Cap. Dois - A festa, sem censuras

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  • Dedicado a Moisés Goulart
                                    

Esta festa foi um marco na história das histórias não contadas; nesta época era um amante mais que um trapaceiro, era doce e carinhoso, não tinha tantos romances como eu gostaria, era muito novo, mentiroso e falso como o filho do diabo, mas não era cruel, era romântico e iludido facilmente por olhos brilhantes, não haviam tido tantas pessoas que eu amei na vida, sempre pude contar com o colo da minha avó, pra dizer meias verdades e escutar conselhos inteiros.

Nesta época, dessa festa, minha avó AINDA estava viva, estava sempre cuidando de mim, pois sabia lá no fundo que o rapaz que ela criou estava se perdendo buscando alguma coisa que não alcançaria e acabaria se ferindo. Ela estava certa.

Pois é, passei de admirador das noites serenas, para uma alma das trevas. Minha vida era ir ao limite como se fosse realmente ser o fim, mas ele nunca chegava. Alguns amigos me deixaram por causa disso e outros se aproximaram, pessoas me odiavam e outras me adoravam, como um ser, não alguém, era como ter o controle das mentes apenas com gestos, sem nenhuma influência com palavras.

Foi em meio a essa crise e por causa dessa dor que eu fiz as amizades mais fortes e duradouras que já vivi.

Eu estava no mais profundo abismo; de onde ninguém podia me tirar e nem mesmo eu pensei que houvesse saída, mas outra lição que eu ia aprender é que não existe a palavra "impossível".

E assim perdido, confuso, sempre inconstante e imprevisível, ora só, ora no meio de multidões que conheci uma garota que mudaria muito da minha essência: Danielle – a diabólica.

Uma morena, de olhos castanhos, que possuía um beijo ardente e um jeito de tocar os outros que passava para as pessoas o que ela sentia, ela era uma garota-problema, que tinha problema com a família e eu era um garoto, mas eu tinha problema naquela época com tudo e todos, eu era apenas um problema ambulante.

Se fosse hoje, eu nem teria tido problemas para resolver os meus problemas.

Foi numa das noites vazias que eu saia para beber, que conheci uma turma que mudaria minha vida, Stéfany era a mais descolada, e viria ser minha cunhadinha, Jú; que me salvou muitas vezes depois, Fran era irmã mais nova da Dani, gostava de mim, mas nunca rolou nada, Maritza, com os olhos mais poderosos que já notei e Fernanda. Sem esquecer de mencionar a indiazinha; Danielle!

Essas meninas quase me mataram muitas vezes, me colocando em muitas roubadas, mas elas me ensinaram literalmente a ganhar qualquer garota, elas não conheciam limites, hoje Stéfany, está vivendo uma vida normal, tranquila e medíocre, mas fiquei sabendo que ela até já foi presa, Fernanda e Maritza, namoraram uma época e hoje nem se falam, Fran cresceu e ficou mais linda que todas as outras e Dani, desapareceu. Ela realmente só foi mais uma decepção.

(...)Eu era um rebelde apenas, mas  numa daquelas noites de vinho, eu e outros dois caras estávamos afim de Dani, sempre haviam pessoas bebendo e fumando, ouvindo musica idiota, curtindo a metade da madrugada que tínhamos pra curtir. Na verdade eu queria mesmo era ir embora, pois não suportava mais aquele clima de fim de festa, pelos cantos paquerando uns aos outros e eu sempre sobrava, mas para meu espanto ao levantar-me a fim de ir embora, Dani me seguiu e num simples gesto os outros dois entenderam, o garoto que não queria, foi quem acabou ganhando a garota.

Sentamos na frente de uma igrejinha perto de casa, passamos a noite sentados, beijando e conversando como há muito tempo eu não fazia. Naquela hora, minha parte humana ainda acreditava na bondade das pessoas e eu era tão ingênuo que acreditei que ela poderia ser legal comigo e poderíamos ser felizes;  aquelas coisas todas que os apaixonados sentem que vai acontecer, mas não acontecem...

Depois de ir embora, a questão era pensar como nos reencontraríamos, mas ela estava na mesma escola que eu... em outro período, daí foi só pular o muro toda tarde para ficarmos nos beijando pelos cantos, até que a relação começou se desgastar, sempre comigo correndo atrás dela... Quando Stéfany me ensinou a ser o garoto perfeitinho, mas apenas para conseguir as garotas, ela sabia como fazer para eu conseguir cada uma diferente da outra...

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