I wanna leave this town, I wanna travel around the world
See new things, new places
Meet new people, memorize new faces
I wanna catch a plane
So tired of being stuck in the same old lane...
Eu cantei, acompanhando a melodia com a minha guitarra. As pessoas à minha volta aplaudiram e eu dei-lhes um sorriso amigável. Alguns atiraram dinheiro para a caixa da minha guitarra e eu agradeci, afinal eu vivo particamente disto. A minha vida consiste em dias e noites passados neste degrau ao pé da fonte a cantar sobre os meus sonhos a quem os queira ouvir. Depois da minha tia me ter expulsado de casa por culpa da minha maldita irmã Leonor, a única forma de sobreviver é com o dinheiro que recebo por cantar na rua. Isso e com a ajuda da minha grande amiga Carolina que me acolheu aqui e me tem ajudado com tudo o que preciso.
Mas eu quero mais do que isto percebem? Eu quero uma vida que não tenha de depender de ninguém para viver. Quero poder pagar à Carolina por tudo o que ela tem feito por mim. E sobretudo quero que a minha voz seja ouvida. Um dia sonho que a minha música vai estar até na radio, toda a gente vai estar a cantar as minhas letras. Um dia eu vou sair daqui. Um dia eu vou mostrar a todos que consigo, que não sou só uma falhada sonhadora... um dia vai acontecer!
E entretanto devo ir para casa que já passa das 7 horas e a Carol deve querer fazer o jantar!
Agarro na guitarra, agradeço mais uma vez a toda a gente e dirijo-me para o que se tornou na minha casa. Lá ia eu distraída nos meus sonhos e pensamentos quando sinto alguém puxar-me.
"Ai! Mas quem é você?" Perguntei frustrada, sentindo alguem puxar-me pela mala da guitarra.
"Dá-me o dinheiro!" Uma voz forte e assustadora ordena-me.
"Mas eu não tenho nenhum!" Digo aflita.
"Então acho que vais ter de pagar-me de outra maneira." A voz diz, empurrando-me para um beco.
O que é que ele me vai fazer? Vai... violar-me? Porquê eu? Só a mim tudo me acontece, só a mim a vida escolhe atingir e magoar de mil formas diferentes!
"Larga a rapariga!" Oiço outra voz gritar.
"E se eu não largar!" O homem diz, agarrando-me com mais força.
"Se não... isto!" Grita o rapaz.
E em segundos o homem que me tinha atacado estava agora estatelado no chão.
"Vamos! Ele está só inconsciente, temos de fugir antes que ele acorde." O rapaz diz, agarrando-me na mão.
Ainda aterrorizada eu segui-o. Corremos durante alguns minutos até pararmos à porta de um pequeno restaurante.
"Entra, vamos comer qualquer coisa. Pago eu!" O rapaz misterioso diz apontando para o local.
"Já é tarde, eu devia era ir para casa." Desculpei-me.
"Nem penses que te vou deixar ir para casa sozinha. São quase oito e meia, já está escuro. Além disso deves ter fome." Insistiu o rapaz.
Na verdade eu estava faminta e ainda em choque do que tinha acabado de acontecer. O rapaz voltou a olhar para mim e eu lá aceitei entrar. Ele agarrou-me na mão e guiou-me para o interior do establecimento.
Era um local acolhedor, com uma decoração simples mas que tornava o sitio confortável. Havia apenas três ou quatro mesas, pois a sala era bastante pequena. As paredes eram feitas de pedra castanha e estavam decoradas com prateleiras de madeira com objetos artesanais e vasos de flores. Ao fundo avistei um balcão também de madeira com uma fila de copos de cristal em cima e uns quantos vasos de flores. Aproximando-me pude ver uma placa com o nome do restaurante:
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One Song, One Chance
FanfictionUma rapariga que tocava na rua com um sonho à espera de ser realizado. Uma banda que vai fazer tudo para chegar ao topo. Uma canção pode mudar tudo. Mas será que juntos conseguirão partilhar este sonho? Ou irão sentimentos recém-descobertos e memóri...