#Matilde#
Eu: Bem...a mãe disse que quando o nosso pai soube que ela estava grávida ele obrigou a a abortar, mas ela não quis.
Mariana: Mas onde é que ele está agora?
Eu: No estrangeiro - disse baixando a cabeça.
Mariana: E tu nunca quises te descobrir quem é ele?
Eu: Não sei bem....
Mariana: Pois eu quero. Ajudas me? Eu quero saber tudo sobre o meu passado.
Eu: Sim, mas como é que vamos descobrir onde ele está?
Mariana: Não sei - ela pôs a mão na cabeça - deve de haver alguma maneira, mas depois pensamos nisso.
Eu: Sim, também acho. Vamos andando para a minha casa. Pode ser?
Mariana: Claro.
#Mariana#
Finalmente vou conhecer a minha mãe e vou saber o meu passado. Como será a minha mãe? Será que ela ainda me quer ver? Estou um bocado anciosa, porque vai acontecer uma coisa que sempre desejei.
Quando dei por mim já estávamos à porta de casa da Matilde.
Matilde: Aqui estamos. Esta é a minha casa. Vamos entrar
A Matilde abriu o portão e caminhamos até à porta, ela tinha um jardim muito giro e bem tratado.
Ela tocou à campainha e em poucos segundos veio um senhora de cabelo loiro, com una olhos muito bonitos azuis e elegante. Era muito parecida conosco é o que acho.
Assim que a senhora me viu ficou boqueaberta.
Senhora: Não acredito és mesmo tu Mariana?- disse a senhora de lágrimas nos olhos.
Eu: Parece que sim- ela veio até a mim dando me um abraço forte e eu retribui.
Senhora: Eu não acredito. Eu sou a tua mãe, chamo me Catarina, muito prazer. Lembras te de mim?
Eu: Não, muito prazer.
Catarina: Entrem - nós entramos e sentamo nos no sofá que estava lá - então? O que vieram cá fazer?
Matilde: Estamos aqui, porque a Mariana queria-te conhecer para saber sobre a sua família que é a minha também.
Catarina: Bem o que queres saber, Mariana? - disse um pouco atrapalhada coçando a sua cabeça.
Eu: Queria conhecê-la melhor e conhecer também o pai. A Matilde já me disse que ele foi para o estrangeiro.
Catarina: Bem eu vou-vos contar tudo o que aconteceu, vocês já são crescidas e têm idade o suficiente para compreender - ela respirou fundo e começou - eu tinha dezasseis anos quando conheci o vosso pai, nós apaixonamo-nos e passado alguns meses eu descobri que estava grávida de vocês e a primeira pessoa que eu contei foi ao vosso pai. Quando lhe disse ele ficou furioso comigo e subornou-me para abortar, mas eu não aceitei. Eu não queria que ninguém soubesse da minha gravidez, pois eu era muito nova para ter filhos e tinha muito medo, as únicas pessoas que eu contei foi à minha melhor amiga e à vossa avó. Entretanto, fiquei a viver com ela, porque a os vossos avós foram trabalhar para outro país e até hoje não sabem que eu tenho duas filhas. Como já vos disse, eu fiquei com a vossa bisavó e nós não tínhamos muito dinheiro e quase não chegava para duas quanto mais quatro. E então eu optei no dia do vosso nascimento ficar só com uma.
Nisto ela parou de falar vendo lagrimais a envasarem os seus olhos lindos e verdes.
Eu: E o nosso pai?
Catarina: Foi com a sua família para o Porto em Portugal, mas não sei se continua lá.
