Capitulo 01

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Gritos. São só isso que ecoam pela a casa vazia, os gritos vindo do andar de cima, ele grita como se sentisse dor, a voz se torna mais grave quando eu ouço a cama ranger, os gritos são mais agudos conforme ouço os seus soluços, os gritos são insuportáveis, ele chora, soluça, ele bate contra o batente da cama, ele grita como se fosse morrer sufocado ... e ninguém faz nada, ninguém o acalma, lhe abraça ou beija, ninguém nunca fez nada durante esses 8 meses. 

Me sento na cama e sinto um forte cheiro de perfume, o meu estômago se contorce com o cheiro e eu me curvo para o lado da cama e pego o balde, deixo que o meu corpo libere a frustração, começo a vomitar até não sentir mais forças, deixo o balde no mesmo lugar e me jogo na cama, o meu corpo treme um pouco com o frio, passo a mão pela a minha testa que tem suor acumulado, o meu corpo estremece quando mais um grito é ouvido pela a casa, o meu corpo soa frio e eu me viro de lado incomodada com a grande barriga. 

"A senhorita está bem?" a porta do meu quarto é aberta e eu olho, vejo o meu segurança em pé, ele tem o seu terno preto e se parece preocupado, no quarto e acende a luz. 

"Eu preciso ir ao banheiro" eu sussurro já sem forças e ele se aproxima rapidamente, ele pega em um braço meu e me puxa com cuidado, depois agarra em minhas pernas magras e me junta ao seu peito, respiro fundo com a dor que se acumula na minha lombar, é algo insuportável. Ele caminha até o banheiro e me deixa dentro dele e depois saí ficando do lado de fora.

Arrasto meus pés até perto do espelho e me apoio na bancada, subo os meus olhos lentamente pelo o meu corpo e vejo o desgaste, o cansaço estampado no meu rosto, a palidez da minha pele e as marcas roxas no meu corpo, o meu corpo não suporta o feto, eu sou muito fraca. 

A médica disse que a minha chance de sobrevivência é mínima, o meu corpo não tem nutrientes suficientes para dar ao feto, então por isso que essas marcas roxas nascem no meu corpo, por isso que eu não tenho força suficiente nem ao menos para ficar em pé. 

Os meus cabelos loiros estão grandes e chegam até a minha barriga, eles parecem cinza, sem a linda cor de antes, os meus olhos azuis continuem brilhantes porém sem vida, o meu corpo está refletindo o meu estado espiritual, sem vida, somente com uma esperança, eu tenho esperança nessa pequena criança, que por acaso de tudo der certo nasce mês que vem. 

Me curvo um pouco para baixo e ligo a torneira, passo água pelo o meu rosto suado e sinto todos os meus ossos, o meu maxilar está mais marcado e a boca mais seca, o nariz se parece mais fino, em volta dos meus olhos está um grande roxo de olheiras. Eu estou péssima. 

Coloco os meus cabelos para trás e levanto um pouco a blusa larga e observo a minha barriga grande, ela tem algumas marcas roxas e vermelhas, mas continua perfeita, passo a mão sobre toda a sua extensão e estremeço quando sinto um pequeno chute, não com muita força, mas apenas para me falar que tem alguém perfeitamente bem, aqui dentro, brinco com os meus dedos e passo a mão aonde tem um pequeno relevo, é como se o bebê estivesse se mexendo violentamente dentro de mim. Não dói, na verdade é muito bom saber que tem alguém dentro de mim, é ótimo saber que ele/ela está bem. É muito emocionante. 

Abro a porta do banheiro e o segurança logo se vira e pega em meus ombros, dessa vez ele apenas me ajuda a chegar até a cama, eu me deito e ele me cobre com o lençol, mesmo com o frio londrino eu sinto um calor insuportável, ele apaga a luz e logo depois saí do quarto. Coloco um travesseiro ao meio das minhas pernas e outro dois debaixo da minha cabeça, na verdade a cama está cheia de travesseiros, parece que o meu baby gosta disso. 

Coloco a mão sobre a minha barriga e sorrio um pouco, hoje ele ou ela está muito agitado, fico passando a mão na minha barriga afim de faze-lo se acalmar e respiro fundo.

"Shiu meu pequeno, fique bem calminho, a mamãe precisa dormir meu amor" eu sussurro na esperança que o meu bebê escute. 

Passo a mão na minha barriga mais algumas vezes e respiro fundo, o pequeno começa a ficar mais calmo e para de chutar, fecho os meus olhos e fico ouvindo os meus batimentos cardíacos, estou quase pegando no sono quando ouço outro grito agudo, ele é tão agudo que sinto uma forte pontada no meu coração me fazendo despertar, meu corpo se enche de desespero e eu tento me controlar para não acordar mas de nada resolve, ele volta a ficar agitado, e eu não o culpo, eu também estou agitada agora. 

"Baby, o papai está tendo outro pesadelo, o papai não está perto da mamãe, mas eu não quero que quando você cresça você odeie o papai, tudo bem? Na verdade, o papai precisa do seu amor" a minha voz continua baixa enquanto eu passo a mão na minha barriga e sinto uma lágrima sorrateira descer pelo o meu rosto e atingir o meu peito. 

"O papai está tendo uma grande guerra entre amar e deixar ir, na verdade ele me deixou ir, eu não o perdôo por isso, mas eu quero que você meu príncipe ou princesa o ame do jeito que a mamãe ama" a minha voz se torna embargada conforme eu sussurro e posso ver uma pequena fresta da janela aberta, o sol já está nascendo. 

"Baby, quando você nascer e vier para esse mundo, eu não sei se a mamãe vai estar aqui, mas eu quero que você ouça bem uma coisa.. nunca deixe que a escuridão desse mundo tire o brilho dos seus olhos" eu dou um pequeno sorriso e logo as minhas lágrimas escorrem pelo o meu rosto, por que é tão difícil amar?

XX

capitulo editado.


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