The Invisible Girl

CAPÍTULO 2

THOMAS

Primeiro dia em um colégio novo, é março, início do ano letivo. Droga, nem acredito que estou tendo que passar por isso. Por que meus pais tinham que resolver se mudar? Eu tive que deixar muita coisa pra trás, meus amigos, minha namorada, o time de futebol no qual eu jogava, é muita coisa a ter que se perder assim do nada.

Hoje vou começar o terceiro ano - de novo - e antes que vocês pensem que isso aconteceu por eu não estudar o suficiente ou por ter um qi extremamente baixo, não é nada disso. Eu sempre fui do tipo que adora aprontar. Seja com os professores ou com os colegas, principalmente com aqueles colegas chatos o suficiente pra não gostarem das minhas arruaças e ficarem nervosinhos, porque quando eu vejo que eles não gostam é aí que eu faço de tudo pra irritá-los ainda mais, e todo ano isso acaba acontecendo. Com isso, acabo levando uma suspensão atrás da outra e consequentemente acabei perdendo um ano por causa disso, realmente uma droga

São 5:45 da manhã, me levanto, pego a primeira roupa que vejo, me visto, faço minha higiene pessoal, e desço pra tomar café.

- Bom dia filho! Animado pro primeiro dia de aula?

- Ah sim mãe, com certeza muito animado.

- Ei, fica tranquilo! Vai dar tudo certo. Tenho certeza que você vai se adaptar logo e fazer muitos amigos como sempre.

- Ah, qual é mãe. Você sabe que o problema não é esse. Aliás, cadê o Jonas? Ele não vai pra aula não?

- Não consegui uma vaga pro seu irmão no turno da manhã no colégio dele, então ele vai ter que estudar durante a tarde.

- Tá, eu vou indo então. Não quero perder o ônibus.

-Filho!

- O que foi mãe?

- Eu sei que você tá chateado com a mudança, por ter que ter deixado seus amigos e a Megan, mas vai ser só durante um ano, filho. Mas claro, se você e o seu irmão gostarem daqui, nós podemos ficar mais um tempo.

- Eu gostar daqui? Fala sério mãe, como se isso fosse acontecer.

Digo isso encerrando o assunto e saio de casa. A minha mãe tá completamente maluca né? Até parece que eu vou gostar daqui e até querer ficar mais um tempo, se eu pudesse nem teria vindo pra cá, pra começo de conversa.

Estou chegando próximo à parada de ônibus - mais uma coisa que eu odiei nessa cidade, ter que ir pro colégio de ônibus. Por que tudo têm que ser tão distante um do outro nesse fim de mundo? - quando avisto uma garota. Ela está de costas, então não dá pra ver muita coisa, só vejo que ela tem cabelos ruivos e cacheados, mas não me parece ser bonita. Ótimo, nem garotas bonitas essa cidade tem? Quando ela se vira e me encara. Uau! Ela é bonita. Bem bonita na verdade. Tudo bem, ela não é do tipo de garota gostosona em que todos os caras babam ou até mesmo a mais bonita, mas alguma coisa nela me chamou atenção. Eu ainda não sei o que é, mas eu com certeza quero conhecer essa garota.

O ônibus chega e nós entramos, ela sobe primeiro e se senta mais a frente. Fico realmente tentado a me sentar com ela e conhecê-la, mas ela não me parece afim de conversar, então me sento mais ao fundo e a fico observando. Ela vira ligeiramente pra trás e quando vê que a estou olhando volta a olhar pra frente.

Quem será essa garota? Onde será que ela mora? Será que estuda no mesmo colégio que eu? De qualquer maneira, eu preciso conhecê-la.