Capítulo 30

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Leonard Lannister

Não posso acreditar no que meus olhos vêem.

- Mãe? - falo, com os olhos marejados - Você está... Viva?

- Surpreso? - ela pergunta, irônica - Não esperava minha visita?

- O que faz aqui? - pergunto, ignorando suas perguntas - Pensei que estivesse morta.

- Você bem que gostaria disso, não é mesmo? - ela pergunta - Mas sinto lhe decepcionar, Leonard. Estou bem viva.

- Então por que se fez de morta? - pergunto, limpando sangue que escorria por meu nariz

- Para proteger você e sua irmã ingrata - ela fala - Mas pelo visto não surgiu muito efeito. Kallyta me causou muitos problemas. Sempre estava com um elfo diferente, e eu tive que encobrir tudo. Até que não deu mais, tive que por um fim nisso.

- Você matou minha irmã? - pergunto, chocado

- Ela estava causando problemas ao nosso nome - ela fala, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo - Tive que acabar com a festa dela.

- Você é um monstro - falo

- Nunca pedi seu amor, Leonard - ela fala - Mas sempre exigi que me respeitasse, e ainda o exijo.

- Você não merece respeito nenhum - falo, sentindo a raiva me dominar - Você nunca respeitou ninguém, nem mesmo ao meu pai!

- Aquele velho me dava nos nervos. Também tive que dar um jeito nele - ela fala

- Você o matou também - falo, rindo com desgosto

- Você não parece surpreso - ela fala

- Todos sabem disso, mas ninguém fala sobre - falo - Mas agora eu tenho certeza de que você é muito pior do que eu imaginei.

- A um segundo atrás eu era o monstro. E agora? Sou um gigante malvado? - ela pergunta irônica - Sua opinião nunca me importou, e você sabe disso.

- E é por isso que a sua também não me importa - falo

- Essa é sua noiva? - ela pergunta, apontando para Lilly nos braços dos guardas - Sinceramente, Leonard, eu te criei melhor que isso.

- Como eu acabei de dizer, sua opinião não me importa - falo e ela sorri de lado

- Sabe, meu filho, não sabia que você me odiava tanto - ela fala, ainda olhando para Lilly

- Não me chame de filho - falo

Ela anda até Lilly e se abaixa a sua altura, pegando uma mecha de cabelo dela.

- E não ouse colocar estes dedos sujos em minha noiva - falo, me aproximando dela e a puxando brutalmente para longe

- Seu moleque insolente - ela fala, segurando os pulsos, que estavam marcados - Vai sofrer as consequências por isso.

- Mais consequências do que ter uma mãe assassina? - pergunto - Acho difícil.

- Levem a garota, e acabem logo com ela - fala a mulher que deveria ser minha mãe

- Não ousem sair daqui com Lilly - falo, e os guardas, que, pelo visto, tem amor à vida, param imediatamente

- O que deu em vocês? - pergunta Atena irritada - Levem a garota daqui! Obedeçam!

- Até ontem Lilly era sua amiga, e agora é "a garota" - falo - Sinceramente, Atena, o que deu em você?

- Ela sim seria uma boa noiva para você - fala minha mãe - Em minha opinião...

- E por que sua opinião importaria para mim? - grito - Ela não importa! Nunca importou!

- Abaixe esse tom, Leonard - ela adverte

- Ou se não o que? - pergunto - Vai me matar também?

- Eu nunca faria isso. Não com você - ela fala

- Não duvido que o faça - digo

- É melhor baixar o tom, príncipe - fala o guarda que estava ao lado de Atena

- Você, cale a boca - falo - Ninguém pediu sua opinião.

- Acho melhor tratar Bakenmuth com respeito, Leonard - fala Atena

- Não dirija a palavra a mim! - explodo

- Bakenmuth - chama minha mãe - Leve Leonard daqui.

- Sim, senhora - o guarda fala, se aproximando de mim

- Não encoste em mim - falo, o fuzilando

- Sinto muito, as ordens vem mais de cima - ele zomba

Não dou tempo para que ele sequer termine de aproveitar a própria piada. Torço seu braço e quebro seu pescoço. O guarda cai no chão, e Atena corre até ele.

- Você é um monstro! - ela grita - Eu odeio você!

- Nunca me importei com isso - falo e a chuto para longe - Saia daqui.

- Eu vou acabar com você Leonard - ela fala e se levanta, vindo em minha direção com a faca que segurava

Seguro seus braços e a viro de costas para mim, deslocando seus dois ombros ao mesmo tempo. Ela grita e cai no chão. E puxo pelo ante braço, fazendo-a gritar novamente. A seguro pelo pescoço, apertando-o, enforcando-a. Atena se debate em meus braços, mas não a solto.

- Leonard, meu filho, Atena é apenas uma garota apaixonada - fala minha mãe calmamente, mas posso sentir um pingo de pânico em sua voz - Não a culpe.

- Atena não é uma garota apaixonada - falo, e, quando ela para de respirar, a jogo no chão - Ela é uma vagabunda que não tem amor próprio. Ou, pelo menos, era.

Me viro para a mulher assustada, com as duas nãos no peito.

- Vá embora, antes que eu tenha que fazer o mesmo com você - falo

- Eu nunca vou desistir, Leonard, e você sabe disso - ela ameaça

- Vá, antes que eu mude de ideia - falo

Ela, como a covarde que é, sai correndo. Suspiro e vou até Lilly, a pegando no colo e colocando-a deitada na cama. Escuto passos se aproximando, e olho para a porta. Daniel aparece, e olha para o chão, onde Atena e o guarda estavam. Depois, olha para mim, e para Lilly. Ignorando todo o resto, ele vem até mim e me abraça. Não sei o por quê, mas ele me abraça. Retribuo, e fecho meus olhos.

Ele se solta e senta-se ao lado de Lilly na cama. Daniel pega sua mão e a coloca no rosto. Logo Lorenzo e Jonathan aparecem no corredor.

- Chamem oito guardas, por favor - falo

Eles olham para o quarto, e correm de volta pelo corredor. Sento-me do do outro lado de Lilly e pego sua outra mão. Ela dormia serenamente, como se estivesse só dormindo.

Logo, os guardas que pedi aparecem. Digo para quatro deles enterrarem os corpos. Me levanto e vou até os dois guardas que ainda estavam lá, os que haviam segurado Lilly.

- Quais são seus nomes? - pergunto

- Andrew, senhor - um fala

- Louis, senhor - o outro fala

- Vocês serão punidos pelo crime de traição - falo - Estes quatro guardas os levarão para que se despeçam de suas famílias e amigos. Depois disso, nunca irão vê-los novamente. Podem ir.

Os outros guardas levam Andrew e Louis para fora, e me sento novamente ao lado de Lilly. Ela acorda depois de pouco tempo, confusa, querendo saber o que aconteceu. Eu e Daniel preferimos não contar a ela, pelo menos não por enquanto.

Lilly disse que ainda estava um pouco tonta para andar, e a levei para meu quarto. Daniel deu um beijo em sua testa e saiu, em silêncio. Coloco Lilly na cama e me deito ao seu lado. Ela dorme rapidamente, mas tudo que consigo pensar é: do que minha mãe nunca desistiria?

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