Capítulo 1. parte III

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Rafaela


Termino de me vestir e me analiso no espelho.

Como meu pai escolheu um restaurante elegante para jantarmos, optei por um vestido, vermelho com detalhes em preto, com mangas curtas justo no corpo. Usei um batom vermelho, e fiz uma maquiagem discreta nos olhos, calcei um skarpin preto e pronto.

Estava nervosa, muito nervosa, devo admitir.

Não sei o que meu pai esta planejando me dizer hoje, mas boa coisa não deve ser. Se fosse ele teria dito por telefone... Não se deslocaria até aqui para me dizer pessoalmente.

Assim que o relógio marca sete horas, pego minha bolsa e desço para a garagem do edifício para pegar meu carro.

Meu lindo e fofo carro recém-adquirido. Um EcoSport Titanium 2.0 AT.

Dirijo até o restaurante e desço do carro entregando as chaves ao manobrista.

Entro e sou acompanhada até a mesa em que meu pai me espera bebericando algum vinho caro.

- Pai? - chamo ao chegar à mesa.

- Rafaela! - diz sorrindo ao me ver. - Como esta linda!

Sorrio e me sento à mesa em sua frente.

Depois que nossos pedidos são feitos meu pai sorri e me entrega um chaveiro com três chaves.

- O que é isso? - pergunto confusa analisando as chaves.

- Querida, o que exatamente você queria quando veio para essa cidade? - pergunta-me olhando-me atentamente.

- Hm... - pondero estudando-o. -liberdade, independência... Eu não sei...

Ele sorri e leva sua taça até os lábios.

- Exatamente! - diz ele. - Então eu resolvi te ajudar a conseguir isso... A menos, é claro, que queira voltar para casa...

- Não, eu não quero voltar. - digo rapidamente.

- Tudo bem, eu não vou obriga-la a voltar comigo, filha. - diz meu pai serenamente.

Suspiro tranquila e bebo um gole de minha água.

- Como eu disse, eu ter vindo até aqui foi com a intenção de ajuda-la. - continua ele. - Eu quero que consigas tudo o que viesse buscar aqui...

- Hm, obrigada... - agradeço confusa. -... Mas, ainda não entendi o que são essas chaves...

- Essas chaves são suas. Pertencem ao seu novo apartamento, ao seu novo carro e esta pequena é a chave da caixa de correio do prédio.

Franzo as sobrancelhas sem entender.

- Como assim? - pergunto.

- Até agora você tem vivido as minhas custas, aqui em Porto Alegre. - diz meu pai, com os olhos presos aos meus. - Então percebi que quando vieste para cá, querias ser independente então resolvi cortar todas as ajudas financeiras que estava lhe dando.

Meus olhos se arregalaram de surpresa.

Oh Meu Deus!

- A partir de agora, terás uma vida independente de verdade. Sem cartões de credito, sem apartamento de luxo, sem carro de luxo... Tudo que eu bancava, peguei de volta. - diz ele sorrindo satisfeito com o meu estado de choque.

- Como vou sobreviver sem ter onde morar? - pergunto em um sussurro.

- Eu já adiantei os dois primeiros meses de aluguel e o carro esta pago, então eu lhe aconselho a arranjar um emprego... - diz meu pai, finalmente mostrando ao que veio. -... Agora você terá contas para pagar... Luz, água, aluguel, gasolina... Tudo isso será com você agora.

Eu devia ter percebido assim que pus os olhos nele que estava vestido como o Sr. Morelli, e não como o meu pai. Era obvio que usaria o tema de a filha caçula, tem apoio da família para viver uma vida independente, para mostrar a seus eleitores que era o melhor. Isso é tão a cara dele!

- Quando eu tenho que me mudar? - pergunto séria.

- Amanhã à tarde, tens que entregar as chaves do seu antigo apartamento ao síndico. Seu novo carro já esta aqui, o seu antigo já foi levado.

Trinco os dentes. Meu carrinho novo!

- Então eu já vou indo, tenho que empacotar as minhas coisas. - digo me levantando.

- Nem se de ao trabalho de levar os moveis... Seu novo apartamento já esta mobilhado com tudo o que precisa, o dono alugou com tudo dentro... Os moveis que tens eu irei doar, então só leve as suas coisas pessoais.

- Tchau. - digo somente e pego minha bolsa.

- Não vai esperar os nossos pedidos? - pergunta com um sorrisinho nos lábios.

- Não. Tenha uma boa noite, pai. - digo e saio do restaurante.

Eu não acredito que meu pai fez isso!

Tudo isso porque ele acha que não vou aguentar viver sem sua ajuda financeira. Se ele acha que vou voltar correndo para casa, ele esta redondamente enganado! Amanhã mesmo, depois da mudança vou começar a procurar algum emprego. Eu vou conseguir me manter aqui, até o fim da minha faculdade e então aí poderei arrumar um bom emprego e, assim, quem sabe, não acabo ficando aqui mais tempo do que o previsto.

Em uma coisa meu pai estava certo. Eu estava brincando de ser independente.

Estava na hora de andar com as minhas próprias pernas.


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Nota:

E então, o que estão achando?
Não se esqueçam de comentar, dar estrelinhas, divulgar o livro aos amigos e adiciona-lo a suas bibliotecas!
Para mim como escritora, é muito importante saber a opinião de vocês! Então peço, encarecidamente, que comentem, deem suas opiniões... Além do mais, eu preciso saber se querem que eu continue postando aqui!
Beijo grande e até o próximo capítulo!

OBS:

Gente, anteriormente, eu havia dito que seria um cap. para a Rafa e outro para o Carter, mas eu mudei de ideia... Eu vou escrevendo os capítulos, por enquanto, pelo ponto de vista da Rafa e pelo meio do livro vou fazendo alguns capítulos bônus narrado pelo Carter.. o que acham?
Eu acredito ser melhor assim... para manter um mistério na história, sobre o que se passa pela cabeça do Carter..


DOCE TENTAÇÃO - Completo!Onde histórias criam vida. Descubra agora