Prólogo

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'' Pensamento do personagem ''

- dialogo normal -

Narração em terceira pessoa.



A jovem menina corria o mais rápido que suas pernas cansadas permitiam, seu corpo todo doía, sua cabeça pesava e seus olhos lutavam para se manterem abertos. Ela claramente estava no seu limite, mal aguentava com o próprio peso sobre as pernas que ainda a mantinham em pé, estava em um estado deplorável e o motivo já a tinha fugido, porém mesmo assim corria, corria pois seus extintos a diziam que se deixasse capturar ela não teria chance, porém não só ela morreria, mas sim um reino inteiro consigo. Não poderia deixar que as vidas que foram tiradas para que ela estivesse ainda viva no atual momento tenham sidas em vão. Era seu destino sobreviver.

Para complicar ainda mais sua atual situação, um temporal se fazia presente com força, suas gotas eram como facas na pele macia e exposta da garota, molhavam suas roupas já rasgadas as deixando mais pesadas, molhavam-na por inteiro, até a ponta de seus fios ruivos. Porém sem direção alguma ela ainda se mantinha a correr, as ruas do pequeno povoado estavam desertas e silenciosas, fazendo com que o único ruido a se ouvir fossem o de seus passos encobertos pelo barulho das fortes gotas batendo contra o chão de pedra da rua.

Por mais bagunçados que estivessem seus pensamentos naquele momento, um filme rodava em sua mente, eram lembranças, lembranças de tempos em que a felicidade ainda reinava por aquele reino, lembranças de ruas cheias de pessoas onde crianças corriam e brincavam entre si, onde ainda eram todos livres. Em vista de tempos presentes, ao qual todos sentem o mais profundo medo, reprimidos dentro de si mesmos por um tirano que os governa a ferro e espada, o qual tira suas crianças para tornar-los guerreiros em suas constantes guerras, que deixa seu povo a morrer de fome na mais profunda miséria, que vive em constante caça para matar pessoas como ela. Viviam em um reino de trevas e escuridão.

Passado e presente se misturando em seu consciente, lhe pregando peças e causando alucinações na pobre menina. Ela não sabia mais se o que via a sua frente era o real ou o ilusório.

De repente outros sons se fazem presentes ao final da rua em que a menina vinha a correr, eram cascos batendo contra o solo, claramente a cavalaria que vinham a perseguir-la, nesse momento a única parte ainda restante em consciência de sua mente se exalta em pânico, se a encontrassem ela seria morta em segundos, sem a mínima piedade ou pingo de compaixão, mas a essa altura seu corpo e mente já a traíam, seus olhos começavam a ofuscar o caminho a sua frente, suas pernas iam perdendo o equilíbrio, sua cabeça pesava mais que o normal, tudo se tornava um grande borrão cinza.

Então ela começou a ouvir os pequenos risinhos a sua volta, eram as crianças de suas lembranças, elas corriam a sua volta e lhe puxavam a mão para um caminho ao qual ela desconhecia, um caminho embaçado e silencioso, mas na verdade tudo aquilo era apenas sua mente lhe pregando mais um peça ao confundir o tempo, mas não era como se ela tivesse controle sobre qualquer coisa agora.

Sentiu seu corpo desfalecer sobre o cansaço, suas pernas cederam e ela pode então sentiu o baque de seu corpo com o chão frio e molhado, era seu fim, sabia disso, seus olhos foram fechando aos poucos em uma melancolia interminável deixando como últimos rastros de ainda um pouco de consciência, ruídos de passos se aproximando de seu corpo estirado ao chão, então a última coisa que pode realmente ver com seus olhos, sem ser uma criação de sua mente, foram botas masculinas a sua frente. Após isso a garota apenas deixou que seu fim chegasse, se deixou literalmente levar pelo caminho que as crianças a mostravam, o caminho do fim.


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⏰ Última atualização: Oct 08, 2015 ⏰

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