Capítulo 5 - controlo uma explosão

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  Eleanor ficou paralisada, assim como eu. Jason se recostou em uma árvore juntamente com Léo. Eu não prestei atenção no que Brendan estava fazendo, estava cansada, queria me esconder e chorar até toda a água sair do meu corpo. Mas eu não conseguia me mover, muito menos chorar.

-Temos que sair daqui e procurar um lugar seguro. - disse Brendan, percebi que agora estava ao meu lado.

- Ele vai vir atrás dela. - disse Eleanor, o que me confortou bastante.

-Quem é ele? - eu disse, secamente.

Brendan deu de ombros.

- Não falamos o nome dele, em situação alguma.- disse ele.

- Eu sinto muito Cordelia, todos sentimos. - disse Eleanor.

Minha garganta estava embolada, não iria conseguir falar nada se tentasse.

- Temos que ir embora antes que ele nos encontre. - disse Brendan.

- Vamos para onde agora?- disse Eleanor.

- Eu peguei um carro dos humanos. - disse Léo.

- Você roubou um carro?- disse Jason, indignado.

- Na verdade não, eu pedi e eles me deram! - disse ele.

- Você sabe que controlar mentes é perigoso para os humanos!- disse Jason.

- Era isso ou iríamos até Las Vegas andando.- falou.

- Como assim? - eu perguntei. ( essa conversa está estranha demais).

- O portal que vai nos levar ao reino está lá. - disse Eleanor.- Temos que nos apressar.

-Espera! - exclamou Cordelia, segurando o choro. - Eu não posso ir! Eu preciso encontrar meus pais!

- Eles não estão aqui. - disse Brendan, suavemente.

- Não? - perguntei.

- Eu sentiria se eles estivessem, todos nós sentiríamos. Resta saber se eles ainda estão vivos.

Grande apoio, valeu.

Eu não sabia mais o que fazer, minha mente girava. Era muita coisa para processar, eu não poderia me permitir chorar. Teria que me fingir de forte, por mais que fosse do modo mais difícil.

- Eu vou. - disse.

- Então eu acho melhor irmos, o revoltado ainda está te procurando. - Léo disse.

O carro era uma BMW preta, o que me fez lembrar que era o carro que meu pai sonhava. Procuramos o caminho mais rápido para chegar à Las Vegas, ficava a praticamente 89 km da cidade. Sentei no banco traseiro, próximo à janela. Eleanor se sentou na frente, Léo resolveu dirigir ( não gostei nem um pouco disso), Jason na outra janela e Brendan no meio. Percebi que a única coisa que havia me restado era uma bolsa com roupas e creme dental (graças a Deus!). Então lembrei que minha mãe havia colocado aquelas coisas, lembrei também de como ela cuidava de mim, como ela colocava o cabelo para trás quando ficava nervosa ( assim como eu), como ela me abraçava todos os dias quando chegava da escola. E então eu chorei, me encolhi para que ninguém percebesse. Apenas queria estar com minha família, longe daqui. Não consegui mais parar de chorar, Brendan tentava me consolar, mas apenas me fazia chorar mais. Não me lembro de ter cochilado, mas quando dei por mim já estava dormindo, como se tivessem me injetado um calmante.

E dessa vez eu não tive sonhos.

Acordei quando o carro deu uma freada abrutalmente, todo mundo se assustou. Léo murmurou alguma coisa em outra língua, parecida com o grego.

- O que aconteceu? - exclamou Eleanor.

- Acho que tem alguma coisa errada. - falou Léo, desesperado.- o carro parou sozinho.

- Saiam do carro, rápido! - gritou Jason.

Peguei minha bolsa e corri, assim como os outros. Virei- me à tempo de escutar uma explosão,  assim como aconteceu com a minha casa. Partes do carro voaram por todo lugar, só então percebi que a grande parte vinha na minha direção, como se alguém controlasse.

E então fechei os olhos.

E esperei...

cinco segundos se passaram e abri os olhos. Os destroços flutuavam a milímetros de meu rosto. Todos levitando.

Eu estava fazendo aquilo.

A herdeira do Reino perdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora