No dia em que te perdi.

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Naquele dia pela manhã tudo parecia normal, trânsito parado, pombos voavam e as pessoas estavam felizes. Manhã em que eu não poderia imaginar de forma alguma que algo de ruim iria acontecer com alguém de minha familia. Estávamos eu e a minha prima a brincar no prédio em que eu morava, lembro-me como se fosse ontem de nós duas descendo e subindo as escadas. Claro que sim, brincadeira de crianças, e sim, eramos duas meninas muito pequenas porém espertas.
Eu tinha 4 anos de idade, já minha prima tinha 8. Até que a noite chegou e eu e meu pai tivemos que levar a Karla (minha prima) para casa.
Ao amanhecer uma tia minha ligou para nossa casa, por volta de 6h45min da manhã. Ao perceber que uma tragédia havia acontecido com o irmão do meu pai ele desligou rapidamente o telefone e levantou-se dizendo que tínhamos que ir á casa de meu tio. Ao chegar lá foi que entendi menos ainda o que havia acontecido.
Havia muita gente no local e a casa dele estava cercada. Após um tempo meu pai entrou.
Fiquei sem entender,claro,tinha apenas 4 anos e ficava "voando" em relação á coisas de adultos. Após um tempo meu pai saí de dentro da casa de meu tio junto com 4 policiais que mandaram ele manter a calma.
Meu pai meio que desobedecendo ordens da polícia,começou a gritar dizendo:
- Isso não vai ficar assim,vocês me pagam. Ele estava muito bravo e confesso que estava até começando a sentir um certo medo dele,pois nunca tinha visto meu pai daquela forma.
Mais assim que minha mãe explicou tudo até eu estava prestes a fazer oque ele tinha feito.

De certa forma,oque estava acontecendo ali era a pequena porém triste morte de um de meus tios. Fiquei triste,e muito,pois aquele tio era oque me dava pipas e outros brinquedos que eu gostava de brincar.
Bem,ficamos lá por um tempo, aliás, até a polícia ir embora e levarem o corpo. Fomos para casa, e assim que chegamos começamos a avisar sobre tal morte para os amigos e conhecidos que ainda não sabia da notícia.

A noite chegou rapidamente. Lá estávamos nós assistindo novelas na globo,eu, minha mãe e meu pai, ainda tristes com o acontecimento.
Após um bom tempo assistindo,minha mãe foi fazer meu mingau  (Isso mesmo,eu tomava mingau nesta época sim).
Estava uma noite linda, só não mais linda por motivos de família.
Eu e meu pai ainda estávamos deitados na cama e assistindo até que olhamos para o relógio e já estava na hora de eu dormir. 20h30min eu estava dormindo.

20h55min

Bateram na porta da sala. Meu pai nem se ligou que morávamos em um prédio e a porta lá de baixo estava fechada.
Minha mãe estava assistindo e ele preferiu ir ver quem batia tanto na porta de casa. Como em alguns anos ele tinha perdido uma de suas pernas em um acidente de moto, quando ele estava se levantando para pegar as muletas escutamos um barulho. Era a porta sendo arrombada.

A garota infelizOnde histórias criam vida. Descubra agora