CAPÍTULO 1 - Desvendando os princípios da vida.

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Não importa quantos anos você tenha, muito menos o tanto de pelos no saco, sua mãe S-E-M-P-R-E vai mandar em você.

E lá estava eu, ouvindo mais uma vez o discurso de Matthew-você-é-um-irresponsavel-que-não-é-filha-de-uma-você-sabe-o-quê-porque-sua-mãe-sou-eu. Eu tenho 24 anos, estou no auge do meu brilho próprio, o que me impede por Lei Federal Interna de pensar em algo que não seja no fato que eu realmente deveria estar com o meu celular na mão conversando com o alvo dessa noite. Mas, ao invés disso, eu estou aqui, sentando defronte a mulher mais doce que eu conheço, minha amada mama, Alexandra Müller.

Minha doce mãezinha é uma das mulheres mais importantes de Manhattan. Não que ela seja assim uma celebridade no estilo Britney Spears, ou que tenha as pernas da Beyonce, ou pinte tanto o cabelo como a Katy Perry ou que sua voz seja tão melodiosa quanto a da Taylor Swift, mas sua fama vem do simples fato de ser filha da minha avó e mulher o meu pai.

Eu realmente não entendo qual sua verdadeira função no mundo, mas ela tem bastante tempo livre, já que normalmente ela passa a maior parte de seu tempo criando planos malignos para nos deixar entediados e com vontade de atolar nossa cabeça em um buraco de avestruz enquanto fala, fala, fala, fala e fala. Normalmente ela faz um revezamento passando por meu pai, depois minha avó e por último a mim, explicando quais são seus planos para nossas vidas de modo que ela esteja totalmente de acordo e nós não. Fato esse, que você se acostuma com o tempo.

Simplesmente não aguentava mais ouvir aquele sotaque sueco nos meus ouvidos, ela olhava pela janela e tagarelava como se a vida fosse fácil, e eu mal conseguia prestar atenção nos meus pensamentos só por causa disso. Respirei fundo mais uma vez, tamborilando os dedos no braço da cadeira do escritório da minha mãe. E ah, esqueci-me de comentar um pequeno detalhe: Ela é casamenteira, sabe? Acho que deve ser por isso que tudo dela tinha um estilo meio "oi, eu gosto de castelos e contos de fadas", assim como o escritório no qual me encontrava.

Pelo reflexo de um quadro sobre a mesa do escritório, eu pude ver meu rosto. Os olhos lindos como esmeraldas estavam meio apagados por conta do perigo eminente, o meu cabelo cor do mais refinado mel estava meio despenteado e eu parecia um garotinho assustado afundado na cadeira com os ombros baixos, mesmo que o meu estilo seja de um predador pronto para o ataque.

Mamãe colocou as mãos nas cinturas e começou a dar uma bronca nela mesma pelo reflexo da janela, os cabelos que outrora estavam presos em um coque agora estavam cheios de fio soltos e a maquiagem dos olhos parecia ter escorrido dando a ela uma imagem de sádica débil mental.

Ela me assustava. Só Deus sabe o quanto aquela mulher me assustava. Porém, eu me mantinha firme com a cabeça baixa e os pensamentos longes dali.

— Matthew! Matthew Frost Sheepard Müller, você está me ouvindo? — Na verdade eu não estava, mas comecei a ouvir quando levei tapa nas costas e alguém começou a puxar minha orelha, que já não ela lá muito pequena, me fazendo ficar de pé.

— Ai, ai. – Disse segurando minha orelha em sua mão.

— Eu estou falando com você, moleque, e enquanto eu estiver falando com você, OLHE PARA MIM! – Assenti tão rapidamente que parecia que minha cabeça havia virado uma metralhadora. Minha carinhosa mamãe me jogou sobre a cadeira ao lado, e eu me afundei com os olhos lacrimosos para olhá-la. Dona Alexandra se virou, alisando as têmporas com uma mão na cintura, antes de se virar calmamente, coisa que indicava que a merda ia feder. — Matthew, bebê — Eita — você ouviu o que eu disse?

— É, hm... Claro que sim! – Eu realmente não fazia idéia do que ela havia dito. — E concordo plenamente com essa sua atitude. – Disse concordando com a cabeça.

— Isso. – Se aproximou alisando meu rosto, fazendo com que eu me enfiasse mais na cadeira. — Então, estamos combinados, você tem até o dia dos namorados, como havia dito.

— Para que?

— COMO ASSIM PARA QUE? – Se exaltou.

— Ah, claro... – Cocei a nuca – Para aquilo lá que você disse, é claro, ok mãe, até o dia nos namorados então. Ok é certo. — Engoli a seco.

— Mas olha não me venha com qualquer baranga não, ok? Quero uma menina centrada, que seja inteligente e linda! Não quero ter netinhos ranhentos...

— Netinhos? – Me arrumei no sofá. – Porque "netinho"? – A palavra saiu da minha boca com repulsa.

— Ué, se você vai me arrumar uma nora, é óbvio que eu vou querer netinhos. – Deu uma risada sardônica, se inclinado para trás com a mão sobre o colo.

— Mãe, porque você quer uma nora? – Meu coração começou a palpitar, minha respiração estava acelerada, meus membros dormentes e achava até que os meus cabelos estavam caindo. — Exatamente para o que?

— MATTHEW, VOCÊ NÃO OUVIU NADA DO QUE EU DISSE! – A pergunta era retórica, mas para salvar minha vida, eu até tentei minha boca para negar. — Eu vou falar mais uma vez, menino e juro que se você não prestar atenção, eu quero que se lembre de posso te tirar desse mundo já que fui eu quem te coloquei.

— Ta bem, mãe. – Disse rápido demais. Acho que esqueci como se respirava por alguns minutos, antes dela dizer qualquer coisa.

— Você tem até o dia dos namorados para arrumar uma namorada de verdade ou... Eu te deserdo. – Sorriu meiga.

— MAS O QUE? – Perguntei me colocando de pé, mas logo depois de um olhar cortante me coloquei sentado novamente. — Não! – Disse alongando a palavra mais do que necessário, lhe colocando certa melancolia.

— Está avisado, Matthew.

— Mas é claro que não, mãe! Eu sou um homem viril, não posso me dar ao luxo de pertencer a uma só, seria como... Seria como... Seria como fazer à senhora escolher entre todos os seus sapatos, para que o usasse durante a vida toda. – Tentei.

— Escolheria meu amado Christian Louboutin. É o tipo de sapato que deve ser usado em todos os tipos de ocasiões, ele esbanja luxo, sofisticação e tudo que há de bom. – Disse com desdém. — Agora, vai, vai. Está perdendo tempo. – Disse colocando a mão na testa. Sabia que aquela luta estaria perdida se dissesse mais um "A". Talvez se me declarasse gay ela parasse com essa patifaria e tudo iria se resolver, mas a conhecendo como conheço isso iria causar mais escândalo ainda, então simplesmente baixei a cabeça e sai do cômodo.

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Pequenas notas da autora.

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Olá pessoal, tudo bem? Bom, primeiramente quero falar que eu tenho um amor eterno por MPDUN. Ela foi a primeira comédia que eu me aventurei a escrever e talvez ela seja um pouco amadora, porém, eu a amo do mesmo jeito.

É um enredo curto, muito curto, mas durante os poucos capítulos eu garanto que vocês que acompanharem irão se apaixonar por Stella e Matthew do mesmo modo que eu. 

Espero que vocês se sintam muito bem vindos e que se aventurem comigo! Besitos.

Att. Mona/Thay.


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