Algumas horas depois...

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Eu sei que não deveria perguntar mais nada, ou tiraria nossa concentração seguido fe levar uma bronca do professor e por fim acabaríamos na diretoria.

-Ainda não. - Diz tímida.

Até que ele não é feio, pelo menos me parece menos babaca que o Caleb. -Penso, mas não digo. Volto a me concentrar na aula.

O sinal para o intervalo toca e logo Ane sai correndo me puxando pela mão.

Caminhamos até a cantina.

Fizemos os nossos pedidos e nos juntamos á algumas colegas de classe que estavam em uma mesa próxima.

O papo rolava solto e divertido.

Me afasto do grupo quando ouço meu celular tocar sobre o bolso da minha calça.

Pego o celular e vejo o nome da minha mãe na tela, atendo.

-Oi mãe, tudo bem?

- Oi meu amor, está tudo bem sim. Estou ligando apenas para me despedir, e pedir mais uma vez que faça um esforço para se dar bem com Christopher em quanto eu estiver fora, por favor, Julha. - Pede e sua voz soa como súplica.

Depois de tudo o que havia acontecido entre meu padrasto e eu, ouvir um pedido da minha mãe com tanto carinho, só me fez eu me sentir pior e concordar. Penso que é uma forma de me redimir do meu erro.

-Tudo bem, mãe, não se preocupe. - Digo para tranqüiliza - lá, pois eu sei o quanto é importante para ela que eu me de bem com meu padrasto.

- Obrigada querida! - Agradece e percebo que sua voz soa um pouco mais tranqüila.

Despeço-me de mamãe, que esta á caminho do aeroporto, e volto para o grupo, que agora havia mais um novo integrante.

Um garoto bonito, olhos verdes, corpo definido, nada em exagero, ele realmente é muito bonito.

Nossos olhos se cruzam, meu corpo se arrepia.

Bruno gentilmente nos apresenta, ele se não estou enganada se chama Felipe, é isso .... Felipe.

Marcamos de ir ao cinema a noite, eu, Ane, Bruno e Felipe.

Não estava muito á fim de ir, mas não tinha escolha, ou iria ou teria que aturar o insuportável do meu padrasto.

Logo a aula acabara e seguimos para casa, deixei Ane em sua casa e logo fui para minha.

Entrei passando pela sala e nem sinal de Christopher, logo subi correndo para o meu quarto e tranquei a porta.

Tomei um banho rápido, coloquei um short jeans curto customizado, vesti uma blusinha regata em algodão preta, calcei meus chinelos e seguido de prender meus cabelos num coque frouxo.

Saio do meu quarto e passo pelo quarto da minha mãe, a porta esta aberta, penso em entrar, mas desisto ao me recordar que ela não está em casa.

Desço para a cozinha, encontro Ada que está concentrada em seus afazeres, lhe dou um beijo estalado em seu rosto.

Ada é muito mais que uma simples empregada em casa, é uma grande amiga, e minha mãe tem plena confiança nela.

Almoço uma deliciosa lasanha acompanhada de um copo de refrigerante, depois me sirvo de uma deliciosa sobremesa, brigadeirão.

Tudo deliciosamente preparado por ela.

Seria injusto de minha parte escolher apenas um prato predileto em meio á dezenas que Ada prepara perfeitamente bem.

Mas lasanha é o meu ponto fraco.

Corro para a sala de TV, fecho as cortinas deixando tudo num tremendo escuro, ligo a TV para assistir o filme indicado por algumas colegas de classe, "Um amor para recordar".

Não é um tipo de filme que eu costumo ver, mas já que as românticas da minha sala me recomendaram tanto, decidi matar a curiosidade.

Não tenho a mínima ideia em que parte do filme estava, quando sinto que alguém está se aproximando, eu juro que se estivesse vendo um filme de terror, com certeza já havia gritado.

- Assustei você?- Pergunta Christopher encostado sobre o batente da porta.

Meus olhos correm por seu corpo, engulo em seco ao constatar que ele esta perfeitamente lindo em seu terno preto de giz.

