nova.
- Como você fez isso?
- Eu não sei. Foi tão rápido. Eu estava com raiva dos meus pais por terem me colocado de castigo, e do meu irmão Matt por ter sido a causa do meu castigo. Eu senti tanta raiva, que saí de casa, e juntei a fúria. Quando percebi, tudo tinha explodido, ou o que restava estava em chamas. - Bonnie me contou que ela mal conseguia falar, soluçava ou parava para respirar entre uma frase e outra.
- Calma, qual é o seu nome?
- Bea-beatrice.
- E quantos anos você tem?
- Eu tenho treze. - um grito estridente saiu da boca de Beatricd, em seguida. Bonnie teve um susto.
- Você está bem?! - ela perguntou, agoniada.
- Sim... É o meu colar. Ele às vezes faz isso, como se alguém entrasse em mim ou algo parecido.
Não foi preciso muita coisa para que ela ligasse as peças.
- Trice, você tem para onde ir?
- Não... Eu estou aqui faz dois dias.
- Olha, eu tenho um acordo pra você. Mas você terá que prometer que vai confiar em mim e no que eu disser. Promete?
A garota balançou a cabeça e Bonnie estendeu-lhe a mão.
- Vamos pra casa de uns amigos meus. Eles saberão o que fazer.
Trice agarrou e elas foram para o lugar prometido. A nossa casa. Minha e de Stefan.

Elas vieram por volta da 00:57. Estava tarde, mas eu não dormia. Tinha acabado de voltar da caça, e estava sentado no sofá, bebericando um copo de whisky caro, quando a porta bateu.
Atendi e só vi Bonnie de primeira.
- Por onde você andou? - perguntei, tomando um gole da bebida, que desceu como água em minha garganta. Ela entrou, e logo atrás dela, estava Beatrice. A  mesma garota. Uma lembrança terrível de
uns nove anos atrás passou pela minha cabeça e eu tentei afastá-lá. Reconheci-a na primeira vez que ela olhou em meus olhos.
- Onde você arrumou essa criança? - perguntei, atordoado.
- Perto do cemitério. Ah, vamos Damon, ela estava desesperada.
- E o que tem ela? Ela é órfã?
- Não seja indelicado.
Ela deixou Beatrice um pouco atrás e me puxou mais para perto.
- Ela ficou órfã dois dias atrás. E ela é uma bruxa, mas não sabe. - sussurrou-me, e eu fiquei incrédulo.
- Como pode ter tanta certeza?
- Eu sei. Já passei por isso e sei EXATAMENTE como é. - Bonnie olhou em meus olhos, com sinceridade. - POR FAVOR, Damon. Deixe-a ficar. Por pouco tempo, por favor.
- Está bem. - tentei ser firme, mas um pingo de medo alarmou a minha voz. Tem um quarto vago lá em cima. Deixe-a lá.
- Ela vai dormir no mesmo quarto que eu esta noite. - disse ela. - Preciso dar a ela a certeza de quem ela é de verdade. E você vai me ajudar com isso.
- Não, Bonnie isso é demais. Tudo bem você querer ficar com ela, mas eu não levo jeito com crianças!
- E se fosse Elena te pedindo? Você iria recusar?
De repente a imagem de Elena passou em minha cabeça, rindo, dizendo pra mim que devíamos ter dois filhos para não nos ocuparmos apenas com sexo. Abri um sorriso quase que não notável com a lembrança.
- Tudo bem, eu vou ajudar.
- Obrigada! - ela concluiu, entusiasmada, e me deu um abraço desengonçado. Depois, do outro lado da sala, exclamou:
- Vamos, Trice, vamos subir! Você vai dormir no meu quarto hoje, tenho algumas coisas pra te contar.
Elas subiram e eu fui deixado sozinho com minha garrafa de whisky, aproveitando para me servir de mais um copo cheio, e virando-o em pouco segundos. Precisava de mais. Aquela garota na mesma casa que eu me trazia muitas preocupações. E eu era Damon Salvatore. Eu NÃO ficava preocupado.
Stefan desceu um pouco depois, fazendo rangerem as escadas.
- Olá, irmão. - fui irônico em meu comentário, mexendo a bebida no meu copo.
- Olá, Damon. Desculpe, não pude deixar de ouvir.
- Você diz sobre Bonnie e a amiguinha marionete nova dela? Ela acha que ela é uma bruxa. - bufei, endireitando-me no sofá. - Para completar, quer que eu ajude-a com a garota. Eu tenho cara de pai? Diga-me, por favor, Stefan!
- Você tem mais cara de idiota do que de pai.
- Exatamente, obrigado.
Meu irmão soltou um riso abafado, e logo depois indagou:
- Mas e se Elena te pedisse? O que você diria pra ela?
- Ah, cara. Elena era meu ponto fraco, e você sabe disso. Talvez se ela me mandasse enfiar uma estaca em meu coração eu faria. Tanto quanto você faria por Katherine.
- Mas Katherine morreu. Eu não posso esperar mais por ela, para fazê-la feliz. Você pode esperar por Elena, Damon.
- Ela vai estar velha. Com um tempo vai enfraquecer. Seu corpo vai morrer aos poucos. Como Katherine. Ela não ia conseguir viver a eternidade que eu tinha lhe prometido.
Aquele meu comentário me desgastou mentalmente, e eu deixei o copo em cima do balcão e me levantei.
- Estou indo me deitar, irmão. - dei as costas e subi as escadas, capaz de ouvir a respiração de Stefan.

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⏰ Última atualização: Sep 07, 2015 ⏰

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