Uma semana se passou, as coisas já estavam mais estabilizadas, mas, a dor ainda era forte. Evitávamos de tocar no assunto, e quando tocava minha mãe fazia questão de lembrar de como ele gostaria que a gente estivesse -feliz-, e em memória dele a gente ficava, ou ao menos, tentava.
Era dia de ir pra escola, meu primeiro dia sem ter meu pai para me levar, eu fui pensando, porque ele não estava aqui mais, porque ele tinha ido embora, porque tinha me deixado, mais sabia que essas eram perguntas que eu jamais iria obter as respostas.
Cheguei na escola todos vieram me abraçar, perguntar como estou, se eu já havia superado e como estava as coisas lá em casa, mas, eu só queria conversar com uma pessoa , só queria o abraço de uma pessoa, mesmo com tantas querendo me abraçar e falar comigo, eu estava à procura de Helenna, eu estava à procura do meu conforto, e foi quando eu vi ela correndo em minha direção já com os braços abertos sabendo que não podia perder um segundo a mais sequer, já tinha perdido tempo demais.
_Amiga!! - diz ela enquanto me abraçava com voz embargada.
Eu não conseguia dizer nada, eu estava anestesiada, eu estava imóvel e não sabia que atitude tomar há não ser retribuir o abraço e chorar tudo que não tinha chorado nessa uma semana que havia se passado. E ela tentava me consolar, com palavras que nunca mais iria esquecer:
_Voce sabe que eu estou aqui né? E que eu nunca, nunca mesmo vou te abandonar, sempre que precisar de qualquer coisa estarei aqui, seja um abraço, uma palavra, seja pra me bater ou me xingar, eu não vou te largar, nunca mais. Eu poderia dizer que agora ele está em um lugar melhor, e que ele se foi porque Deus quis, mais nada disso irá tirar de você a raiva e a tristeza, mais amiga, lembra apenas do homem que ele foi, lembra apenas de como ele é digno de cada sorriso seu hoje, e tenha em mente que ele te amava mais do que qualquer coisa nesse mundo. - diz ela enquanto eu chorava em seus braços. Agradeço com apenas um sorriso e ela entendeu o quanto eu estava grata por ela está lá, ao meu lado. A partir daí tudo começou prosseguir como nada estivesse acontecido, claro que o buraco ainda estava dentro mim, mais quem precisava saber?Ninguém iria mesmo conseguir tirar essa dor, ou ao menos amenizar.
Chegou à noite, fui pra casa, e o vazio me tomou por inteiro, fui para meu quarto e chorei, na esperança que cada lágrima que caia a dor saia junto com ela, mais não, ela persistia em ficar, parecia que tinha achado um lugar para morar dentro de mim.
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"Entre curvas."
Любовные романыSempre fui de escrever desabafos diários. Mais sempre para mim, nunca para que os outros pudessem ler, e sempre me falaram que eu tinha que liberar meu lado "escritora" pois várias pessoas iriam se identificar e com isso realizaria meu sonho, e ajud...