Segunda temporada 21

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  ~Lembrança~

Barbara segurava a pequena Clara no colo enquanto chorava baixinho para não assustar a nossa filha. Ela sabia que algo de errado acontecia com a Clara, ela só não sabia o quê.
Inconformado eu me levantei abruptamente do acento.
– Como que minha filha pode ter essa doença sendo que ele nasceu absolutamente normal e saudável? Como? – perguntei praticamente gritando com o médico
– A criança pode nascer perfeitamente saudável e o autismo se apresentar meses ou talvez anos mais tarde. Isso é uma coisa que a ciência ainda não sabe explicar Sr. Zumach, mas por sorte, o autismo da sua filha não está em um estágio avançado e com o tratamento certo, ele poderá viver uma vida perfeitamente normal. – explicou o médico com toda calma do mundo, calma que eu estava dispensando no momento.
– Como que minha filha poderia viver uma vida normal? Ela será chacota de muita gente lá fora. Ele terá limitações em tudo, será xingada de vários nomes, débil mental, idiota, burro, e de outros mais. – a Barbara se levantou e saiu da sala com a Clara no colo. Outra característica da Clara é que o fato dela não falar não oculta o fato dela entender MUITO bem o que todos dizem.
– Peço que se acalme Sr. Zumach, as coisas não são do jeito que o senhor pensa. Veja bem, a muitas crianças autistas que são super inteligentes, e acho que o senhor não percebeu a sorte que tem.
– Onde o senhor ver sorte? – perguntei indignado
– Vejo sorte a partir do momento em que sua filha ouvi, fala, anda e enxerga. Sr. Zumach, muitas crianças autistas são diagnosticadas tarde demais e acabam perdendo essas coisas, algumas não ouvem mais, ou falam, ou até mesmo andam, algumas apenas vegetam em cima de uma cama. Então me diga se o senhor não tem sorte com sua filha? – Dr. Marcus deixou a perguntar no ar. Sai batendo a porta indo atrás da Barbara.

~Fim da lembrança~

– Bom dia – Falei me sentando na mesa, todos estavam tomando café já. Eu acabei dormindo mais que o normal, estava mentalmente cansado. Na verdade desde que a Clara ficou assim.
– Estava pensando, meu aniversario de vinte anos foi a uma semana, e eu nem comemorei. Teria problema se eu chamasse uns amigos pra fazer uma festinha simples aqui no sábado? – perguntou a Beatris pra mim, ela e a Barbara ainda não se falam
– Se a Barbara não vê problema, eu também não vejo. Já perguntou pra ela? – Peguei pesado eu sei, todos sabem que elas não se falar. Ela abaixou a cabeça na mesma hora e a Barbara me olhou como se não estivesse entendendo – Tá, pode. – Respondi rapidamente e a Beatris levantou a cabeça feliz
– Obrigada – Ela sorriu e mordeu o lábio inferior. Desde que me casei não trai a Barbara e quase não senti vontade, mas nos últimos dois meses nem pra transar a Barbara teve vontade. E eu já percebi que a Beatris tem uma quedinha por mim, ou sei lá o que. Retribui o obrigada dela com uma piscada, a Estefani viu. Depois do café a Estefani veio correndo atrás de mim quando entrava no carro
– Eu vi o que rolou na mesa. Nem pense nisso Eduardo! – virei o rosto pra encarar ela
– nem pense em o que?
– Eu vi o olhar da Bea pra você e seu olhar pra ela – revirei os olhos
– Relaxa, eu não vou comer a irmã da minha esposa tá? – falei me virando pra entrar no carro mas a Estefani segurou no meu braço
– Não fode ok? A Barbara tá dando a vida pela Clarinha, só hoje elas tem psicólogo e pediatra pra ir, sem contar que a Clara já começou a crise de choro de novo, não fode com a Barbara. Você é a única porra de sustentação que ela tem, não acaba com tudo! A Beatris está apaixonada por você e não é de hoje, a meses ela tenta chamar sua atenção, a menina está simplesmente virando inimiga da Barbara por você, fique longe dela! Território proibido entendeu? – Ela me olhava com um olhar assassino, fui obrigado a rir dela
– R E L A X A – Falei pausadamente e entrei no carro.

  O dia no meu escritório passou rápido como sempre, reuniões, papeis pra assinar e alguns telefonemas, nada de mais. A única coisa de inédito que aconteceu foi a visita da minha cunhada, foi um tanto inédita. Quando minha secretaria entrou na minha sala pisando fundo com seus saltos absurdamente alto levantei o olhar pra acompanhar as curvas do corpo dela. Ela usava uma saia bem justa que ia até a metade da coxa e uma blusa branca que deixava a metade de seus seios a mostra.

Dominada (Corrigindo)Onde histórias criam vida. Descubra agora