Como o vento

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As vezes pergunto quem sou eu?
Porquê que existo?
Porquê que ainda estou aqui?

Sinto me como um trapo
Não faço falta!
Nem a mim nem a ninguém!

Gostava que o tempo parasse
Que tudo sossegasse
Parar e pensar.

Há dias que eu apenas só quero sonhar,
Sonhar e dormir
Dormir na fantasia!
Não queria acordar podia continuar,
Ali mesmo deitada
A pairar nas nuvens
A pairar em algodão doce
Ou recheio de almofada...
Não importa!
Só não queria acordar!

Sou como vento
Ora a ir ou a vir
Mudando com a mudança

Por mim não era assim
E se não fosse?
Quando o vento mudava
Eu sossegava,
Parava.
Quando o vento acalmava
Eu era como sou.

Para quê?
Para quê?

Para quê estas mudanças?
Não podemos simplesmente estar
E quando elas acontecem?
Acontecem e nós ficamos...
Ficamos deitados
Sozinhos, no nosso canto
A voar e a sonhar
Até podemos dançar ou tocar
Ninguém existe
Ninguém está lá
Sou sou eu
Eu apenas
Não vou magoar ninguém
Não vou fazer escolhas
Não vou arrepender me
Nem ficar com o coração pesado
Nada! Simplesmente nada!

Como naquele momento fosse pó
Ou poeira
A andar pelos ares
Sem destino programado...
Só queria ir
Podia nem voltar!
Não tinha problemas!!

As pessoas que magoei não voltava a ver
Não voltava a olhar para elas
Nem a elas nem ...
Nem as que eu desiludi!

Iria num comboio voador
Rota indefinida
Parava quando queria
Saia onde apetecia me
Não dava explicações a ninguém
Até podia não falar
Só observar!
Assim não ia magoar!

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