Stuck On You

Capítulo 5 - Sem reação

Acordei meio tonta, estava com dor de cabeça, talvez seja pela noite passada. Levantei e fui direto para o banheiro, ainda tinha 50 minutos para o horário da escola. Tomei um banho relaxante e me arrumei. E por mais estranho, senti que devia olhar pra janela, talvez para olhar como o céu estava lindo com o sol nascendo ás 6:30 da manhã. Desci e fui tomar café da manhã com a minha mãe.

-Como você está filha? Vi você meio triste ontem... Mas achei melhor não falar com você, até por que estava tarde...

-Estou melhor mãe, aconteceram algumas coisa entre mim e o Daniel ontem, eu e ele discutimos- eu disse esquentando meu café e me apoiando no balcão.

-Filha, você sabe que pode me falar qualquer coisa não é?

-Sei sim mãe, a propósito, obrigada!- eu disse dando um abraço apertado nela.

-Eu estava andando pelo quintal e, bem, encontrei isto- ela me entregou uma pulseira de coro. A pulseira de coro. - ela é de alguém que você conhece?

-É... É do Daniel mãe!- respirei fundo, olhando para a pulseira em minhas mãos. Ela ainda tinha o mesmo cheiro, a mesma textura, um pouco gasta, mas quase imperceptível.

-Acho que você deveria entregar para ele, pessoalmente. - ela riu

-Mãe!- eu dei uma risada meio falsa- acabei de discutir com ele não vou me redimir á ele assim...

-Filha, faça o que é certo. - ela disse e me deu um abraço- estou indo, não se esqueça de trancar a porta.

-Não mesmo, Sra. Elisabeth. - fiz um gesto de comando do exército.

Assim que minha mãe saiu pensei um pouco como aquela pulseira tinha ido para no meu quintal. Ele tinha voltado na minha casa? Será? Não pode ser possível. Eu briguei com ele, mas... Eu... Eu acho que ele queria me ver, ou relembrar da infância que tivera ali. Sai de casa indo em direção á escola.

[...]

As aulas estavam começando quando eu cheguei, é, cheguei atrasada, por incrível que pareça eu consegui me atrasar com 50 minutos adiantados. Esbarrei em um menino, e imediatamente pedi desculpas.

-Desculpa, eu estou com um pouco de pressa...

-Não foi nada, Aliás - ele estendeu a mão com um cumprimento- eu sou Marco.

-Prazer, Lexi.

Subi e cheguei até a minha sala, bati na porta e a professora Marcia me olhou com desprezo - Posso entrar, por favorzinho?- dei uma risada e fiz cara de cachorrinho abandonado. Entrei na sala e sentei do lado da Kate, ela me questionou pela demora e eu disse que estava conversando com a minha mãe.

-Pulseira bonita. Aonde comprou?

-Ah, é!- eu acariciei a pulseira - Eu achei, na verdade, no quintal da minha casa! E o mais estranho, é a pulseira do Dani!

-O que?- ela me olhou e arregalou os olhos- Como assim? Ele foi te ver a noite? Meu deus Lexi!

-É, bom, não sei. Mas acho bem provável que ele tenha ido ate minha janela relembrar a infância- dei um sorriso de canto.

A Sra. Cavalcante nos interrompeu.

-Algum problema garotas?- ela nos fuzilou com os olhos

-Não -respondemos numa única voz

Assim terminou a aula, fui para a cantina com a Kate. Encontramos o Arthur e, bom, o tal Marco que eu havia esbarrado na entrada. Pedi um lanche natural e um suco de laranja enquanto a Kate comia duas barrinhas de chocolate com morango (ela se achava a Gorda), enquanto os meninos só tomavam uma coca.

-Não esperava te encontrar aqui Arthur, nem você, Marco. - dei um sorrisinho

-É, resolvi passar mais tempo com a minha gata- ele deu uma piscadela para Kate- Você já conhece o Marco? Garota rápida- ele gargalhou com um olhar malicioso.

-Não é isso Arthur- dei um tapinha no braço dele- Eu esbarrei nele na entrada.

-É, sei- ele sorriu ironicamente.

A escola foi tranquila. Quando voltei pra casa, olhei no meu celular e eram umas 17h40min da tarde. Peguei minhas chaves e foi isso que me surpreendeu. A porta estava aberta.

-O que você tá fazendo aqui? E como você entrou?- reagi, com os olhos arregalados.

-Vim te visitar. Ainda tenho as chaves - ele as balançou- e vim entender o que aconteceu ontem á noite. - Daniel sempre falava com uma voz suave, quase como uma melodia.

-Ah, é! Ontem á noite... Eu só não estava bem, pode ficar tranquilo. E me desculpa por ter sido grossa eu não sabia..

-Lex, Lex- ele veio em minha direção, ainda estava parada na porta, e segurou meu rosto fazendo pequenas bolinhas com os dedos- Eu entendo. Não precisa se preocupar, é normal se estressar de vez em quando- ele riu.

-Ainda bem que você entende- puxei-o pela blusa branca com alguns desenhos no canto e afoguei meu rosto em seu perfume- Desculpa mais uma vez.

Ouvi um barulho de carro. Suspeitei que fosse minha mãe, mas quando olhei para fora, não era o carro dela. Era tal Isabela.

-Amoooooooor- ela saiu do carro correndo ao encontro de Daniel que também saiu correndo para abraçá-la.

Fiquei parada na porta, que estava meio aberta, não podia estar vendo aquilo. Eu estava completamente sem reação, não tinha o que fazer. Iria gritar que o amo? Não agora. Percebi que teria que aguentar a vaca da Isabela. Eles deram um longo beijo, e logo vi que, caralho, era ela linda! O cabelo preso num rabo de cavalo com alguns fios soltos, o sorriso dela era de atriz de novela. Estava vestindo uma blusinha amarela com mangas e um short, com uma sapatilha pra combinar. Como poderia competir com ela? Meu deus! Estava literalmente fudida!

-Aquela é a Lexi que você me disse? Que linda!- ela disse vindo em minha direção e apontando pra mim

"Vaca" pensei. Só para o Dani achar que você é simpática! Talvez ela seja e eu sou paranoica. Que seja!

-Olá.- disse com um sorriso falso. Eu não queria conhecer aquela garota. - Agora eu entendi por que ele te namora- uma risadinha pra cortar o clima- Você é perfeita!

-Muito obrigada!- ela corou- Dani me falou muito de você. Fiquei curiosa pra te conhecer.

-Espero que tenha falado bem hein- dei uma cotovelada no braço do Daniel, rindo.

-Pode ter certeza que sim- ele sorriu.- bom meninas, estão apresentadas, agora seja educada e nos convide pra entrar, Lex.

-Ah, claro! Podem se acomodar, sinta-se em casa Isabela!- fiz um gesto de "entrem" e apontei o dedo para a sala, para se sentirem melhor.

Assim que o Daniel entrou, Isabela demorou um pouco e me encarou. Eu encarei de volta sem entender.

-Só por que você é amiga dele estou mostrando simpatia, não pense que você vai ficar no meu caminho, vadia.