CAPITULO 4 - QUANTO MAIS SEGUIDORES, PIOR.

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CAPITULO 4 - QUANTO MAIS SEGUIDORES, PIOR.

Naquela manhã de segunda eu não iria trabalhar, pedi folga por conta de o dia anterior ser uma data importante em minha vida e como eu sou um dos melhores funcionários do hospital Walife, recebo folga sem a menor dificuldade. Estava com uma dor de cabeça infernal, mal consegui levantar e a primeira coisa que eu vi foi a Sarah deixada de bruços sem qualquer tipo de roupa afogada em meio aquela imensidão de edredons e travesseiros brancos. Sorri de canto de boca e fui ao banheiro, o pessoal da limpeza ficou de chegar 9h30, olhei pra o relógio e ainda era 8h33. Arrumei-me em cerca de quinze minutos, tempo suficiente pra tomar um banho relaxante e afundei no sofá bebendo um café que eu havia feito naquela mesma manhã e esperei os seres maravilhosos que deixariam toda a minha casa arrumada como antes da cerimonia.

A campainha toca, são 9h30.

- Nossa como eles são pontuais. -resmunguei- Olá, sejam bem vindos.

- Olá, gostaríamos de falar com o sr. Devanon.

- Sou eu mesmo.

- Fomos contratados para fazer a limpeza e organização de uma pós-festa que aconteceu aqui, essa informação procede, Sr. Devanon?

- Sim, por favor, queira me acompanhar, irei te mostrar cada cômodo desta casa. E por gentileza, pode me chamar de Devan.

O que havia começado as 9h30 acabou as 10h26, fiquei surpreso e ao mesmo tempo feliz com a eficiência do trabalho.

Fui até o jardim e peguei uma rosa branca, cortei com cuidado e removi os espinhos, aquela seria a decoração da mesa que eu colocaria o café da manhã. Depois que tudo estava pronto fui preparar o café para mim e Sarah, como de costuma ela acordou 11h e pode desfrutar comigo do café, torradas, frutas e geleias que eu havia preparado com o maior carinho do mundo.

- Como sempre caprichando em tudo não é mesmo? -Disse ela com um sorriso de orelha a orelha-

Até mesmo de manhã toda desarrumada após acordar ela é linda, na verdade ela é linda de todas as maneiras. Eu sou louco pelo seu lado vadia sem pudor e vadia comportada. O melhor de tudo é que tem a hora certa.

- Não devia, ainda estou emocionalmente abalado com a brincadeira de ontem, mas apesar de tudo eu já sabia que você aceitaria.

- Sabia mesmo, sr convencido?

- Sim, às vezes não fazemos as perguntas por que o nosso coração já sabe as respostas.

- Como sempre filosofando, não é mesmo? Mudando de assunto, ontem estava lembrando o nosso tempo na faculdade, você era muito ciumento - Ela disse rindo -

- Bem, na verdade nunca fui ciumento, apenas tinha ciúmes do Brian, pois é impossível não ter ciúmes de alguém que tem muita coisa em comum com a pessoa que amamos. A gente se sente muito inseguro e fraco.

- Eu sei meu amor. Além do mais eu tive momentos maravilhosos com você e ninguém vai tirar isso de mim. Ninguém vai apagar da minha memória e nem do meu coração.

