~Um~

266 15 3
                                    

~ Recomendo que Coloque a música acima, na hora em que Ele chegar na festa :)

- Nunca Tive muita sorte na Vida. Todo o problema começou no Dia em que nasci. Minha mãe tinha rotina dupla. Durante o dia vendia peixes na feira, e a noite era garota de programa. Em uma dessas noites de trabalho, engravidou de Mim, e mesmo em condições horriveis, não me abortou. Mas nove meses mais tarde, me jogaria numa lata de lixo minutos após Meu Nascimento.
- E Como você sobreviveu? - perguntou
É mesmo necessário responder? Pensei.
- Uma Senhora viu Todo o ato. Na verdade, metade dele. Ela estava colocando o lixo pra fora de casa, Quando viu Minha mãe colocar uma caixa de sapato na lixeira. Foi até lá e me encontrou. Na mesma hora começei a chorar, e dias depois Minha mãe foi encontrada. Assim, o primeiro choro que dei, mandou Minha mãe pra prisão.
- Você conheceu seu Pai?
- Não. E nem pretendo.
-Porque?
- O Que devo esperar de um homem que engravida uma prostituta vendedora de peixes? - respondi com ironia.
- E Depois? Onde morou?
Quanta pergunta chata
- Fui pra um orfanato. Fiquei Por lá até meus 9 anos, até que Minha outra mãe, Helena me adotou. Dei graças a Deus nesse Dia. Porque não tenho boas lembranças daquele lugar.
- Porque?
- Não importa - resmunguei
Já estava perdendo a paciência.
- E agora? Como está sua Vida?
- Agora, faço Minha faculdade de Medicina, pinto meus quadros, costumo viajar e ir em todas as festas que me convidam. Moro com Helena ainda. E não pretendo casar, ter filhos ou qualquer baboseira do tipo.
- Ok Sr. Gollen, acabamos Por hoje. Quero ressaltar que ouve grande progresso nos últimos meses. Você está mais confiante. Mas ainda iremos continuar com a medicação. Nos vemos mês que vem - disse o Sr. Baldini, o psiquiatra que eu sou obrigado a aturar Todo maldito mês.
Levantei e apertei sua mão. Sai do consultório e Fui direto para o estacionamento. Meu Pagani Se destacava entre todos os outros carros.
Ouvir o ronco daquele motor era música pra meus ouvidos. Estava na Minha Disneylândia. Acelerei com Tudo e Fui para casa do Lincon. Meu amigo Da faculdade. A festa dele promete.

- E Aí Dominic! Pensei que você não viria! - Lincon veio me cumprimentar com uma garrafa na mão. Já estava bem animadinho a proposito.
- Já falei pra você não me chamar Assim Caralho, É Dom.
- Dom, Com, Pom, Lom não importa. O que interessa é que você chegou e pelas minhas contas Já Tem umas 50 calcinhas molhadas, então a festa pode Começar!
Saí de perto desse maluco e Fui pra o bar improvisado. Pedi Vodka com suco de abacaxi. Meu preferido. Peguei a bebida e Fui para o segundo andar Da casa. Entrei na varanda e acendi um cigarro. A festa estava lotada, e era possível escutar o som alto a quarteirões dali.
Quanta puta universitária doida pra rasgar o rabo.
A frente Da casa estava tomada de gente e carros.
Não sei quanto tempo Fiquei ali, Mas sei que foi muito, a julgar pelas 6 trocas de músicas consecutivas. Estava prestes a descer novamente Mas uma aglomeração começou a Se formar, oque prendeu Minha atenção. Tentei entender o que estava acontecendo e Por fim consegui ver; um homem que parecia bastante alterado, golpeando uma mulher com murros e bofetadas. E não era qualquer mulher. Puta que pariu, que mulher linda.
Não Pensei duas vezes. Peguei Minha garrafa, bati contra a parede pra quebrar o fundo e coloquei o cigarro na boca. Aquele homem Tem que brigar com alguém do tamanho dele.

- Sua Vagabunda! Cadela! Eu te trouxe então você está comigo! E Tem que fazer o que eu mandar! - gritava o homem enquanto segurava a moça pelo cabelo
- Me solta! Eu não pedi pra vir! Você está me machucando!
- Acho Que Ela pediu pra soltar - falei calmamente.
- E Quem é você babaca? Vai me dizer que comeu Ela? - respondeu o homem com um sorriso
Agora ele passou Dos limites
Tirei minha jaqueta de couro e joguei no chão. Empurrei ele pra trás e cai sobre seu corpo. Então a enchurrada de socos começou. E eu sei que é doentio, Mas contei cada murro. 54 até o momento. O sangue começou a espirrar no Meu rosto, o que só me animava mais.
- Para! Para pelo amor de Deus! Você vai matar ele! Deixa ele! - a mulher gritava, tentando puxar Meu braço Mas Nem Se quer olhei pra Ela
A aglomeração ficou ainda maior e a música parou, o homem mal respirava em baixo de mim e seus olhos, uma vez ou outra fechavam. Até que senti Lincon e mais três homens me puxarem pra trás. Caímos todos no chão e um deles tinha o braço em volta do Meu pescoço me imobilizando.
- Porra Dom! Que merda você Tá fazendo? Quer matar o cara?! - Lincou berrava enquanto Se ajoelhava próximo ao homem desmaiado no chão
- Sim- respondi e virei as costas. Chega de confusões Por hoje. Queria fazer uma boa ação, defendi a moça e ainda Sai Como vilão Da história. Pra variar.
Desliguei o alarme e estava prestes a entrar no carro Quando senti uma mão pequena tocar Meu braço. Me virei e lá estava Ela, a moça que defendi minutos atrás. Seus olhos azuis eram maiores do que pensei e pareciam assustados, seu cabelo negro estava despenteado, A boca Fina tinha um corte provavelmente pela surra que levou e rosto pálido estava encharcado de suor.
- O Que Você Quer? - perguntei
- Agradecer - respondeu
- Ok. Agora pode ir. Estraguei uma festa e Minha roupa preferida Por culpa sua.
- Sinto muito
- Sente muito? Acabei de brigar igual uma largatixa na areia quente com Aquele Playboyzinho que queima índio e você que Sente muito? Me poupe garota. Tchau pra você.
Em seguida entrei no carro e arranquei com Tudo. Metros a frente olhei pelo retrovisor e Ela ainda estava lá. No mesmo lugar, olhando Meu carro Se afastar. Ficaria numa boa Se não fosse um detalhe; Minha jaqueta estava na sua mão direita.

BorderlineOnde histórias criam vida. Descubra agora