CP.-1

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Todas as noites meu filho falava: "Mamãe veja se tem fantasmas em baixo da cama!" Então, em uma noite eu já sabendo da exigência, já fui logo entrando no quarto dele e disse: "Já olhei filho, não tem fantasmas em baixo da cama", "Ele está atrás de você mamãe!" disse ele; um súbito silêncio tomou conta do quarto, eu me virei e vi aquela criatura espectral e sem face, mas que ao mesmo tempo que ia se aproximando do meu rosto me causava um pavor incontrolável, aquilo colocou suas mãos podres e transparentes em meu peito, eu senti ele segurar meu coração, como num sopro de lucidez, quase indo encontro à morte, eu senti meu filho de oito anos me puxar.

Acordei no outro dia no hospital e o laudo médico era simplesmente que eu estava com um problema cardíaco irreversível e que teria pouco tempo de vida. 
Não demorou muito para aquela coisa voltar a nossa casa e terminar o que começou, a última vez que nos encontramos ele não exitou, pôs sua mão no meu peito e esmagou meu coração na frente do meu filho, que dessa vez nada pode fazer, foi uma experiência traumática para ele crescer sem a mãe, por várias vezes vi ele no banheiro chorando minha morte, implorando por uma chance de me encontrar mais uma vez.
Hoje foi esse dia, aos treze anos, no mesmo banheiro em que ele chorava minha morte, ele cortou os pulsos, meu filho deixou um rastro de sangue escorrendo pelo chão onde ele caiu com um certo sorriso no rosto, ele sabia que nos veríamos outra vez, finalmente nos estamos juntos de novo.

Mesmo estando presos ainda neste plano, nos seremos felizes pois passaremos a eternidade juntos certo? Talvez não, pois aquela coisa ainda está aqui, e parece ainda mais furiosa e convicta a nos atormentar pela eternidade.

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