• DUAS SEMANAS DEPOIS •

Hoje eu iria beber todas, não iria perdoar o meu bolso, ia gastar comprando da bebida mais cara que tivesse, era dia de confraternização, eu estava saindo do trabalho agitado e sabia que quando chegasse em casa iria rolar uma fodinha com a minha noiva. Eu estava ansioso e animado, aquela seria uma noite e tanta. Chegando ao bar do Bulls, nos demos conta de que estava faltando alguém.
- O Adrian não veio, ele avisou que não ia comparecer? -Disse o Tony-
- Não, inclusive ele não costuma faltar, estranho. Aquele ali não costuma recusar álcool-retrucou o Dereck-
- Sugiro que comecemos logo, talvez ele chegue aí daqui a pouco, tenho uma gata e uma longa noite de sexo pra fazer ainda hoje. -Interrompi o papo do grupo-
Continuamos a beber como loucos, porém tudo que é bom, sempre dura pouco chegou a hora de irmos para casa, o Adrian não havia aparecido naquela noite. Todos tiveram que pegar um taxi, pois estávamos bêbados e conscientes de que beber e dirigir é uma irresponsabilidade. Botamos a nossa vida e a de outras em risco. Nenhum de nós era irresponsável.
Após nos despedirmos, fiquei no ponto esperando algum taxi aparecer. Surgiu a ideia de enviar uma mensagem pra Sarah, pra parara-la, pois eu estaria chegando há poucos minutos em casa.
"Põe aquela tua lingerie que o seu homem tá chegando e com o maior tesão do mundo"
Instantaneamente o celular vibra, fiquei sorridente ao saber que a Sarah estava a minha espera, mas quando vi a mensagem do celular me surpreendi, pois não era ela.
"Hoje à noite o seu pesadelo ganha vida. Prepare-se pra morrer e pagar pelo seu ato cometido. Ass: KG Número desconhecido"
- Incrível como a rede de telefonia de Lowdis ainda permite esse tipo de trote. -Resmunguei bem baixinho-
Um taxi se aproximou, fiz sinal de parada, adentrei e pedi ao motorista que me levasse até o local indicado, minha casa ficava uns trinta minutos distante do bar, então daria até pra tirar um cochilo no banco quente e aconchegante de trás daquele taxi, mas antes que eu pudesse me aninhar no banco, o taxi foi parando lentamente, havia um homem do lado de fora, ele era negro, tinha cerca de 1,86 de altura, tinha um porte muito parecido com um desses fisiculturistas e vestia uma jaqueta de couro preta. Ele pediu que o taxi parasse e abaixasse os vidros, quando o motorista fez isso, ele pediu que abrisse a porta de trás.
- Senhor, eu já estou fazendo uma viagem. Peço encarecidamente que aguarde o...
Antes que o motorista continuasse um estrondo muito alto junto a um clarão pairou o carro inteiro. Havia sangue pra todo lado, o senhor de idade que dirigia o taxi havia sido baleado na cabeça e brutalmente morto em minha frente, eu estava sem reação, e disposto a fazer qualquer coisa pra salvar minha vida.
- Moço, por favor, não me mate. Eu tenho esse relógio, ele vale muito, também tem meu cartão de crédito, você pode levar e comprar o que quiser, eu realmente não me importo. Só imploro pra que não me mate e nem leve a minha aliança, eu...
Antes de terminar fui interrompido.
- Eu vim aqui para mata-lo e só irei embora depois que você estiver morto. - Disse ele enquanto removia agressivamente o cadáver do motorista do carro-
Naquele momento pude sentir o gosto amargo em minha boca, um aperto no coração em saber que a minha vida acabaria ali naquela noite, todos os meus planos com a Sarah, todas as minhas viagens ao exterior e o meu desejo de ser pai não se realizariam a menos que eu lutasse por algo que ainda me tinha e era valioso naquele momento: Minha vida.
Continuava no banco de trás enquanto o homem que iria acabar com minha vida dirigia. Eu conhecia bem aquela estrada então algo que chamamos de instinto de sobrevivência, mas no popular é nada mais nada menos que medo, surgiu em mim, foi então que numa grande curva eu abri a minha bolsa e retirei o primeiro objeto que alcancei enviando na cabeça daquele homem. O carro freou na hora e eu desesperado abri a porta do carro rapidamente e saltei para fora, cai, machuquei o meu cotovelo e percebi que um homem enorme e com metade de uma caneta fincada em seu cérebro estava com uma arma apontada para mim, dei sorte, pois ele estava tonto e não conseguiu acertar o primeiro tiro, então eu levantei-me rapidamente e entrei em luta corporal com ele, não sei o que deu em mim, eu nem sou corajoso, mas consegui, por um milagre, tomar a arma da mão dele enquanto eu o empurrava no chão.
- O que você quer comigo?
Disse apontando a arma em sua cabeça
- Eu disse o que você quer comigo? -soletrei-
Ele deu uma risada sarcástica
- Atira, quer me matar? Vá em frente, mas você não vai viver por muito tempo.
Não pensei muito e puxei o gatilho até o final. Eu nunca matei ninguém, mas a raiva e o desespero me levaram a tomar aquela atitude desumana. Olhei para aquele corpo imóvel no chão com um buraco em sua testa e entrei em desespero, não iria me entregar a policia por mais que tenha sido legitima defesa, peguei um galão de gasolina no porta mala do carro e ateei fogo no carro, no corpo e até mesmo no chão. Peguei um atalho pela floresta, pois eu ainda precisava chegar em casa.

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⏰ Última atualização: Sep 30, 2015 ⏰

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