Cap. Oito - Existe amizade entre homem e mulher?

12 0 0
                                    

Não existe amizade (SEM INTERESSE) entre homens e mulheres!

Esses dias atrás, conversava eu com uma pessoa que trabalha comigo sobre amizade ente homem e mulher, esboçamos nosso sentimento recíproco dessa amizade. E ela era uma mulher incrível, que estava para se casar com um rapaz adorável; gente boa realmente, destes que se vale a pena ter amizade de longa data, sabe? Porém, apesar da sua beleza e seu jeito meigo e maduro, não a considero como mulher e isso me possibilita ter uma amizade verdadeira, cuidar, me preocupar, como se fosse com alguém da família.

No momento em que eu disse "você não é mulher", pude ver a expressão de não entendimento no rosto dela, porém com certeza depois de observar MEU ponto singular de vista, ela entendeu. E, assim eu posso afirmar 

– Não existe amizade entre homem e mulher, se o homem enxergar a mulher como mulher...  

- o  Autor

A era da escola acabou há tanto tempo, hoje posso confessar que tentei... Com minha nova identidade psicológica, escondia-me de mim mesmo dentro das garotas que eu conquistava, mas uma garota parecia me conhecer tão bem que não me via assim, ela podia ver em mim aquele garoto ingênuo e simples, romântico e intelectual. Essa garota era Natália, da mesma sala que eu evitei entrar quando fui transferido do período noturno para o vespertino - odiava acordar cedo, mas ela era uma nerd que adorava meu estilo, meu jeito descolado e palavras bobas, poemas, músicas, mas sempre na defensiva quanto à sentimentos, o futuro dela com certeza não era o garoto transferido e o meu não seria a nerd magrela do ensino médio.

Seu nome era como aquela canção do Legião Urbana, ela era muito diferente, era um tipo de mini-ativista entendem? engajadas nas causas de proteção do planeta, e hoje eu a admiro por isso, mas não era assim na época. Ela estava longe demais do meu alcance, tinha cabelos pretos e cacheados, jeitinho de garota mimada, sempre se impondo sobre as garotas que não faziam questão de mostrarem sua intelectualidade e exatamente isso a deixava fora do meu alcance - ser inteligente demais. Só queria que Natália se visse como uma amiga, mas eu não sabia como era amizade entre homem e mulher e com certeza eu ia colocar tudo a perder, mas ela se via como uma tutora da minha moralidade sempre tentando me convencer deixar meu lado bom falar mais alto, como se adiantasse. Nós possuíamos um elo de confiança estranho, trocávamos olhares e por vezes senti que daríamos certo e por outras tive a certeza que não, independente disso tudo não aconteceu nada. Nunca aconteceu nada. E provavelmente não acontecerá.

Nati destacou-se no colégio, mas por motivos diferentes dos meus. Ela era uma confidente, pois eu sempre pensei que estaria inacessível e como uma tentação, sempre estava ali tão perto dos meus olhos, das minhas mãos e minha boca, mas ela era um sonho ou fantasia, que se eu estendesse as mãos desapareceriam, e não podia arriscar perdê-la, afinal ela era a única garota que eu não dava em cima e não fazia questão de tentar conquistar. Os dias passando rapidamente, o ano acabou e recomeçou...

Ela sabia que em mim não haviam só trevas, mas sim um tipo de camuflagem para impedir que me vissem como um romântico, que existia bondade.

O ano começou e trocamos uns poemas, algumas cartas e ela me ensinou o gosto refinado pelos livros, não as coisas excêntricas que eu lia, mas os clássicos e os românticos.

Éramos amigos, sem nenhuma segunda intenção, ou ao menos era isso que eu achava, sem saber eu me abri e revelei meu ser interior, isso conquistou Natalia de verdade, ela era apaixonada pelo meu lado mais romântico, poesias e musicas, mas odiaria ter que viver com a presença de uma sombra em mim. Sem saber eu a perderia pouco tempo depois e não a veria nunca mais.

Nunca a esquecerei pois ela foi o marco para resgatar aquele garoto ingênuo e simples que eu havia enterrado pois, só ele poderia ter tido a chance de conquistá-la, jamais o conquistador que eu era...nunca o conquistador que eu era. Mas o idiota estabanado que eu fui.

"naquela época, eu saía com a garota mais deliciosa e cobiçada da minha sala, e nem sei por que ela gostava de mim, afinal eu era bobo e imaturo, era inconstante e imprevisível, era galante, mas era também um amante... eu ainda saí com mais três outras garotas da mesma sala, e uma estagiária substituta, mas nunca a Natália, nunca quis que acontecesse para que jamais pudesse haver lembranças ruins!"

Ela passou a me ensinar como conquistar as garotas sendo assim como ela me via, e eu me modifiquei; me tornei misterioso e sempre com um olhar de malícia, que despia quem eu olhasse. Aprendi a deixar que as circunstâncias me levassem e me permitissem uma estratégia.

Eu estava era louco por ela, mas foi aí que soube, ela iria embora. Achando que ainda teria uma última chance, me declarei em cartas, que ela quis retribuir, mas o destino me pregaria outra peça e me impediria de chegar a tempo do seu embarque, e me deixou a poucos metros do lugar; não perto o suficiente para tentar um beijo ao menos, nem tão longe que não pude vê-la partir...

"Hoje, bem mais experiente aprendi que o destino nos impede de fazermos coisas que possamos nos arrepender no futuro, e por causa de um capricho, hoje eu poderia não ter mais essa lembrança boa de Natalia, mas não uma amizade. Era um amor de amigo."

Nesta época entrou na minha vida uma tal ruiva... E, não saiu nunca mais!


NotívagoOnde histórias criam vida. Descubra agora