O REVITALIZADOR DA TERRA

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Um barulho vindo do lado de fora do pequeno armário de vassouras acordou Will, que abrindo os olhos na escuridão se perguntou onde estava ainda um tanto confuso. Então lembrou de todo o acontecido na noite anterior, e o choque do amargo conhecimento de que a vida de Kamily estava se esvaindo o atingiu com força.
No sono Will havia se esquecido momentaneamente das coisas que presenciara na noite anterior, mas já acordado elas sobrevieram em sua mente com força avassaladora. No escuro o garoto passou as duas mãos sobre o rosto e levantou - se, as pernas estavam rígidas e em algumas partes dormentes por ter dormido sentado, mas com esforço conseguiu se por de pé com cuidado para não esbarrar em nada. Olhou através das portas duplas e viu quando alguém acabara de sair do quarto, esperou um instante e depois saiu para fora do armário. O quarto estava vazio, e a água purificadora havia sumido da banheira redonda, Will tratou de sair dali imediatamente, tomando rumo para o quarto que lhe fora dado na noite anterior decidiu que dormiria o restante da madrugada até que Jhon o chamasse para que seguissem viagem. O quarto era confortável dispondo de uma grande e macia cama de madeira acolchoada com um grosso colchão de lã, mas Will estava de fato tão sem foco para prestar atenção a detalhes como esse que nem reparou nos outros confortos que o alojamento tinha a oferecer, deitando - se na cama dormiu quase que instantâneamente.

Como previsto poucas horas depois Jhon foi até o quarto de Will para o acordar. Saindo do corredor Héctor os aguardava e Kamily já estava sentada à mesa acompanhada de Morgan.

- Precisamos nos apressar, vamos comer alguma e partir, o restante do caminho até Earthville será feito pelo rio Nyaara, lorde Jordan mandou preparassem um barco para nos levar até as proximidades das fazendas já que o Nyaara também alimenta aquelas terras.
E fizeram conforme Jhon dissera, quebraram o jejum com pão, leite e ovos fritos e então despediram - se de Morgan, que disse que ainda tinha algumas coisas a tratar na cidade. Normalmente a perspectiva de navegar por um enorme rio que Willian nunca viu o deixaria empolgado, mas agora algo mais importante ocupava a sua mente, andando junto com o grupo e tendo Kamily mais a frente, Will se perguntava se Héctor e Jhon sabia da situação da garota.

" Devem saber, principalmente Héctor, afinal ela vem aqui todos os anos e aqui é a cidade em que seu avô governa, mas será que nem mesmo os Rivers puderam encontrar uma cura permanente para ela?"

Passaram pelas inúmeras casa que agora Will sabia que destinavam - se a produção de pedras preciosas, iam cada vez mais em direção ao rio com Héctor os guiando. Logo puderam avistar o grande rio Nyaara, e aproximando - se da praia Will ficou assombrado, o rio se estendia à um quilometro e meio de largura e ia até onde seus olhos podiam ver, ali na frente deles havia sido preparado um barco no qual já haviam embarcado os cavalos dos soldados e três homens jovens estavam à bordo, e um estava ainda em terra esperando o grupo chegar. À aquela hora como ainda estava escuro as águas pareciam ameaçadoras e misteriosas, oque fez Will perguntar.

- Por que precisamos ir pelo rio? Não seria melhor irmos à cavalo como fizemos até aqui?
Aquilo fez Héctor sorrir.

- É impressionante a imponência do Nyaara não é mesmo? De fato é intimidador, mas é necessário que viagemos por suas águas por que é o modo mais rápido de chegar - mos à Earthville, logo você vai ver o por que digo isso.

Então embarcaram por uma espécie de rampa pela qual Will imaginou terem passado os cavalos. Como havia pequenos assentos esculpidos na madeira do barco, os soldados se sentaram, então o barco começou a se mover aparentemente sozinho.
Intrigado Will inclinou - se para fora e olhou para baixo, ali no casco do barco viu que as águas empurravam o barco tão forte que ganhavam cada vez mais velocidade, e espuma se formava na superfície da água.

- Os quatro ali estão ordenando às águas que empurrem o barco, em troca de suas energias é claro. Falou Jhon se divertindo com o espanto no rosto de Will. A velocidade com que o barco avançava o rio era cada vez maior, sem dúvida nenhuma cavalo nenhum poderia igualar aquela velocidade e mante - lá por muito tempo, dessa forma os soldados podiam apenas observar a paisagem que passava rapidamente. A cidade que levava o nome do rio logo ficou para trás, em seu lugar havia apenas vegetação na margem esquerda, assim como na direita, vez por outra avistavam algum aglomerado de casas beirando o rio, outras vezes Will pode ver pessoas em canoas pescando em pleno rio, achou até compreensível o olhar de irritação no rosto de alguns pescadores por causa da agitação que eles estavam causando na água ao passar próximos a suas canoas. Foi quando Will foi mudar o lado para onde estava olhando que viu quando Jhon tirou um embrulho de couro da bolsa que levava consigo e o desenrolou no piso do barco, curioso Will se aproximou para ver o conteúdo da embrulho. Eram estranhas ferramentas que o garoto nem sequer havia visto alguma vez na vida, ali havia pequenas lâminas prateadas, agulhas curvadas, um rolo de linha escura, e outras coisas com o qual não estava familiarizado.

O 11° REINOOnde histórias criam vida. Descubra agora