Andar de cima

39 5 2
                                    

Eu subo as escadas
Não uso o elevador, que me deixa anuviada
Parece que foi marcado
Pelo destino, planejado

Passo por você
Que acho que nem me vê
Mas eu fixo seu rosto em minha mente
Logo perco o poema que estava na minha cabeça
Cada pedaço despedaçado de mim sente
O balanço do meu corpo ao jogar as coisas na mesa

O gotejar da água
As lembranças da semana passada
O som de blues, que toca em todo o apartamento
O corpo que se faz mole enquanto me sento
Adimiro a voz da cantora falecida
Que numa manhã qualquer, foi encontrada numa banheira fria

Todas essas pessoas
Ruins ou boas
Que vão para o lado obscuro da vida
Que deixam de sobra, sua voz, nunca esquecida

Sei que moro quase ao seu lado
Você no andar de baixo
Nunca notando o andar de cima
Onde mora uma silênciosa menina

Que faz das vozes falecidas
Sua regular companhia

Poesias coloridasOnde histórias criam vida. Descubra agora