Passei tanto tempo em amarras de amor
Que após seis anos nem coração restou
Não percebi o que aconteceu
O tempo passou, correu!
Minha vida de prazeres e amor rendeu
Mas o tempo passou, o amor morreu.
Como posso ser hoje tão só
Se antes ninguém me tinha dó?
Como pude ser tão tolo em esperar
Que minha vida inteira ia custar, demorar?
Como posso ser tão solitário
Quando, outrora, bondoso...
Vê? Até a rima me tomaram
Até o prazer de escrever me tiraram.
Não sou perfeito nem pretendo
Quero apenas um amor e entendo
Se o tempo passar e a espera aumentar
E o amor não chegar
E a rima terminar
E a vida se estragar
E esse poema ao fim tornar
E minha morte, então e apenas, me silenciar.
