Guerra Imperial - O Filho Do Gelo

Mack

Esteva eu em minha pequena casa, numa região muito distante da capital Imperial. Estava chovendo. O clima úmido se encontrava presente. O cheiro de terra molhada ia de encontro à meu quarto. Não que eu não goste do cheiro, já estou acostumado até.
Eu moro com meu tio. Meus pais foram mortos quando eu estava com meus 2 anos em um incêndio que devastou grande parte de minha vila. Mas não, eu não sou solitário. Minha vila contava com um número grande de adolescentes e jovens. No qual ajudava nas plantações.
Era quase na hora do almoço. Estava com o corpo todo dolorido, devido a tantos trabalhos no espaço agrícola da região.
- Mack! Levante-se, está na hora do almoço. - disse meu tio
- Já vou... Já vou... - falei com a alma dormindo
Tio Joe não esperou muito. Duas explosões no meu quarto. Minha cama estava toda preta de fagulhas, juntamente com todo o meu corpo. Meus livros estavam no chão, minhas medalhas de "Honra ao Camponês" (não vão rir) estavam todas espalhadas no canto do meu quarto.
- Mas que...
- Olha a boca, menino das neves - disse meu melhor amigo
- Tinha que ser você Libertá. Meu tio teve que te chamar lá de sua casa para isso? - perguntei
- Não. Eu já estava vindo para aqui. Então seu tio aproveitou e me pediu um favor. E não tinha como não recusar - disse ele enquanto lançava uma de suas bombas caseiras pra cima.
Esqueci de falar de Libertá Argus. Meu melhor amigo da aldeia. Ele tem um jeito meio agitado e animado, e é por isso que escolhi ele para ser meu amigo. Ele tem cabelos loiros, espalhados, moreno, olhos verdes (Sempre era ele que ficava com as meninas mais bonitas da aldeia). Nós nos ajudamos. Ele é a energia e eu... Bem. Não sei o que eu sou.
Depois do almoço, fomos andar um pouco antes de começar os serviços da plantação. Libertá sempre ia ver o lago quando passava por maus "bucados".
- O que está acontecendo? - perguntei
- Vou para o Centro. - disse ele olhando para baixo
- O que? Mas... Você já ouviu histórias do Império. Abusos, violência, tudo isso e tudo o mais em um só lugar - falei raivoso
- Não tenho opção. Minha família está em uma extrema pobreza e você sabe disso. A situação piorou de vez. - disse Libertá em desespero - Não tenho mais tempo a perder. Tenho que arriscar tudo nessa viagem ao Centro.
Eu entendia a situação. A econômia da aldeia 6 estava caindo muito, e nós os moradores dessa aldeia somos os principais afetados. As plantações não estão dando conta. O gado fica magro.
A realidade era exatamente um pesadelo aos principais comerciantes com o Império.
A questão é o seguinte. Existem 6 aldeias mais o Império de Maastrich que é localizado no Centro de toda a região. O Império era de verdade um ditador absoluto. Cada aldeia contribuía algo específico de cada região para o Império, como forma de "agradecimento". Então de 100% de nossa produção, 75% para o Império. Sempre foi e sempre será assim.
- Ei, cara. Relaxa. Você é forte. E se é para ser assim, que assim seja. - disse
Libertá me olhou, me encarou, sorriu e disse:
- Nem parece que é um Homem das Neves mesmo.
Começamos a rir, porém não durou muito, pois já era hora de ir para a plantação e fazer o nosso trabalho.