Notas Iniciais:
Essa história é totalmente uma aventura para mim. Eu nunca escrevi nada do gênero, então também é um desafio. Tenho muitas ideias e espero que vocês gostem do que tenho planejado para ela. Beijos.
Por Adam.
O som de música infantil tocando enchia meus ouvidos. A gargalhada doce veio pouco depois e me invadiu por todos os lados, preenchendo-me, quando em algum momento da música ela achou graça. O par de olhos castanhos me encarou brilhante, enquanto o sorriso com os dois dentes da frente faltando me enchia de luz.
— Papai, você não me pega. – a voz suave me disse, enquanto ela levantava e saía correndo para fora do carro.
Os cachos castanhos batiam na altura da cintura e moviam-se de uma maneira ritmada enquanto ela corria. Saí do carro, entrando na brincadeira e corri em direção a ela. Meu anjo olhou para trás, ainda correndo, como sempre fazia com medo de que eu estivesse perto para alcançá-la. E naquele dia, eu não estava. De repente, tudo perdeu a cor. O som de música infantil parou de existir. E rápido demais o sentido do mundo se foi.
— Ashley, espere! – consegui gritar.
Mas era tarde demais.
— Ash!! – me ouvi dizendo.
Sentei rapidamente, sentindo a garganta seca e o coração bater acelerado dentro do peito. Meus pulmões ardiam devido a busca por ar que meu corpo exigia, a fim de controlar toda a adrenalina que ainda estava em minhas veias. O barulho de pingos de água e minha respiração descontrolada eram tudo o que se podia ouvir naquele local imundo e escuro. Ashley não estava aqui, eu lembrei a mim mesmo, voltando à realidade amarga.
— Adam, você está bem? – a voz fina soou do outro lado da sala.
— Estou sim, pirralha. – respondi, engolindo em seco, sentindo a garganta arder.
— Sempre tão amável. – ela resmungou.
— Volte a dormir. – falei. – Amanhã teremos um dia cheio. – lhe lembrei.
— Eu posso estar com medo? – sussurrou debochada. – É noite, a hora deles. – me lembrou, o deboche sumindo num passe de mágica, dando lugar a voz um pouco cortada.
— Arraste sua bunda aqui para o meu lado, pirralha. – pedi rudemente.
Ela imediatamente veio. Era obediente quando estava assustada, eu não podia negar, mas era só em momentos como este mesmo, sem temor era teimosa como uma mula. Suspirei, quando ela deitou-se ao meu lado. Apesar da escuridão, eu podia senti-la me olhando.
— Eu não vou deixar nada de ruim te acontecer, Samantha. – falei firmemente. – Eu vou te levar até O Fulgor. Eu prometi!
— Eu sei. – ela disse suavemente. – Eu confio em você.
— Ótimo, agora feche os olhos e essa matraca e volte a dormir. Estamos escondidos, protegidos, eles não irão nos achar. – eu lhe lembrei.
O silêncio, atípico dela, preencheu a escuridão. E eu suspirei, voltando a deitar também, embora soubesse que dormir era algo que eu não iria conseguir. Era ruim ter pesadelos dormindo, mas eles me perseguiam até quando eu estava acordado.
— Quem é Ash? – a voz de Samantha soou fracamente.
— Ninguém que você precise saber. – respondi prontamente. – Se lembra do que eu disse quando saímos do acampamento? Sobre nunca olhar...
— Para trás. – ela falou antes que eu terminasse. – Eu sei!
— Então, isso está atrás. – eu disse curto e grosso. – Durma!
E ela obedeceu desta vez, me deixando sozinho na escuridão, no silêncio. Agradeci mentalmente, enquanto olhava pela janela quebrada, esperando que o sol aparecesse.
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Esse é o que podemos chamar de princípio. Espero que gostem! Aguardo o feedback de vocês!
Devo continuar?
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Caminho de Sangue
Aktuelle LiteraturO ano é de 2043. O mundo não é o mesmo, isso se nota quando você olha para o horizonte e vê que nada restou, tudo se perdeu há quatorze anos. Eu sempre pensei em como acabaria. Se seria em uma explosão, assim como foi para que iniciasse. Se seria um...