Capítulo 4 - Baile parte 2

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Eu chorei como se ele tivesse morrido. E de certa forma, morreu"
     — Sorry, I don't care anymore

**
Uma vez me disserem que nada nas nossas vidas é em vão, que nada é por caso, que tudo tem um motivo e uma razão.

Quem me disse isso? Meu pai.

Quando ele morreu eu apenas tinha 6 anos e Lila 7.

Nós não conseguimos nos lembrar muito do rosto dele, nem da voz, mesmo que haja fotos sua na sala e uma colada no meu fichário, eu apenas não consigo lembrar. Quando fecho os olhos, e tento recordar da sua face, é como se fosse um borrao. A única memória que o tempo não se encarregou de levar e como eu agradeço ao céus por isso é sobre esta frase que um dia ele me disse.

Mamãe se manteve na caminhada sozinha, mesmo que os caras dêem em cima dela, sua resposta continua a mesma pra todos "não".

- Karine - A voz de Jenny me desperta do meu transe e ergo minha cabeça olhando em seus olhos.

- Está tudo bem com você ?

- Sim, sim - Mais ou menos.

- Você ficou ai parada no meio da pista de dança com uma cara, que está dando até dó...sabe parace que foi abadonada no altar.

- Para de ser besta, eu realmente estou bem. E...nós até agora não vimos Ramon, ou por acaso você o viu?

- É mesmo Ramon! - Ela falou arregalando os olhos com as mãos na boca - Eu tinha me esquecido dele.

- Sim, sim, eu sei. Bem...vamos logo procura-lo que daqui a pouco é meia noite cinderela.

Depois de uns 15 min, o encontramos encostado na parede perto da mesa dos ponches.

- Ok, eu estou apenas nervosa. - Jenny fala.

Estamos observando Ramón de longe em uma distância que dá para vê-lo perfeitamente.

A música alta e com os alunos dançando atrapalha um pouco, pois Jenny e eu temos que gritar uma com a outra para podemos ser ouvida.

- Tenha calma, o nervosismo só vai te atrapalhar, aliás você está de máscara, se caso dê errado ele não saberá quem você é. - Falo como seu eu tivesse experiência no assunto.

- Obrigado Karine, por me avisar que isto pode dar errado.

- Estou só te preparando.

Jenny revira seus olhos pra mim.

- Ok...vai lá. - A empurro.

Ela fica paralisada no lugar, como um poste.

- Eu preciso de mais tempo. - Diz sacudindo as mãos pelo nervosismo - O que eu falo quando chegar até ele ?

- Hum...que tal " Oi meu nome é Jenny" ?

Minha melhor amiga cai na risada, coloca a mão na barriga e eu fico assim vendo-a rir por alguns segundos, até que ela se recompõe.

- Ok, ok. Já vi que você não leva jeito para isso. Por mais que me julgue eu levei a sério o papo sobre não dar certo então eu não vou falar meu nome de jeito nenhum, e se caso eu falasse acho que ele me olharia e falaria algo como " E daí que seu nome é Jenny " ou " te perguntei alguma coisa ?" Ouvi as meninas dos 3° ano falarem que ele é meio grosso.

Ela está me olhando esperando que eu diga algo sobre isso.

- Tudo bem, você tem razão. Então nada de ensaios, chegue lá e oque vier na tua cabeça você fala beleza ?

O namorado da minha irmãOnde histórias criam vida. Descubra agora