Como eu já havia dito anteriormente, Amanda Pinto (que tal chamarmos só de Amanda? é mais fácil) estava escapando da mansão de seu pai, na nebulosa Pilares da Criação.
Bem, o pai dela podia ser até bem rígido, mas ele certamente entende o que uma criança pequena quer. A mansão era basicamente uma casa gigante de 8 hectares, numa rocha dez vezes maior flutuando na beirada da nebulosa. Havia uma bolha ao redor da rocha para manter gases importantes por perto, formando uma atmosfera falsa. Dos oitenta hectares da rocha, 20 deles eram dedicados à criação de animais mitológicos, um dos passa-tempos favoritos do pai de Amanda. Mais vinte hectares de campo de golfe timberclutiano (para você que não sabe o que é golfe timberclutiano, esse é o modo mais antigo registrado de se jogar golfe. O objetivo dos jogadores é acertar uma bola do tamanho do crânio de um tigre e do peso de duas montanhas e meia em um buraco de minhoca a vinte hectares de distância. Até aí parece um pouco com o golfe que conhecemos na Terra, só que com proporções diferentes. Bem, a outra diferença é que os jogadores têm como obstáculos lagos de lava, Crocodilos Cyborgs Mutantes Espaciais do Quênia, quimeras famintas e soldados do Apocalipse), além de mais trinta hectares de área de churrasco+piscina e o resto de jardins e florestas.
Amanda passou grande parte da sua infância nos jardins e florestas, e lá havia encontrado uma minhoca interdimensional que cuidava desde que era um asteroide, e que agora seria seu jeito de sair dali. Porque, se você não sabe, as únicas coisas que formam buracos de minhoca, além de naves estelares, são minhocas interdimensionais, daí o nome buraco de minhoca.
O plano de Amanda era brilhante. Ela iria propor ao pai dela um churrasco, que ele obviamente iria aceitar, já que ele era uma das personalidades mais festivas que já existiram no universo, daí ela iria correr para a floresta e cair fora dali com a Marleyli, a minhoca. O plano parecia muito bom, Amanda já planejava isso a meses, mesmo ela não tendo uma noção muito boa de tempo, já que estava a flutuar no espaço.
E finalmente o dia chegou. Amanda acordou animada e determinada a fugir dali. Já havia falado com seus amigos, suas amigas e amigxs avisando que iria fugir. Ela desceu as escadas e a festa já havia começado, vários tipos de criaturas estavam se acomodando em mesas e cadeiras de plástico, enquanto o seu pai, um golfinho e uma cabeça de gato gigante estavam no centro do campo debaixo de uma lona, onde os três conversavam e cuidavam da grelha. Amanda foi saindo de fininho pelos lados da mansão, até que um amigo de seu pai a abordou.
Como todo mundo naquele lugar, o cara parecia meio bêbado (eu sei que só faziam 20 minutos que havia começado a festa, mas aqueles caras bebiam uma bebida equivalente a 100 000 litros de álcool puro comprimido em uma garrafa de 30 centímetros), sua cara era torta e deformada. Ele tinha uns chifres no topo da cabeça, alguns quebrados ao meio. Sua pele era verde e cheia de musgo, e suas mãos eram cheias de garras e ele tinha uma calda de girino saindo por trás das suas calças.
- olá pequena, er, Alice? Alessandra? Qual o seu nome mesmo? - perguntou o monstro, com uma voz de bêbado e piscando os olhos como se estivesse prestes a dormir.- o-o meu nome é Amanda. - ela respondeu sem saber muito bem o que fazer, até mesmo um pouco frustrada pelo seu plano não ter sido como ela imaginava.
- Ah, você é aquela menina que o Dranckio achou nas ruínas, né? - Amanda odiava lembrar desse evento. Era como mexer na ferida. Por causa disso, vamos respeitá-la e não tocar no assunto.
Amanda ficou corada e baixou a cabeça, deixando o cabelo vermelho e encaracolado cair por cima do rosto. Ela soltou um murmúrio positivo bem baixo, que deixou aquele grandalhão bêbado confuso, que decidiu voltar a beber, deixando Amanda seguir seu caminho, mesmo que bem envergonhada.
Ela continuou seu caminho, com raiva de ter voltado a lembrar de tal evento. Se emaranhou em meio às árvores e finalmente chegou até onde a minhoca Marleyli estava dormindo. Amanda acordou Marleyli, que pulou em cima de Amanda, derrubando-a. Depois disso, se aprontou para Amanda montá-la, que rapidamente o fez. A minhoca deu um pulo e começou a cavar um buraco, Amanda conseguiu segurar na cauda de Marleyli, que cavou incríveis cinco metros de terra em três segundos.
Apartir de certa profundidade, uma luz estranha rodeava a menina e a minhoca, para depois o comum buraco voltar a envolvê-las, porém o solo era mais seco, e elas não estavam mais descendo, mas subindo.
Poucos minutos depois elas chegaram a superfície, a superfície de um certo planetinha perto de uma estrela amarela, numa cidade ensolarada de nome Recife.
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As Aventuras de Amanda Pinto
AventuraCapa em HD: http://i.imgur.com/9mAMBRA.jpg Era uma vez uma menina muito rebelde chamada Amanda Pinto. Amanda Pinto gostava muito de se divertir com os amigos, amigas e amigxs. Mas seu pai era muito velho e rigoroso, ele vivia dizendo frases do tip...