Terror na escola

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Comecei a ver aquele diário como algo bom, como se fosse um sinal que meu dia seria perfeito. Mas adivinha quem se enganou?
Pena que tudo que é bom dura pouco, as coisas começaram a dar errado assim que eu saí de casa.

6:40 AM, estava indo para a escola quando encontrei com meu namorado, o nome dele é Rafael, ele é o tipo de garoto perfeito, moreno, alto, super gentil e carinhoso. Estávamos juntos à um mês e eu era completamente apaixonada por ele. O único problema era que nosso colegas e familiares não aceitavam muito nós dois juntos, pois tínhamos estilos diferentes de mais e por Rafael ser um ano mais novo que eu.

Rafael: Oi amor!
Thalita: Oi vida!
Rafael: Amor eu precisava ter uma conversa séria com você...

Eu não sei porque, mas tinha alguma coisa estranha com ele. Okay, ele ainda estava todo carinhoso, mas parecia preocupado, como se algo muito ruim fosse acontecer com o nosso namoro.

Thalita: Sobre o que é? Aconteceu alguma coisa?
Rafael: Sim, na verdade vem acontecendo a muito tempo...
Ficamos calados por algum tempo, o clima entre nós ficou completamente diferente, e milhares de coisas ruins passaram pela minha cabeça.

Será que ele havia me traído? Ou talvez tenha se apaixonado por outra? E se ele não me amasse mais?...

Rafael: Amor, depois a gente fala sobre isso... - disse meu namorado cortando meus pensamentos negativos - Agora vamos para a escola.

Não tinha me dado conta, mas ali se passaram quase meia hora, tínhamos apenas dez minutos para chegar e o pior a escola ainda estava muito longe.
Perdemos a primeira aula e ainda por cima levei uma bronca enorme da diretora, por causa das minhas faltas. Tive que ficar esperando sozinha até a troca de professores pois a turma do meu namorado estava na Educação Física. E apesar de tudo nem um daqueles problemas tiravam da minha cabeça a tal conversa que o Rafael queria ter comigo, nunca tinha ficado com tanto medo de perdê-lo.

O sinal bateu, isso indicava que havia começado a segunda aula e eu tinha que ir se não quisesse perder essa também.
Cheguei na sala e me lembrei que meus problemas eram bem maiores ali, fazia menos de uma semana que eu havia trocado de turma, e digamos que eu não me dei muito bem com aquelas novas companhias. Sempre fui muito anti-social, a maioria das minhas amizades eram virtuais, e sinceramente nunca gostei de nem uma das pessoas da nova sala.
Parecia que o tempo não passava, as aulas ficavam cada vez mais chatas e os professores me davam sono. Eram regras gramaticais, equações, historias antigas, tabela periódica, regiões do mundo, tudo tão inútil, sempre me pergunto, onde é que eu vou usar essas coisas na minha vida?
Por mais incrível que parecesse a aula finalmente acabou e eu pude esperar o Rafael para ir embora.

Ele chegou perto de mim com a mesma expressão séria de quando nos encontramos de manhã, isso só me deixava mais aflita, eu estava com um pressentimento muito ruim, e tinha quase certeza que minha preocupação não era em vão.

Thalita: Oi amor!
Rafael: Oi Thaly

Eu realmente não estava acreditando no que havia ouvido, meu namorado tinha acabado de me chamar de "Thaly", ta bom que esse era meu apelido, mas ele deveria me tratar mais como namorada, e não como uma simples amiga! Não consegui me controlar, sempre fui muito estressada, e as palavras acabaram saindo sem que eu percebesse.

Thalita: Tudo bem Rafael, percebi onde você está querendo chegar com tudo isso!
Rafael: Thaly não é bem assim, deixa eu explicar...
Thalita: Não, você não tem que me explicar nada, não me deve satisfações, pelo menos não mais... -após um momento de silêncio eu terminei a frase quase chorando - ACABOU RAFAEL, ACABOU!

Eu virei as costas para ele e as lágrimas começaram a sair rolando pelo meu rosto automaticamente, eu não consegui pensar em nada, só queria chegar em casa, me trancar no e chorar até morrer.
Enquanto eu quase corria ouvi apenas algumas palavras do Rafael

Rafael: Thalita!!! Espera, você entendeu tudo errado!

Eu não queria saber de mais nada, a raiva dominava meus pensamentos, naquele momento eu só precisava sair dali e ficar longe de todos.
Antes de chegar em casa começou a chover, só para piorar meu humor, ainda por cima eu estava sem guarda-chuva e a chuva só aumentava. Parecia que tudo estava dando errado na hora errada, um caminhão passou do meu lado em alta velocidade jogando lama em todo meu corpo, quase fui atropelada ao atravessar sem olhar para os dois lados da rua e parecia que todos olhavam para mim, que as pessoas riam da minha aparência ou simplesmente tinha pena da garota imunda e chorona que eles viam no meu lugar.
Assim que cheguei em casa joguei minhas coisas na sala e fui direto para o banheiro.

Mãe: Thaly? Está tudo bem?

Eu simplesmente ignorei, e terminei subir as escadas correndo, ela deve ter pensado que eu estava nervosa por conta do banho que tomei na volta pra casa.
Depois de sair do chuveiro fui direto pra cama, eu não conseguia pensar em nada, queria voltar no tempo, queria meu namorado de novo!
E se eu estivesse errada? E se tudo aquilo fosse coisa da minha cabeça?
O Rafael podia não ter culpa de nada, eu não deveria ter explodido assim, sem ao menos ter escutado o que ele tinha a dizer.
Me sentia uma completa idiota, estava com uma raiva absurda e a única coisa que eu conseguia fazer era chorar, feito uma criancinha quando está com fome ou com a frauda suja.
Eu só esperava que tudo aquilo fosse um pesadelo, e queria que a qualquer momento alguém me acordasse.
Pena que isso não aconteceu, e eu continuei ali deitada na minha cama, chorando sem parar, me culpando por ser tão estúpida e culpando a tudo e a todos por terem estragado meu dia, meu humor e meu namoro.
Chorei tanto que acabei adormecendo e só acordei só no outro dia, sem forças nem uma para ir à aula.

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⏰ Última atualização: Sep 18, 2015 ⏰

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