Cap.1-Tears

43 5 0
                                    

Amber Scott POV'S
    Já sentiram o gosto de uma lágrima? Aquele gosto salgado unido à maquiagem que manchando meu rosto só aumentava o ódio que eu sentia. Perdi meu pai. Uma parte de mim se foi, aliás, tiraram ele de mim. E não sobrou mais nada. Mas isso não vai ficar barato.
    -Amber.- como um tiro, meu próprio nome me tirou dos mais profundos pensamentos. - Vamos?
    - Me assustou, tio Mark.
    - Desculpe querida.
    - Tudo bem. Só mais um instante.
    Aquele era o momento que eu teria que me preparar para ver a face do meu pai pela última vez em toda a minha vida, pegar em sua mão, mesmo que não me passe confiança e carinho como o costume. Não é fácil ter essa certeza dentro de mim, a verdade machuca, porém é a melhor.
    Ainda teria de suportar ser envolvida pelo abraço de pessoas desconhecidas. Não podia me deixar levar pelos olhares piedosos, e falsos, pois naquele momento ninguém saberia a real dimenção da minha dor. Ainda mais porque agora todos são suspeitos.
    - Querida, vamos nos atrasar.
    - Ta bom.
    Tio Mark se aproximou, enxugou minhas lágrimas e me abraçou tão forte que eu podia sentir sua respiração lenta. Com o abraço dele, me sentia confortável, mas não era o suficiente para que eu parasse de chorar pelo menos um segundo.
   No caminho para o cemitério, meus pensamentos só me sufocavam e minhas lágrimas afogavam-me, e tudo isso só me derrubava mais.
    E lá? Pessoas e mais pessoas estranhas me encarando com dó, imagonando que agora eu era orfã, por mais que todos negassem a pena de mim era grande, pois apesar de não ter mãe, agora estou também sem pai.
    Queria ser tão forte quanto demonstro ser. Sei que tenho um coração porque senti ele se partir assim que vi meu pai estendido naquela urna marrom cheia de detalhes.
    Algumas pessoas derramavam as mais falsas lágrimas, mas outras simplesmente conversavam, porém para mim eram apenas ruídos em minha volta. Outras rezavam. Rezem, mas rezem pelas suas almas, pois vou encontrar quem fez aquilo com meu pai e nesse momento vão precisar de Deus.
    Eu estava em guerra comigo mesma, excesso de pensamentos e falta de palavras, mal conseguia ficar de pé. Mas eu precisava ser forte. Eu seria forte. A dor iria passar e nada me abalar.
Notas

Capítulo meio deprê né? Mas prometo que no próximo vai ser mais animado.
Se gostaram, votem, comentem (aceito sugestões) e indiquem aos seus amigos.
É a primeira fic que eu levei a sério e estou me esforçando ao máximo.
Prometo que o próximo capítulo será um pouquinho maior e assim por diante.
Então é só isso. Beijo pra quem quiser (Luba)!!

Forgive meOnde histórias criam vida. Descubra agora