II

350 46 15
                                    

— Pai, cheguei! — Gritei para que a vizinhança inteira pudesse ouvir, enquanto trancava a porta de casa.

Uma voz da cozinha respondeu:

— Percebi.

Meu pai estava debruçado sobre uma pilha de papéis, com um computador ligado logo à frente. Fotos estavam espalhadas por toda a mesa de jantar e algumas estavam marcadas com pequenos papéis que diziam ''cena um'' ou ''cena dois''.

— Não mexa em nada. — Meu pai falou, sem se dar ao trabalho de erguer os olhos. — Estou trabalhando há horas para separar todas essas provas e deixar tudo pronto para o julgamento amanhã.

Suspirei.

Desde que minha mãe morreu, quando eu tinha onze anos, meu pai deixou de ser ''pai'' e se tornou apenas o ''Dr. Payne'', um dos advogados mais procurados da região. Sem minha mãe, ele simplesmente procurou outra forma para continuar vivendo e isso significou se jogar no trabalho como nunca antes, muitas vezes sem nem mesmo se preocupar com a minha existência.

— Vou para uma festa hoje, ok?

Ele finalmente ergueu o olhar. Um, dois, três... Três segundos! Recorde do mês!

— Okay. — Respondeu, já de cabeça baixa de novo. — Não chegue muito tarde.

Revirei os olhos. Como se você fosse perceber se eu chegasse.

Subi para o meu quarto pulando dois degraus por vez e tranquei a porta quando passei por ela, mesmo sabendo que meu pai nunca sairia da frente do computador.

Liguei meu próprio computador e comecei a procurar nas redes sociais por Zayn. Não sabia o sobrenome dele, o que dificultou mais a minha busca, apesar do nome incomum e exótico, parece que mais pessoas gostaram também, mas por fim descobri que ele simplesmente não existia em nenhum lugar. Optei por colocar ''Felipe da Escola Meredith Jones'' na barra de busca e a lista de alunos da escola saiu na tela.

Passei os olhos por todos, até que me deparei com uma foto desatualizada dele.

Não tinha nada escrito sobre ele. Nenhum curso extra. Nenhum prêmio. Nada. Tudo o que tinha era seu nome completo e o nome dos pais. Bati o punho com força na mesa. Assim eu nunca saberia como me aproximar dele!

Bem, pelo menos agora eu sabia seu nome completo. Zayn Jawaad Malik.

Fui para o banho com esse nome na cabeça.

————

Escolhi uma calça jeans preta desgastada e uma camisa polo azul marinho e joguei em cima da cama, depois fui para a frente do espelho e sequei o cabelo.

Toda vez que eu fazia isso, lembrava da minha mãe. Meus cabelos, agora curtos, tinha exatamente a mesa cor dos delas: castanho claro. Às vezes eu fechava os olhos e lembrava quando era pequeno e como ela costumava pentear os meus cabelos todas as manhãs, colocando-os de lado, que eu bagunçava e desfazia assim que entrava na escola.

Pisquei os olhos para voltar ao mundo real e depois deixei meu cabelo bagunçado do jeito que estava desde que sequei. Vesti a roupa e desci a escada.

— To indo, pai!

— Hum! — Foi a resposta.

———

Estacionei o carro no início da rua onde a festa estava acontecendo para não ter mais problemas e fiz o restante do caminho a pé.

A casa de dois andares de Danielle parecia mais uma mansão, com enormes janelas e um jardim bem cuidado, o mesmo todo empilhado de jovens bebendo e jogando conversa fora. A música alta fazia as paredes tremerem e ultrapassavam o volume considerado saudável.

— Liam! — Assim que me viu, Danielle se jogou em meus braços. Já estava visivelmente bêbada e tropeçava nos próprios pés. — Nem acredito que você veio! Você está muito gostoso nessa roupa.

Ri do comentário e tomei a garrafa da mão dela

— Eu sei.

Tomei um gole.

— Liam! — Louis me chamou de longe e caminhei entre as pessoas até chegar neles. Bati na mão de todos.

— To pensando em pegar aquela gatinha ali. — Will disse, apontando para uma garota que dançava sensualmente e olhava a cada três segundos para ele.

— Cara, ela quase não tem peitos! — Troye resmungou.

— O que ela não tem de peitos, tem de bunda. — Retrucou Will. E depois jogou o cabelo castanho para trás e foi em direção a garota.

Eles continuaram discutindo sobre mulheres, mas não estava muito bem naquela noite. Bebi mais alguns goles de whisky, mas não pareceu surtir efeito. Minha mente sempre voava para coisas aleatórias e por fim terminavam traçando um caminho até a minha mãe. Não sabia porquê estava pensando tanto nisso, mas aquilo estava me deixando louco.

Abandonei a garrafa em uma das meses e saí da festa sem te ficado lá nem mesmo trinta minutos.

Enquanto eu andava até o meu carro, vi um garoto ao longe se aproximar. O capuz cobria seu rosto e a escuridão da noite também não ajudava, mas ele me parecia familiar de alguma maneira.

De repente uma caminhonete dobrou a esquina da rua na maior velocidade e o garoto pôs a correr na minha direção. Fiquei sem reação quando vi a caminhonete se aproximar dele e um grupo de caras começarem a atirar latinhas e garrafas no garoto.

Minhas pernas voltaram a se mexer.

— Ei! — Gritei. O motorista da caminhonete xingou alto e depois acelerou. Quando passou por mim, reconheci os jogadores do meu time de futebol da escola apertados ali dentro.

Cretinos!

Corri até a garoto. Uma das garrafas o atingiu na cabeça e ele estava tentando se levantar, mas claramente estava zonzo demais pra isso.

— Deixe-me ajudar você. — Segurei-o pelo braço e o ajudei a ficar de pé.

Foi quando vi seu rosto. Mesmo manchado de sangue, eu reconheci muito bem.

Era Zayn.

-------------

Bem, queria me desculpar pela demora, fiz uma burrice enorme, por isso não att antes.

Se tiver algum erro, relevem e leiam minhas outras fanfic ziam que postarei em breve :)

tchau ♥

Como Não Te Amar? ⚪ziam⚪(hiatos)Onde histórias criam vida. Descubra agora