REVELAÇÕES DA MADRUGADA SANGRENTA

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-Willian acorda,hora de levantar.

Num pequeno quarto de uma modesta casa na periferia do povoado de Santa fé, um par de olhos castanhos e sonolentos se abrem, sonolentos e um tanto confusos.

Um garoto de pele clara e cabelos raspados num corte comum e sem graça senta-se na cama esfregando os olhos.Ao avistar uma mulher magra de cabelos loiros parada junto a porta o garoto pergunta.

-Mãe já amanheceu?
-É hora de tomar seu café da manhã.

Willian levantou-se e foi lavar o rosto afim de mandar os resquícios de sono embora.Chegando à pequena cozinha onde sua mãe já havia posto seu café da manhã composto por um pão, um copo de leite e uma maçã, sentou-se á mesinha que mesmo diminuta já ocupava boa parte do limitado espaço da cozinha.

-Oque você vai fazer hoje depois da aula?
-Talvez eu vá dar uma volta com o Kal,por quê?
-Por nada,mas não chegue muito tarde em casa,tem uma coisa que preciso conversar com você.
-Pode falar mãe.

Lúcia olhava atentamente para seu filho,sem deixar transparecer sua angústia e apreensão. Ao menos era oque ela estava se esforçando para conseguir.

-Não se preocupe com isso agora, vá para suas aulas e divirta-se com Kal,mais tarde conversamos.
-Tem certeza?Pode me contar oque quiser.

Lúcia sorriu e acariciou o rosto do filho,e Willian pode perceber algo no rosto de sua mãe. Seria tristeza?

-Sei que posso,agora vá pegar suas coisas ou vamos nos atrasar.

Willian pegou sua bolsa que era ainda mais surrada que suas roupas,já que não tinham condições de comprarem uma bolsa nova há anos, nela o garoto guardava seus pergaminhos e penas quebradas que usava para aprender a ler e escrever.Saindo de casa com sua mãe começaram a fazer o caminho rumo ao orfanato onde o garoto estudava e também onde sua mãe trabalhava.

O garoto caminhava ao lado de sua mãe enquanto seu olhar vagava ocasionalmente pelas ruas da periferia,nada era novo para Willian naquelas ruas,já que toda manhã caminhava pelas mesmas ruas de terra e via as mesmas casas pequenas e decréptas como à que ele e sua mãe moravam.Via a expressão de desânimo nos rostos das pessoas que transitavam indo cuidar de seus afazeres,e igual desânimo também estava nos rostos daqueles que iam batalhar para conseguirem o sustento de suas casas.Más Willian sabia que tal desesperança não acontecia somente em Santa Fé.

BARON era o 11°reino,e como Willian sabia muito bem,era o menor e mais pobre dos onze reinos,e embora o garoto ouvisse falar que o Rei Rowan era um rei justo entre os onze,o garoto não podia deixar de nutrir certa descrença quanto a esse fato,já que quase todos os dias via cenas de impunidade,miséria e pobreza em sua humilde jornada diaria.

Caminhando Willian olhou de soslaio para sua mãe que andava ao seu lado.Ela era sempre serena e amorosa mesmo diante das dificuldades,pensou ele,mas vendo aquela expressão preocupada em seu jóvem rosto,Willian não pode deixar de sentir a velha frustração vindo à tona.
Se ao menos não fossemos tão pobres...Minha mãe deve estar preocupada com dinheiro de novo,se ao menos eu pudesse ajudar de algum jeito...
-Bem,até mais tarde will...

O garoto estava tão imerso em seus pensamentos que nem se deu conta de que já haviam deixado as ruas de terra da periferia e tinham entrado nas ruas de pedra da parte mais próspera de Santa Fé . Com suas casas maiores,mais bonitas e melhor organizadas.Estavam de frente para o portão que dava entrada ao orfanato. Por ordem do Rei,crianças com familias e órfãs eram educadas no mesmo lugar tendo ambos o mesmo tratamento,tambem foi o Rei que mandou construir o orfanato para os órfãos de guerra,e como Lúcia trabalhava limpando as dependências do orfanato,eles se despediam sempre nesse mesmo portão.

O 11° REINOOnde histórias criam vida. Descubra agora