Prólogo

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A lembrança mais nítida que tenho de toda a minha infância é diferente da maioria das memorias que uma pessoa costuma ter.

Não lembro ao certo porque de estarmos ali, mas posso dizer, não é uma lembrança agradavel, e sou obrigada a conviver com ela.

Estavamos no carro, o destino que ele nos levava era desconhecido para mim. La estavamos, meu irmão, papai, e mais dois homens que trabalhavam para ele na época.

O silêncio prevalência. Enquanto o carro andava tentava destrair-me com as gotas de chuva que escorriam pelo vidro.

Comecei a examinar cada um que estava no carro. Meu pai, como sempre, estava com o mesmo olhar sério, com o charuto entre os labios.

Ryan, meu irmão estava sentado ao meu lado, com o olhar morto como se não fosse só uma criança, como se houvesse perdido a felicidade da infância.

Os dois capangas estavam em nossa frente, um a cada lado do meu pai, eles estavam com os olhos fixos no vidro atrás de mim e Ryan. Não desviavam o olhar em nenhuma hipótese, o semblante deles era exatamente igual, os rosto demonstravam algum tipo de odio, raiva, e aquilo me assustava.

Sinto meu corpo ser levemente impulsionado para frente, o que significava que o carro havia parado, haviamos finalmente chegado ao nosso destino antes desconhecido.

Descemos do carro, um por vez, sendo eu a ultima. O vento gelado provocava-me um arrepio, e dores nos dedos.

À nossa frente estava uma grande fabrica, aparentemente abandonada.

Meu pai apertou o casaco um pouco mais contra o proprio corpo e iniciou uma caminha em direção ao grande predio, e o seguimos.

Chegamos primeiro a um estacionamento escuro e sujo, que continha uma escada alta no final. Essa escada, por sua vez, levava a um corredor extenso com dezenas de salas em ambos os lados. Caminhamos lentamente até uma sala que era quase a ultima do corredor.

Meu pai a abriu, e imediatamente me assustei com a cena: um homem ensanguentado, com o rosto banhado de lagrimas, o desespero misto com o medo era claro no seu olhar.

Mesmo com aquilo que estavamos presenciando, eu era a unica que havia me abalado, os outros estavam em paz, como se aquilo fosse a coisa mais comum de todas.

A sala tinha uma grande janela no fundo, e as paredes eram repletas de pateleiras, as da direita abrigavam milhares de vinhos e outras bebidas alcoólicas, e as da esquerda continham diversos livros, aparentemente intocados.

No centro uma mesa, daquelas comuns em escritorios, e uma cadeira de couro atrás dela, onde meu pai imediatamente se sentou e nós permanecemos em pé, eu e Ryan a direita dele enquanto seus capangas ficavam a esquerda.

-Então Richard bom te encontrar, ainda mais nessa condição. Sabe porque esta aqui, certo?- o odio do meu pai era visivel, e o homem não respondia, só permanecia em silencio e ao choro.

-Responda!- Estremeci combo seu grito.

-Sei.

-Então me diga!Quero que você diga para mim porque que esta aqui, antes de eu acabar com isso.

-Matei um de seus homens...

-Exato, meu melhor sócio. E como sabe, algum deve pagar, e esse alguem é você. Por que te escolhi?

-Eu apertei o gatilho.

-Isso, então certamente, o justo é que eu faça o mesmo com você- ele estendeu a mão e um dos homens ao seu lado lhe entregou um revolver.- Vamos acabar com isso!

Ao ouvir o estrondo provocado pelo tiro agarrei-me em Ryan e enterrei meu rosto em seu braço, minhas lagrimas estavam enxarcando sua camisa, mas ninguém além de mim expressou qualquer reação.

-Kimberly, é importante que você preste atenção.- Ele susurrava em meu ouvido- Daqui a alguns anos teremos que fazer o mesmo.

-Ele tem razão Kimberly, levante o rosto, olhe para ele.- el dizia enquanto entregava o revólver ao mesmo homem que li deu.- Ele teve o qoue mereceu.- Papai falou se retirando da sala.

-Venha Kim.- Ryan limpou as lagrimas do meu rosto e deu-me a mão, e em seguida saimos daquele lugar.

Notas da autora**

Oii gente essa é minha primeira fic eu espero que vocês gostem

Dark Streets//H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora