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Já tinham se passado alguns dias desde que o misterioso enfermeiro tinha sido descoberto. Depois de Louis o colocar para fora do hospital, ele e os parceiros de trabalho nunca mais tiveram nenhum tipo de notícia do menino.

Zayn e Liam tinham reprovado sua ação, e depois do ocorrido, quando chegou em casa ele até pensou um pouco nas palavras que os amigos tinham lhe lançado naquele dia. Claro que deveria haver um motivo para um menino como Harry, que morava em um condomínio de alto luxo, estar "se hospedando" num pronto-socorro. Louis não conseguia pensar em nada, então acabou deixando o assunto para lá, já que provavelmente nunca mais veria o cacheado.

Louis estava na bancada de Niall, revendo alguns relatórios e prontuários. O loiro mexia em algo nos registros do hospital, enquanto Liam estava em um caso.

As portas do hospital se abriram e Zayn passou por elas, cumprimentando algumas enfermeiras que passavam por ele, e quando sumiam de sua vista, suspiravam, encantadas pelo homem. Tomlinson via as reações alheias e segurava um riso, vendo o moreno chegar perto dele confuso pela sua expressão risonha.

- O que foi? - perguntou confuso, sorrindo para Horan como um cumprimento

- Essas enfermeiras não cansam de te apreciar - disse, rindo baixo, com os olhos azuis fixados nos papéis em suas mãos, sacudindo a cabeça negativamente. Zayn, vendo que não era um assunto sério, soltou um risinho também.

- Você só está com inveja, caro Tomlinson - disse, num tom humorado, fazendo o médico e o loiro rirem

- Ah claro - Louis afirmou, rindo - Deve ser isso mesmo

Malik se afastou, e Louis continuou onde estava, sabendo que o moreno tinha ido guardar suas coisas e logo voltaria. Antes de Zayn, quem chegou foi Liam, deixando alguns papéis para Niall no balcão e parando onde o muçulmano estava há segundos atrás.

- Sabe o quão difícil é tirar cacos de vidro de uma criança de cinco anos sem anestesia? - Payne disse, suspirando e cobrindo os olhos, fazendo um trajeto com as mãos começar dali e terminar em seus cabelos. Estava visivelmente cansado.

- Sem anestesia? - Louis disse, confuso. Deixou os papéis na bancada e focou toda sua atenção no amigo.

- Os pais tiveram alguns casos de parentes próximos relacionados a anestesias dando errado e resolveram não arriscar - Liam entendia a preocupação e a hesitação dos pais, mas estava agoniado depois de 3 horas tirando cacos de vidro de uma criança sem nenhum tipo de remédio contra a dor - Foi horrível - desabafou rapidamente, suspirando. Payne se curvou e colocou os braços dobrados no balcão, deixando sua cabeça repousar sobre eles.

Zayn chegou, já vestido apropriadamente com seu jaleco, e apontou discretamente para Payne, querendo saber o que houve. Louis olhou para a bancada onde os papéis de Liam ainda repousavam e entregou para Malik, sabendo que ali teriam escritas as observações do tratamento sem anestesia. O outro leu e fez uma careta, sabendo que deve ter sido um momento agoniante. Deixou de novo os papéis para Niall pegar, e Liam saiu, dizendo que iria ao pit-stop comer alguma coisa.

Antes que Louis e Zayn pudessem começar uma conversa, começaram a ouvir murmúrios. Não eram sussurros, eram gritos ao longe, que iam aumentando cada vez mais. Perceberam ser enfermeiros, que deveriam estar se aproximando do hospital com algum caso.

"Saiam da frente!", "Nos deixem passar!", "Emergência, precisamos de médicos aqui!", eram os gritos. Logo as portas se abriram e o caos começou. Louis e Zayn lançaram um ao outro semblantes confusos e se aproximaram da maca e dos profissionais que trouxeram o paciente até o hospital. Todos que estavam na sala de espera ficaram em silêncio, observando a situação.

Louis viu Malik sumir de sua visão por entre os para médicos para analisar a situação, enquanto ele tentava fazer o mesmo trajeto. Antes de chegar ao paciente, resolveu obter algumas informações.

- O que houve? - perguntou, atraindo a atenção de um dos para médicos para si.

- Recebemos um chamado há alguns minutos. Pelo jeito foi o resultado de um desentendimento doméstico - o para-médico ditava - Uma briga entre pai e filho, segundo os vizinhos. Quando chegamos na residência o pai já tinha saído - relatou

- Informações do paciente?

- Um garoto, por volta dos dezessete anos. Baixo e magro, pele branca. Estado grave. Algumas costelas fraturadas e muitos hematomas espalhamos pelo corpo, se concentrando no tórax e na barriga. No rosto, um corte no supercílio, o nariz parece quebrado e o olho esquerdo roxo. A perna está quebrada. Os batimentos cardíacos são instáveis e a respiração é.. - antes do homem terminar Louis ouviu seu nome ser chamado com desespero. Era Zayn.

Com o passo acelerado, ele foi até o quarto onde o paciente tinha sido deixado. Abriu as cortinas que serviam de divisoria e teve a visão de Zayn pedindo doses de medicamentos de forma desesperada, duas enfermeiras se revezavam, entrando e saindo toda hora do quarto, voltando com as substâncias pedidas pelo moreno. Ao notar a presença do amigo, Malik o olhou e Louis percebeu que tinha algo a mais ali. A expressão de Zayn não era totalmente impassível, como normalmente acontecia. Tinha um pouco de apreensão em seus olhos, o que deixou Louis intrigado.

- Você tem que ver isso - disse, não menos sobrecarregado. Louis se aproximou da cama em estado de alerta, desviando das enfermeiras que corriam pelo lugar em busca do necessário, ligando o paciente em aparelhos. Ao finalmente chegar na maca, Tomlinson não acreditou no que via.

O paciente em estado grave era Harry.

HarryOnde histórias criam vida. Descubra agora