Chego empurrando a porta da sala de aula, um barulho ensurdecedor segue dando boas vindas a todos. Algumas pessoas que estavam conversando me olham assustadas.
- Acho que você exagerou um pouco na entrada de mestre.- diz rindo e me dando tapinhas no ombro.
Entramos na sala e fomos para nosso lugar. Nós sentamos nos últimos lugares do lado da janela que dá visão para o estacionamento dos professores. Olho em volta e meus olhos param na mesa vazia do professor. Tem um grande movimento em volta e pessoa falando ao celular. Emma coloca os fones e o capuz do moletom azul e se recosta na mesa com o ombro apoiado na parede.
- Cade o professor?- pergunto.
- Assim como você, eu acabei de chegar.
- Tudo bem, senhorita ignorância em pessoa.
- Ignorância é meu nome de batismo.- bufo.
Se passam quinze minutos da aula e nada do professor chegar. Melhor aceitar, ele não vem. Mas por quê estou me preocupando? Eu mesma não queria que ele não viesse.
- Você quis que ele não viesse, não é?- Emma me encara sorrindo e tirando os fones.
- Sim, por quê?
- Que tipo de macumba você usa?
- Macumba?- questiono rindo.
- Meu Deus, tudo que você quer que aconteça simplesmente... acontece.
- Eu faço intercâmbio em Hagwards nas férias.- rimos e ela me encara. Sua expressão fica séria.
- Tem falado com a Penélope?
- Por quê?
- Você não tem falado muito dela.
- O que é que tem?
- Nos últimos dois meses eu tive que aguentar você elogiando ela, falando o quanto ela é incrível e isso e aquilo e, de uma hora para outra... chazam! Ela some das nossas conversas.- as palavras saem de sua boca com um tom de suspense. Eu já disse que ela tem problemas mentais? Só para confirmar, ela tem.
- Ela...- suspiro- eu...- faço uma pausa.
- Fala logo, mulher!
- Não me apressa, desgraça.
- Fala direito comigo!- dá um tapa em minha testa.
- Ai!- reclamo.
- Vai, desembucha.
- O.k- suspiro- to tentando me afastar dela, sabe? Dar um tempo. Minha cabeça ainda ta muito bagunçada com esse turbilhão de sentimentos.
- Você precisa de um psicólogo, guria.
- Pra que? Eu tenho a amiga mais apoiadora do universo.- retruco, sarcástica.
- Vamos guardar seu sarcasmo para um momento necessários. Agora é um momento em que eu to tentando parecer séria.
- Você? Séria? Emma, conta outra.- dou ênfase.
- Olha, eu to tentando parecer aquele tipo de amiga que te da conselhos e te guia pelo bom e velho caminho da paz, então, que tal colaborar? Seria uma boa, não acha?
- Tudo bem, tudo bem- me rendo- eu sei que to sendo uma babaca.
- Bom que sabe.- diz vitoriosa.
- Mas pensa bem; e se fosse você no meu lugar, o que você faria?
- Eu correria atrás. É um sentimento como qualquer outro, Laís. Você não precisa alimentá-lo se não quiser, mas como vai saber o desfexo dessa história se não ler até o fim?
Emma deveria ser filósofa nas outras vidas. As vezes o que ela diz não faz o menor sentido, mas eu sei que se seguir seus conselhos estarei fazendo o melhor.
- Tudo bem, o que eu faço agora?
- Quando sair da escola você vai ligar para ela e contar tudo o que sente.
- Não posso fazer isso. Como ela vai reagir?
- Como você vai saber se não tentar?
Penélope
Mamãe me deixa na porta da escola e parte para seu trabalho. Antes de entrar passo na doceria e compro algumas balas. Vou para o pátio para encontrar Mia. Procuro por todo o lugar mas não a vejo.
Deve estar no banheiro, penso.
Vou até lá e nada. Passo a mão pelos bolsos procurando meu celular.
Putz, bato com a mão na testa. Esqueci no carro. E agora? Não me resta alternativa, vou ter que esperá-la do lado de fora.- Me esperando.- ouço sua voz extremamente fina atrás de mim, me viro e a encaro.
- Por quê você sempre chega atrasada? Você mora aqui do lado.
- Acordei atrasada, me arrumei atrasada e, olhe só, cheguei atrasada. Eu sou o atraso em pessoa.
- Fala como se eu não soubesse.
- Meninas, entrem logo, à não ser que queiram ficar do lado de fora.- o guardinha grita.
- Já estamos indo, seu Mario.- Mia grita em resposta e sai andando na minha frente. Vou caminhando atrás dela.
A primeira aula hoje é Química, uma das melhores aulas. Além do professor ser ótimo para explicar a matéria, ele também é lindo, um deus grego musculoso. As meninas da escola parecem ovular quando vêem ele. Cabelos escuros, olhos claros, corpo esculpido pelos deuses da Grécia antiga. Um sonho. Não para mim. Meu sonho tem nome e sobrenome. A pessoa que rouba minhas horas de sono mas me faz sonhar acordada. Me arranca suspiros e gemidos apenas pelo seu jeito de ser, de falar, de andar. Dizem que não existem pessoas perfeitas, mas eu encontrei uma pessoa que é, perfeita para mim, sob medida. O grande amor da minha vida.
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Love 4ever- lesbian romance l
ChickLit(Em homenagem a minha amiga Srta. Confusão)♡ O amor é algo que não se pode explicar. Ele vem surrateiramente e confunde nossas cabeças. As vezes o amor nos machuca de uma forma inexplicável. Me chamo Laís Sandlers, tenho 16 anos e moro em Boston...