Yuura
Mais um dia cansativo e desgastante estava chegando ao fim. Mesmo amando meu trabalho e ficando extremamente satisfeita com ele, passar o dia em um escritório tendo reuniões com CEOs de vários países era um trabalho chato e cansativo. Tudo o que eu queria era minha banheira, uma taça de tinto e uma longa noite de sono. Infelizmente, minha vida corrida só me permitia sonhar com isso enquanto dirigia para o último compromisso do dia. Iria entrevistar um candidato à vaga de secretário. Devo admitir que mantive um certo preconceito por ser um homem e não uma jovem mulher. As minhas muitas experiências me fizeram acreditar que homens definitivamente não são confiáveis.
O restaurante, escolhido por ele, era em uma área nobre da cidade. De longe avistei o pequeno prédio iluminado por algumas luminárias no gramado. Era simples por fora mas muito aconchegante por dentro. A neve caía pesadamente do lado de fora, fazendo com que várias lareiras estivessem acesas ao longo do restaurante. Assim que entrei fui recebida por um garçom que rapidamente tirou meu casaco e apontou para uma mesa no fundo do estabelecimento. Um homem de jeans e paletó estava sentado com uma taça de vinho na mão, olhando interessadamente para fora da janela. Me aproximei e antes que pudesse chamar sua atenção ele se virou lentamente e abriu um sorriso para mim. Senti um arrepio em meu corpo e rapidamente estiquei minha mão para ele, tentando esconder o desconforto presente entre minhas pernas. O homem se levantou e apertou firmemente minha mão, mantendo o sorriso no belo rosto. Controlei minha vontade de desviar os olhos e me sentei, apontando para a cadeira em minha frente.- Então, Lucas, certo? - perguntei assim que ele voltou a se sentar.
- Exatamente. Gostaria de uma taça de vinho? Eles tem uma safra de 1930 maravilhosa aqui.
- Não, obrigada. Irei dirigir mais tarde. O senhor não? - perguntei, já avaliando seus quesitos para saber se contrataria-o ou não.
- Eu não dirijo quando venho aqui. Moro no prédio logo no fim da rua. - sorriu.
O jantar passou rapidamente e minhas anotações a respeito de Lucas já estavam prontas, agora as leria com calma em casa e depois de tomar a decisão pediria para Ana, minha atual secretaria que vai abandonar o posto por estar grávida, lhe dar a resposta.
Lucas insistiu em pagar a conta, o que me fez refletir sobre o motivo de ele querer ser meu secretário. Obviamente ele tinha dinheiro, morava numa área privilegiada, visitava um restaurante de luxo com frequência e pagou a conta sozinho. Fui arrancada de meus devaneios quando saímos do restaurante e senti a neve e o vento cortante passar por minhas pernas nuas.
- A senhorita consegue ir bem até o carro ou quer que lhe acompanhe? - perguntou ele, colocando as mãos nos bolsos da calça jeans.
- Posso ir sozinha, e o senhor? Consegue chegar até seu prédio sozinho? - perguntei, indignada por ele pensar que eu não seria capaz de andar dez passos até meu carro.
- Boa noite senhorita Yuura. - sorriu e se virou, andando calmamente em direção ao fim da rua.
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Extraordinariamente Ao Contrário
Roman d'amourYuura é uma mulher jovem e muito bem sucedida, apesar de nova. CEO de uma Multinacional de cosméticos, roupas, sapatos e acessórios femininos, com raízes coreanas Yuura tem um enorme e lindo cabelo castanho, um pouco cansado de tanto ser cobaia dos...