Uma noite produtiva

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POV HARRY

Cheshire? Seria uma boa ideia.

Tá frio na rua. Depois do almoço marcamos um cinema, antes pousamos num café de título francês e acabamos ficando por lá tempo demais.

Lucy pediu um capuccino sem chantilly, mas veio com chantilly.

-Sempre vem com chantilly- ela sorri amarelo olhando em direção a moça que parece não escutar.

Eu peço um expresso duplo. E depois outro. Aí mais um.

-Já deve ter percebido meu vicio- falo sorrindo ao ver seus olhos arregalados, nós rimos.

Lucy esta com o nariz vermelho. Eu tô nervoso.

-Mais um expresso, moça, por favor. Obrigado.- falo para a moça que parece se assutar

-Hmmm que cavalheiro- Lucy fala assim que a moça sai.

Tomo como elogio, meio sem saber se é bom. Penso que é. Penso. Lucy olha muito pros lados e isso me deixa um pouco inseguro. A janela, o caixa, os doces na vitrine.

-Ui Harry, para de me olhar, você tem um olhar é penetrante, dá um pouco de vergonha.

-Gosto de te olhar

- Eu gosto de sair com você, dar voltas na cidade, sei lá. Você sabe escutar, não é como aqueles caras- mexe a colher sem me olhar

Não sei que caras são esses, mas concordo. Estou calado justamente por estar nervoso. Aqueles caras ficam nervosos? Eu fico. Por que estou assim? Nunca fiquei assim perto de uma garota, nunca até conhecer Lucy.

Ela sorri pra mim e desvia o olhar antes que eu tenha um AVC bem há sua frente. Aí gosto mais dela porque acaba de salvar minha vida.

Permanecemos quietos, fingindo que ninguém anda louco pra ficar bem agarradinho de outrem. Mas tentamos manter tudo em segredo, o nosso segredo. Aí lembro daquela da Fifth Harmony. Canto ela um pouco, baixinho, fitando nada.

-Se você pudesse sentir minha frequência cardíaca agora, te acertaria feito uma marreta...

-Meu Deus eu amo essa musica- Lucy grita, eu me assusto, não por gostar dessa, mas pelo grito.

Eu já sabia, agora vai lembrar de mim sempre que escutar, ou seja, quase sempre. Eu canto como quem não quer nada, querendo tudo

- A verdade foi revelada, não da mais pra parar...- Ela parece fingir não entender.

Não temos mais grana nem intenção de ir a lugar algum, já é noite e tá frio.

Saímos pela calçada com a música na cabeça. Com a voz catarrenta você segura o poste e grita

-Que a sorte esteja sempre a seu favor.- eu só sei rir desse ato

Uma senhorinha olha e lhe acha doida, Lucy rodopia no poste, linda e abobada. Eu esqueço um pouco que caminho nervoso pela noitinha, ela também esta nervosa, mas disfarça com esses berros, ou talvez seja apenas eu.

Vou levando ela pra casa, sem intenção de subir escadas, além das suas. Eu apoio as costas na parede fria, com as mãos no bolso, me achando o badboy.

Lucy rodopia agora o chaveiro, ela gosta de rodopiar coisas, noto. Resiste em penetrar a fechadura, espera que eu entenda essas pistas femininas, mas eu tô nervoso demais pra entender o óbvio.

Um sentimento estranho de que aquilo acabe logo, é uma tortura, não como aquelas torturas com arame temperado a fogo, mas ainda assim.

-Ok, então tá- eu digo sem saber o que fazer

-Então tá então- Lucy se despede beijando meu rosto, ninguém nunca beijou um rosto por tanto tempo, é meio que um recorde.

Fico pensando asneiras quando me assusto, ela fica na ponta dos pés e me enfia a língua, como se isso fosse coisa de menina desde, sei lá, o tempo dos dinossauros.

Lucy enfia agora as mãozinhas nos bolsos da minha jaqueta que me deixa parecido com o Richard Ashcroft (ao menos eu acho).

Percebo também que gosta de enfiar coisas em lugares.

-Queria continuar quentinha- permanece com as mãos em meus bolsos.

-Não fica bem eu subir, sei disso.- falo com um ar triste- Já esta tarde e você tem que dormir.

Ficamos ali passando um pouco de frio e perigo, não é confortável ali, isso me deixa triste, ela precisa logo entrar.

-Foi divertido- eu falo, como se fosse a primeira vez que saimos juntos

-Você também sentiu borboletas no estômago?- ela sorri ao perguntas

-Claro que sim, eu comeria até baratas por você, é sério mesmo- ela faz cara de nojo

-ui, que nojo- ri- gosto tanto de você, me faz rir

-Porra- solto ao olhar o relógio

O relógio é tipo um assassino do amor.

-Ei, olha os palavrões, são feios e sua boca é tão bonita

-Entendo que minha roupa é tão bonita (essa jaqueta realmente me deixa foda)- me gabo

-Não, não Harry- ela ri- eu falei boca. Lábios- sorri sem jeito

Eu a beijo mais uma vez, aquecendo suas orelhinhas.

-Eu queria ficar mais tempo.

-Amanha eu volto meu anjo- sorrio

Eu nunca sei o que fazer numa situação dessas. Ela entra na casa e eu vou embora alegre, pensando em Lucy e bolando um jeito de não mais falar palavrões. Porque nunca mais quero ter que lavar a boca. Parece que estou vivendo outra fase, outra vida, estou tento outra chance e nunca vou desperdiça- la.


EAAAAAAAAI, O QUE ACHARAM DESSE HARRY FOFO?

EU AMEI <3 <3



amizade colorida;; h.stylesOnde histórias criam vida. Descubra agora