Capítulo 2

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 Eu não vou mentir para vocês, eu estava, quer dizer ainda estou, morrendo de medo do que acabou de acontecer.

 Em momento algum, durante a corrida, eu olhei para trás, isso por que eu sabia o que iria acontecer em breve comigo.DEMISSÃO.E o medo me dizia que se eu olhasse para trás ele descobriria quem eu era, e então não seria necessário nem ter de entrar na empresa para ser demitida, isso aconteceria ali mesmo.É isso ai, e por pura idiotice, ri internamente de mim mesma por tamanho drama.

 A palavra "demissão" aparecia nos meus pensamentos em letras garrafais em vermelho, com vários pisca-piscas acendendo e apagando. Dramático?Sim, mas quem se importa?

 Pessoas atrás de mim lançavam-me olhares de suspeita, já que, desde que entrei no Starbucks e peguei a fila, não parei de bater o pé freneticamente, qual é, pensem comigo, o salário que eu recebia não era suficiente para ser chamado de "O Salário", mas era o suficiente para pagar algumas coisas e ter um bom dinheirinho guardado, se eu fosse despedida só por ter começado com o pé esquerdo com o meu novo chefe, minha tia Pam, ia ter motivos suficientes para encher meus ouvidos querendo que eu voltasse para casa dela, bem, o problema não era voltar para casa dela e sim minha dignidade, eu tenho de 24 anos, tá mais que na hora de ter minha independência, afinal #tiazinhaindependente.

 Saio da minha bolha de pensamento, quando o atendente me olha irritado, enquanto pergunta pela décima vez o meu pedido, e em forma de complor comecei a perceber umas tiazinhas atrás de mim que me olhavam irritadas, com cara de : "Você acha mesmo que tenho tempo de sobra para ficar perdendo aqui,tenho que tricotar?".Eu ri disso, mas não sei por que, daqui a pouco eu também entraria na fase do tricô.Triste.

-Acho melhor você dizer o que quer, se não o atendente vai lhe expulsar e te linchar daqui, junto com as tias ali atrás.

 Dou um pulinho quando ouço uma voz desconhecida, e quando olho para trás um belo rapaz loiro e alto me olhava e sorria de canto.

-Tá bom,tá bom!

 Digo me rendendo.

 Quando o atendente me dá o café que eu pedi, ele me olha ferozmente enquanto ,eu aposto, que dizia mentalmente: "Nunca mais faça isso, se fizer encontrará algo novo no seu café."

 Esperando para fazer a travessia, resolvi dar uma olhadinha no meu café, só por via das dúvidas, e graças a Deus não encontro nada de diferente.

-Não se preocupe se ele fizesse isso seria despedido.

 Oi ouvi despedido?

-Ah é só você.-Digo decepcionada, nem sei por que.

 O loiro de novo, será que ele tá me seguindo?

-Desculpa ai, se não sou nenhum Brad Pitty.Prazer sou Ian.-Diz apontando para si mesmo.E adivinhem o que a tonta/songa monga aqui pergunta.

-Ian tipo o Ian Joseph, ou só Ian?

-Só Ian.

 Diz ele estranhando a pergunta.

-Clarissa.

-O primeiro romance de Érico Veríssimo, ou só Clarissa?

 Eu não me aguentei e dei risada.

-Só Clarissa,lê livros brasileiros?

-Sim, digamos que já me aventurei algumas vezes lá, gosta de lá?

 Ele diz surpreso enquanto andávamos pelas ruas movimentadas de Nova York.

-Na verdade eu vim de lá.

 Uma pequena pontada de tristesa veio, mas tratei de espantá-la o mais rápido possível.

-Uau, nem dá para perceber o sotaque.

-Os anos melhoraram ele.

 Digo me vangloriando, a primeira coisa que fiz foi aprender o tão odiado to be, depois disso só rosas.

-Mora aqui há quanto tempo?

-Tempo suficiente para nem saber mais a cores da bandeira brasileira.

 Digo sorrindo da piada idiota que fiz.

-Bem tenho que ir, preciso virar esta rua.

 Digo não tentando dar um fora, mas sim por que realmente precisava virar a rua.

-Foi um prazer te conhecer Ian.

 Digo tentando dar o meu melhor sorriso.

-O prazer foi todo meu Clarissa.Até breve.

 Diz dando uma piscadinha.E que piscada.

 Sem dar ouvidos para os hormônios, que me lançavam desaprovações por não ter pegado o número de Ian, namorado com ele por alguns meses e depois casar e ter filhos lindo e catarrentinhos, eu corri desesperadamente até chegar a fachada da empresa, era bela, e com um designer de tirar o fôlego de qual quer um, principalmente o meu fôlego, bem eu teria de arrumar tempo para admirar a fachada depois, pois um dragão com máscara de príncipe me aguardava com o fogo soltando pelas ventas.

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 Olá peoples (esbanjando o curso da Fisk que eu nem fiz) espero que tenham gostado, já que o capítulo saiu quentinho do forno.

 Eu estava começando a ficar desanimada para escrever, então, como se fosse um sinal, as notificações apitaram, avisando sobre votos no livro.

 E isso me deixa feliz, pois é como se inderetamente vocês dissessem que estão gostando, e que estão com preguiça de elogiar nos comentários, brincadeira obrigado por lerem, até o próximo capítulo pessoal.Xau e fuii.


O Filho Do Meu Chefe.[HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora