Jet Black Heart » Michael Clifford

Chapter 2

(...)

Michael

Hoje é o dia que vou saber os resultados dos exames que fiz. Posso ter entrado ou não na universidade.

São 7.45h e eu estou à porta da escola, entusiasmado. Desloco-me para o corredor onde vão ser afixadas as notas. Só por volta das 8h é que vão as colocar. Então agarrei no meu telemóvel e coloquei os fones, ligando-os ao aparelho. Depois fui às músicas e pu-las a tocar em aleatório. A primeira que apareceu foi a Hallelujah dos Panic! At The Disco. Quando dei por mim, estava a cantar uns versos baixinho.

My life started the day I got caught

Under the covers

With secondhand lovers

Oh, tied up in pretty young things

In a state of emergency

Who was I tryna be?

Encostei-me à parede e deslizei até me encontrar sentado no chão.

No fim da música passou All Time Low. Muitas das músicas que ouço inspiram-me. Cada verso é como uma lição de vida para mim.

Olhei para o relógio e reparei que já eram 8h. Como não reparei nas pessoas à minha volta que parecem tão ansiosas quanto eu?

Pus-me em pé num salto, desliguei a música e guardei o telemóvel no bolso. Caminhei num passo nem muito rápido nem muito lento e fui de encontro às pautas.

- 12ºA... 12ºA...12ºA! Aqui está! - falei para os meus botões.

Procurei o meu nome e percebi que tinha entrado!

Fiquei tão feliz naquele momento! Finalmente estava a concretizar um dos meus sonhos.

Naquele momento só me apetecia cantar, tocar, saltar, fazer tudo e mais alguma coisa.

Sai da escola e fui direto ao bar onde trabalho, para dizer que tinha entrado na Universidade.

- Olá Daniel. - disse com uma cara meio em baixo.

- O que aconteceu, Mikey? - perguntou preocupado o meu colega de trabalho.

- Oh... Nada. Só que entrei na melhor Universidade da Austrália! - respondi alegre.

- Fogo! Assustaste-me caramba! Parabéns, puto. - ele pode ser da mesma idade que eu, mas como é uns 5 cm mais alto que eu, trata-me como fosse "puto". Não me importo até. Acho engraçado.

- Obrigado! - dei-lhe um abraço a agradecer. - Estás a precisar de ajuda?

- Não. Mas queres alguma coisa? É por minha conta. Só porque passaste. - piscou-me o olho.

- Pode ser uma cerveja. - Já tenho 19 por isso posso beber.

- Aqui está. Bom proveito. - falou colocando a cerveja em cima da bancada. - Mas não exageres.

- Sim, pai. - bufei.

Ele foi para o local onde deixamos os nossos pertences e, deixou-me ali sozinho com a minha bebida e meia dúzia de pessoas com o seu próprio pedido.

A campainha da porta soa.

Entra aquela rapariga.

A rapariga.

Ela vinha com os fones nos ouvidos a ouvir música possível, e trazia um sorriso no rosto. O sorriso é lindo!

Tinha de lhe perguntar ao menos como ela se chamava.

- Olá.

Ela tirou um fone e depois respondeu-me:

- Olá. Tu não és aquele rapaz que me atendeu no outro dia?

- Sim, sou eu. Mas só trabalho no turno de tarde por causa das aulas.

- Ok. - sorriu. - Já agora como te chamas? - perguntei.

- Kimberly. Mas podes tratar-me por Kim.

- Kim... Eu sou o Michael. Mas podes tratar-me por Mikey. - apresentei como ela, rindo um pouco.

- Foi um prazer conhecer-te, Mikey.

- Igualmente, Kim. Vemo-nos um dia talvez, quando voltares aqui ao café?

- Sim, pode ser que sim. - sorriu mais uma vez e saiu com o seu pedido, uma garrafa de água.

Só tirei os olhos de cima dela quando a perdi de vista.

Levantei-me do banco e algo branco caiu. Parecia um papel. Peguei nele e vi algo escrito:

"Gostei de te conhecer, Mikey :)

Pode ser que nos encontremos um dia por aí...

Kisses, Kim "

Dei um sorriso fechado e guardei o bilhete no bolso de trás das minhas calças. Deixei uma quantia de dinheiro em cima do balcão e saí do estabelecimento.

(...)

"We are the new Americana, high on legal marijuana, raised on Biggie and Nirvana, we are the new Americana..." - o som do toque do meu telemóvel soou por o meu quarto.

Saltei, literalmente, do sofá onde estava deitado a ver "Empire" e corri para o meu quarto. Peguei no telemóvel que estava a carregar e vi um número desconhecido.

"Sim?" - atendi.

"Mikey." - sorri.

"Olá, Kim. Como conseguiste o meu número?"

"Tenho os meus contactos." - riu-se.

"Foi o Daniel." - adivinhei.

"Sim." - quase que podia jurar que ela tinha abaixado a cabeça como estivesse um pouco envergonhada.

"Ahah, não faz mal. Então porque me ligaste?"

"Queria marcar um encontro... Para sequestrar-te!" - disse a última parte com uma voz sinistra e depois começou a gargalhar.

"Oh meu deus! Ahahah"

"Olha manda mensagem porque eu estou a ficar sem bateria. Beijo."

"Ok. Beij..." - e a chamada foi a baixo.

Ela tem um sendo de humor incrível.

Fui ao registo de chamadas e guardei o número dela como "Kim :)". Depois fui à aplicação das mensagens e mandei-lhe uma mensagem:

"Hii! Sábado às 15h no bar? Depois vamos passear em algum lado :)"

Recebi a resposta uns segundos depois.

"Hiii! Está combinado. Até sábado, ou algum dia que nos vejamos ;) "

"Adeus :)"

":*"

Bloquei o telemóvel e voltei para a minha tarde de séries.

Mal posso esperar por sábado.

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Eles vão ter o "primeiro encontro"! Quer dizer, é só para se conhecerem melhor ;)

Espero que estejam a gostar :)

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Cris xx