Aeroporto de Los Angeles, 1994:
Esperando pela mala, que parece nunca sair, mau conseguindo conter a ansiedade de voltar para casa, depois de longos dois anos, rever a família, os amigos, aquela cidade na qual, não existe a palavra dormir.
♬-14
Assim que pega a mala, começa a se lembrar, de um telefonema recebido a algum tempo:
-Alô? - Carl atende, esperando qualquer um, exceto quem o ligava, aquele momento.
-Carl... - chamou tristemente uma voz feminina, com um tom de que havia chorado bastante - a mamãe, bom... ela... ela... ela morreu, - falou em meio a soluços - sinto muito... em te dar... essa notícia assim, do nada.
-... - Carl para, totalmente em silêncio. Depois pergunta: - Quem fez isso Kendl?
-Ninguém sabe. - Responde a irmã.
-Estou a caminho de casa, chegando lá a gente conversa.
****
Desde o telefonema, a impaciência só aumentava, até mesmo o taxista, conseguia vê-la, através do retrovisor. Estava quase desabando em lágrimas.
Para seu quase total desespero, um carro da polícia manda encostar.
-Ok, saía com as mãos para cima. - Disse o policial pausadamente.
Enquanto ele saía do carro, os policiais se aproximavam dele. Pegaram a maleta, olharam o dinheiro dentro, e disseram:
-Obrigado Carl, esse dinheiro nos será útil, não se preocupe. Agora entre no carro. - disse o policial, que exibia o nome Tenpenny no uniforme. Ele era tão negro quanto Carl, mas apesar disso, olhava-o com um certo, preconceito, que ele conseguiu ver.
-Entra logo! - falou rispidamente o outro policial, - que era branco, possuia o nome Pulaski no seu uniforme e demonstrava, um misto de descriminação e desprezo, por ele. - enquanto empurrava a cabeça e o corpo dele para dentro do carro.
O carro saí, cantando pneu.
"Que dia horrível, agora só falta esse idiota fardado, bater essa merda de carro." - Carl pensava.
-Então... - Começou Tenpenny. - Por quê voltar agora?
-Não é da sua conta. - Respondeu Carl, rispida e friamente.
-Olha o respeito garoto. - Disse Pulaski em tom ameaçador.
-Calma Pulaski... ele está apenas nervoso. Vou ficar com esse dinheiro aqui. - falou Tenpenny, calmo, balançando a maleta. - Tenha cuidado garoto, as ruas mudaram, esse bairro no qual estamos, é território dos Ballas agora, e espero que tenha aproveitado a carona... - disse em um tom, irônicamente perverso.
Os dois policiais, pegaram Carl, tiraram as algemas, abriram a porta do carro e o jogaram porta a fora.
Girou alguma vezes no chão, antes de conseguir parar. Assim que parou, levantou-se rapidamente, sacudindo a poeira, checando se possuia algum ferimento decorrente da queda e enfiando a mão no bolso, vendo com quanto dinheiro havia ficado.
-Droga... apenas 350 dólares. - falou, em meio a um misto de raiva e tristeza. Girou na visão periférica, até seus olhos pararem em uma bicicleta estacionada. Aproximou-se dela, montou e saiu pedalando, passou a frente de vários carros, caras de preto, branco e púrpura, - nesse momento, ele teve vontade de descer da bicicleta e dar uma surra, em todos aqueles Ballas idiotas, mas conteve-se, apenas apertando o guidão. - a uns dois policiais, uma piscina, um prédio vermelho, com uma pintura de uma mulher seminua, possuindo os seios cobertos por munições de AK-47, a tradicional linha de trem antes do bairro de Ganton, um bar que ele costumava frequentar muito, rostos familiares entre outros.
Ao chegar em casa, abriu a porta, - que já estava aberta - entrou e uma infinidade de lembranças passaram, por sua cabeça confusa.
Lembrou-se da sua mãe, dizendo-o para não correr dentro de casa, dos sermões e broncas que levara.
De repente sentiu-se ser derrubado.
-Se ferrou cara! - Gritava um sujeito corpulento, com um taco de beisebol na mão. - Escolheu a casa errada para roubar!
Não precisava de mais para lembrar, aquele era seu amigo e da sua família, Smoke.
-Smoke, Smoke, - Disse levantando-se nervosamente, segurando uma cadeira para se proteger. - sou eu cara, Carl.
-Carl? - se perguntou apertando os olhos, como se estivesse se lembrando. - É você mesmo? Cara você tá péssimo! - Exclamou abraçando-o fortemente. - Como foi que ficou tão magro? Realmente, a costa oeste não fez bem para você cara.
-Tá, tá... - disse Carl impaciente. - onde estão Sweet e Kendl?
-Como onde? No cemitério é claro. - Disse Smoke irônico.
-É mesmo, havia me esquecido! - falou Carl triste. - Me leva até lá? - perguntou.
-Claro! Quer dirigir?
-Quero! - respondeu no mesmo instante.
E saíram, em direção ao cemitério.
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Grand Theft Auto S.A.
De Todo“Para alguém como ele, um gangstar, mas que só quer ver a familía unida no humilde bairro Ganton, a volta para casa significa tudo. Mas as coisas não são mais como antes, nem mesmo ele é como antes. No caminho o telefone toca, ele atende esperando...