Capítulo sem título 4

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Capitulo 16

Se você está sozinho e deseja conhecer alguém que caminhe ao seu lado, verifique se não é você mesmo que está bloqueando o que tanto deseja." Gustl-Rosenkranz

Alberto estava sentado em um café na rua principal quando viu Hanna passando. Ela seguia no rumo contrário ao de sua casa e ele a chamou. Ela o olhou, mas prosseguiu em seu caminho como se não o tivesse reconhecido. Alberto pagou a conta e correu na direção em que ela fora e a alcançou no caminho já saindo da Vila, atravessando a ponte de pedra.

-Hanna você não me ouviu chamá-la?

-Desculpe Alberto, ouvi sim, mas uma força muito maior me atraiu para este lugar. Não sei o motivo. Apesar do meu dom, eu não recebo as visões concluídas. Elas me chegam incompletas, em partes não sequenciais, não obedecem a uma ordem temporal.

-Você sabe por que recebeu esse dom?

-Nunca sabemos tudo o que Deus deseja para nós, se ele considerou conveniente lançar um véu sobre o passado, e que isso deve me ser útil, mas, com efeito, tenho meditado bastante sobre tudo o que sou e o que sinto. As lembranças do passado trariam inconvenientes muito graves na vida de qualquer um que tivesse retornado pela reencarnação, mas eu sei que a minha ultima encarnação não foi há muito tempo. Sei pelas coisas que descrevo, pelas visões que me vêm, pelo que intuo.

-Sendo assim Hanna, porque uns vêm mais antecipadamente que outros? Qual seria a razão para que voltasse tão recentemente?

Os Espíritos renascem frequentemente no mesmo meio em que viveram, e se encontram, também, frequentemente em relações com as mesmas pessoas a fim de reparar o mal que lhes tenha feito. Não tenho duvidas que algo muito forte aconteceu comigo aqui e que desejei ardentemente poder voltar e consertar, não o passado, pois este não tem volta, mas o futuro como uma compensação.

-Hanna, se isso é um fato, porque seriam obstruídas as suas lembranças?

-Deus nos deu para repararmos nossos atos precisamente o que necessitamos e o que nos é suficiente. Temos a intuição, consciência e as tendências instintivas, mas nos tiram o que poderia nos ser prejudicial. Creio que esse processo de lembranças que me chegam é o suficiente. Sim é isso. O reencontro comigo mesma ou com o objeto do que vim fazer aqui, certamente será no momento mais conveniente. Para isso de acordo com o meu desejo previamente combinado e certamente conforme a necessidade do aprendizado as lições trarão essas experiências. Vejo você aqui nessa situação significativa e sei que faz parte dessa idealização. Veio de longe para fazer sua parte, a consciência de sua essência instintiva, necessárias veio colher o que lhe cabe. Irá colher as experiências boas e más para formar uma consciência limpa e pura. Tudo, no início, que fazemos, tanto encarnado como desencarnado, vem acompanhado de falha, de desacertos e desequilíbrios. Somos imperfeitos não na concepção, mas na nossa caminhada, somos emotivos, agimos pelo instinto e emoção. Colhemos, pois inevitáveis decepções, fracassos, traumas, dores, tristeza, mágoa e outras feridas profundas em nossas almas. Bom então, que a alma tem a consciência esclarecedora, o arrependimento, têm fome e sede interior de alívio e de conhecimento para evoluir. É isso Alberto o que pressinto.

-Eu sou parte dessa história então?

-Sim, sem dúvida alguma.

-Hanna eu vim aqui em busca de saber sobre o meu avô.

-Eu sei, ele é parte de sua história.

-E o que a trouxe aqui neste local então?

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