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"Dançar pela noite adentro

Uma vodka e um sprite

Um vislumbre da silhueta

Uma noite que eles nunca esqueceriam"

A little death, The Neighbourhood.



Rolo na cama e paro mais perto de Biatrice.

— Só estou dizendo que não custa naaaada tentar, Trice!

— Você é louca! Completamente louca! — O rosto dela fica vermelho de irritação, e os olhos cor de mel brilham por trás dos óculos. — É só mais um de seus joguinhos.

— Eu não falei que não era. — provoco.

— Você ainda vai se dar mal com isso. — minha amiga fala em um tom de escárnio.

Levanto-me, vou até a minha penteadeira branca que fica ao lado da porta (eu vivo me atrasando pra tudo, é o melhor lugar pra estar) e sento-me no banquinho fofo.

— O garoto é inofensivo, Trice. — tento convencê-la. —Pelo amor de Deus! Ele mais parece um animal de zoológico numa selva pela primeira vez. — viro-me para o espelho e olho-me pela primeira vez no dia.

Ao ver meu reflexo levo um grande susto. Jesus! Estou péssima! Meus olhos estão manchados de tudo — rímel, sombra e lápis —, minha boca esta inchada e vermelha... pensando bem, estou muito sexy assim. Mas o meu cabelo... nossa! Os fios vermelhos sangue estão todos emaranhados em um coque malfeito no topo da minha cabeça.

Franzo as sobrancelhas e levanto o pescoço para rir. Estou ridícula!

Ao me olhar de novo, noto uma mancha arroxeada no meu pescoço. Inclino a cabeça para ver melhor e vejo um chupão grotesco bem na lateral do meu pescoço... Da onde foi que isso saiu? Eu não... não me lembro do que aconteceu ontem à noite.

— Não lhe dá o direito. — Biatrice está dizendo. — Você tem que aprender a parar com isso, porque no final...

— No final eles saem chorando feito cachorrinhos abandonados. — digo tentando evitar que ela continue com essa conversa irritante. E daí que eu estou transando com um nerd estudante de filosofia? O garoto é o maior gato e aquela intelectualidade toda me excita pra cacete!

Tento pensar em algo que desvie o foco da conversa de mim para ela, porque já estou de saco cheio.

— Fiquei sabendo para onde você foi ontem, senhorita!

O rosto bronzeado da garota assume um tom mais escuro de vermelho e penso como é possível que ela fique ainda mais enrubescida do que antes.

Biatrice desvia o olhar e responde irritadiça:

— Que porra, Neb! — desde criança ela diz que meu nome a faz lembrar da neblina (Serena/Sereno/Neblina), então me chama de Neblina, ou Neb. — Não quero falar sobre isso agora. São onze da manhã ainda, sabe? — ela se levanta da cama com o bico maior do que a boca e vira as costas pra mim.

Solto uma gargalhada diante da desculpa esfarrapada dela.

— O que tem a ver a hora, criatura? Larga de bobeira e me conte como foi o seu encontro com o playboyzinho.

— Quer saber? — ela olha para mim com muita raiva. — Vou tomar um banho e, quem sabe, depois do meu chá a gente conversa?! — sem esperar uma resposta, Biatrice pega suas coisas na cama e sai batendo o pé em direção ao meu banheiro, fechando a porta com força atrás de si.

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⏰ Última atualização: Feb 11, 2016 ⏰

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Serena ✭ (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora