03

108 15 15
                                    

Olhei em volta e não fazia idéia de onde eu estava. Era noite e a rua estava silenciosa, minha respiração ofegante era a única coisa que eu escutava. Por algum motivo meu cérebro gritava para eu correr e assim fiz. Corri pelas ruas escuras sem direção. Meu coração disparava, minhas pernas doíam de tanto correr, como se eu estivesse fugindo. Mas eu estava fugindo, só não sabia de que, até que ouvi um disparo de arma atrás de mim. Meus olhos começaram a lacrimejar e forcei minhas pernas a correrem o mais rápido possível.

─ Você não pode se esconder pra sempre, Louis. ─ Uma voz rouca soou atrás de mim. Acelerei os passos até avistar um carro. Desajeitado, me escondi embaixo do mesmo, me encolhendo e fechando os olhos o mais forte que pude. Lágrimas rolaram no meu rosto. Meu corpo tremia de frio e medo e, no desespero, tentei prender a respiração com medo de que o tal homem me escutasse.

─ Não tem saída Louis, é seu fim. ─ A voz ecoava no silencio da cidade parecendo mais sombria do que realmente era. ─ Eu sei onde você está! ─ Ele riu e pudi ouvir um barulho de arma sendo carregada.

─ P-por favor n-não...─ Sussurrei apavorado. Eu não sabia o que estava acontecendo ou quem era aquele cara ou porque ele queria me matar, tudo o que eu sabia era que o pavor tomava conta de meu corpo e que aquele era o meu fim. Meus olhos abriram de vez quando ouvi um barulho próximo a mim. Pude ver as botas de couro do homem bem próximas ao meu rosto. Arregalei os olhos desesperado por ele ter me encontrado. Queria gritar mas eu sabia que seria em vão. De repente o homem se abaixou ao lado do carro e eu fechei os olhos sabendo que não tinha mais jeito, eu iria morrer.

─ Eu avisei Louis. ─ O homem riu, sarcástico. ─ Não dá para se esconder pra sempre. ─ Ele disse e eu abri os olhos a ponto de ver ele apontar a arma pro meu rosto. Só deu tempo de ouvir um estrondo vindo da arma e a escuridão tomar conta do ambiente.

Meus olhos abriram de vez e encarei o teto branco que havia acima de mim. Mais um pesadelo, pensei. Respirei fundo sentindo meu rosto quente e o suor escorrer em meu pescoço. Fiquei um tempo encarando o teto e tentando me acalmar, meus dedos esfregando meus olhos, até que meu cérebro foi aos poucos me lembrando de tudo que havia acontecido na noite passada. Eleanor, festa, Gemma, boate, Harry. Meu coração disparou quando percebi que não estava em casa e me sentei abruptamente. Olhei em volta e parecia um quarto, não muito diferente do meu. Um guarda-roupa, pôsteres na parede, uma mesa com computador, prateleiras com vários livros. Levantei da cama sentindo algumas partes do meu corpo doer e minha garganta implorar por água de tão seca que estava. Olhei em volta do quarto e encontrei um espelho na parede e, quando olhei meu reflexo, quase caí pra trás.

─ Mas que... ─ E então a noite passada clareou na minha mente. Passei os dedos pela minha boca, não havia mais sangue como se alguém tivesse limpado antes que secasse, porém ainda havia um pequeno corte e minha bochecha estava roxa. Olhei para a porta e andei devagar sem saber exatamente onde eu estava. Andei na ponta dos pés já indo em direção à porta de entrada quando meu celular tocou.

─ Merda! ─ Com as mãos trêmulas tentei pegar o aparelho do bolso antes que o mesmo denunciasse minha presença pra quem quer que estivesse ali comigo. Olhei para a tela. Eleanor. Ah, claro. Suspirei e atendi. ─ Oi? ─ Falei tentando não soar irritado.

─LOUIS?! ─ Ela gritou, como sempre. ─ Onde você está meu amor? ─ Meu amor? ─ Eu liguei pra você tantas vezes, você sumiu na festa com aquela garota de cabelos roxos, quem era aquela afinal? E por que não atendeu minhas ligações? ─ Eleanor falava sem parar coisas sem noção enquanto eu calçava meus tênis que estavam na entrada e tentava apoiar o celular no ouvido ao mesmo tempo.

─ Estou bem, calma! N-não aconteceu nada. ─ Sussurrei.

─ Você está com ela agora? ─ Ela perguntou.

Latching Onto YouOnde histórias criam vida. Descubra agora