Droga! Mais uma vez aquele arrepio tomou conta do meu corpo. Qual é? Agora vai ser isso toda vez que eu tiver diante dele?

Nossos olhos se cruzam.

-Posso falar com você um minuto? -engulo em seco.

Minha vontade é sair correndo dali e me trancar no quarto e só sair quando minha mãe voltar de sua viagem, mas essa minha atitude só confirmaria o que ele sempre diz:

"Garota mimada."

-Estou no meio de um filme. -Digo na tentativa de fazê-lo desistir.

Não tinha a mínima ideia do que se tratava o assunto, mas com certeza não estou nem um pouco a fim de conversar com ele.

- Eu espero. - Ele disse se aproximando.

Eu lhe fito com o canto de olho, e o vejo sentar ao meu lado seguido de volta sua atenção para o filme.

Ah legal! Agora esse idiota vai ficar aqui do meu lado. Penso, mas não digo, apenas bufo frustrada e contínuo vendo o filme.

rosto, olho o relógio sobre o criado-mudo e noto que já passa das 21horas. Tudo está em um grande silêncio, não sei por quanto tempo fico deitada em minha cama, imersa em minha dor, e acabo adormecendo novamente. […] — Julha, Julha, levante. — sou desperta por Ada, que chora descontrolada. Meu pai. Sinto uma forte dor em meu peito e naquele exato momento eu sei que o pior aconteceu. Eu perdi o meu pai brutalmente em um acidente de carro. Não tenho tempo de me despedir, não tenho tempo de dizer que eu o amo e que ele é o melhor pai do mundo. Dizer adeus dói. […] A despedida me fez sofrer, e hoje, um ano depois, estou aqui, diante do seu túmulo e como um filme, relembro tudo o que vivemos naqueles dias.

Um ano se passou e muitas coisas em minha vida mudaram, não tenho mais um diálogo saudável com a mamãe. Um ano que você partiu, pai. Por que você se foi tão cedo? Tudo por causa de uma maldita briga de casal. Você bebeu e foi imprudente, saiu de carro e eu te perdi. Estou sofrendo, papai. Ontem, a mamãe trouxe o namorado para dentro da nossa casa. Ela está seguindo em frente, é como se tudo o que vivemos em tantos anos não fizesse sentido. Eu sei que, mesmo ela estando o tempo todo distante, nossa família era perfeita, da nossa maneira, mas ainda assim éramos felizes. Minha vida não tem sido fácil, sinto sua falta, saudade dos seus carinhos, de jogarmos videogame. Sinto saudade dos nossos momentos. Ela não se importa mais comigo, apenas com esse cara que ela colocou dentro da nossa casa. Eu não ficarei muito tempo morando com eles, irei para a casa da vovó assim que me formar. Quero viver longe desse circo que ela transformou a nossa casa. — Podemos ir? — fito Ane, que apa aparece com um sorvete nas mãos. Assinto com a cabeça. Preciso ir, pai, prometo não demorar a voltar. Ah, não esquece, eu te amo. Levanto-me e caminho até Ane. — Onde você comprou esse sorvete? — pergunto enquanto caminhamos para fora do cemitério. — Na sorveteria que fica ali na frente. Você quer? — nego com a cabeça, enquanto caminhamos para o estacionamento onde João, o motorista, nos aguarda. — Amiga, tente não brigar tanto com a sua mãe e com o seu pãodrasto, quero dizer, padrasto. — reviro os olhos pela maneira que Ane utiliza para se referir a Christopher. — Desde que ele não se meta em minha vida… — dou de ombros. — A existência dele pouco me importa. — Julha, é que… — Não quero brigar com você por causa daquele idiota, então, por favor, vamos mudar de assunto. — ela assente com a cabeça em concordância.
Assim que entramos no carro, o motorista fecha a porta, toma o seu lugar na direção e dá partida no carro. Seguimos todo o trajeto até a minha casa em silêncio. Não vou discutir com Ane por causa desse relacionamento ridículo da minha mãe. Se eles pensam que irei facilitar a vida deles, estão completamente enganados. Farei de suas vidas um inferno.

DR.

O Padrasto 01 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora